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quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Comunicação Feminina: Construa conexão e empatia

Traduzido de Kathi King

A comunicação desempenha um papel significativo no nosso dia a dia. Não se trata apenas do que dizemos, mas também de como dizemos e de como respondemos uns aos outros. A comunicação feminina possui atributos únicos que a tornam particularmente eficaz no estabelecimento e manutenção de relacionamentos.

Como homens femininos, podemos moldar a nossa comunicação de várias maneiras para criar conexões mais profundas e expressar empatia. Aqui estão alguns aspectos da comunicação feminina:

1. Sorrir: As mulheres muitas vezes sorriem prontamente. Isso ajuda a criar uma atmosfera amigável e convidativa na qual outras pessoas se sintam confortáveis para se expressarem. Imagine que você encontra uma nova colega na cozinha do escritório. Em vez de simplesmente passar reto, você a cumprimenta com um sorriso e pergunta como foi o dia dela. Esse sorriso abre a porta para uma conversa amigável onde vocês podem discutir sobre trabalho e interesses em comum.

2. Expressar Emoções: As mulheres são muitas vezes mais abertas na expressão das suas emoções e usam uma linguagem expressiva para transmitir os seus sentimentos. Isso permite que os outros se sintam compreendidos e aceitos.

Sua melhor amiga acabou de passar por uma separação difícil. Em vez de ser indiferente, você a abraça e diz: “Sinto muito que você esteja passando por isso. Só posso imaginar o quão doloroso deve ser.” Você transmite empatia e apoio, em vez de simplesmente ignorar os sentimentos dela.

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Fetiche de feminização forçada, um breve resumo

Traduzido de Claudia Tyler Mae

fetiche de feminização forçada é um assunto que desperta curiosidade em muitas pessoas, no entanto é confuso para quem não conhece direito e problemático nas suas associações. Aqui está um rápido “O que é?”, “Por quê?” e "E então…?".


O que é?

Grosso modo, seria quando um homem é relutantemente obrigado a se vestir, se apresentar e agir “como uma mulher”. É aí que o senso comum termina. Tal como as comunidades trans e fetichistas de onde provém, o propósito da transformação e o resultado variam enormemente entre os praticantes.

E justamente esta enorme variação é a raiz de muita confusão.

Lembre-se de que o que outra pessoa associa a uma determinada aparência, palavra ou ato não é necessariamente o que você associa a essas mesmas coisas. Uma calcinha pode fazer alguém se sentir confortável, pode deixar alguém excitado ou pode fazer a pessoa se sentir completamente desamparada.

Infelizmente, a maioria dos observadores externos desconhece a enorme variação de identidades não conformes de gênero que existe. Ao contrário da grande mídia, não somos apenas drag queens ou supermodelos transgênero. Se você conhecer alguém que explora o gênero, saiba que pode ser uma expressão transgênero ou de disforia, um fetiche por peças de roupa específicas, uma forma de explorar a sexualidade, uma performance ou uma série de outras associações. Cada uma dessas forças motrizes leva a diferentes abordagens sobre a feminização.

quarta-feira, 4 de outubro de 2023

O que acontece se um homem tomar estrogênio por um ano?

Se um homem cisgênero tomasse estrogênio por um ano apenas por “experiência”, ele logo experimentaria a disforia de gênero. As mudanças provocadas pelo hormônio certamente afetariam o estado emocional dele. Se fosse uma mulher transgênero, ela meio que teria a experiência oposta já que o estrogênio iria afirmar feminilidade dela. Alguns descrevem essa sensação como euforia de gênero.

No caso dos crossdressers a situação é um pouco mais complicada já que nem todos querem abrir mão do lado masculino por completo. Sei que diversos crossdressers tem um pouco de curiosidade sobre os "efeitos mágicos" da terapia hormonal e conheci alguns que se aventuraram por conta própria com esses medicamentos para sentir um pouco do gostinho, mas saiba que os efeitos são mais complexos do que esperamos e alguns podem até ser permanentes. Claro que variam de pessoa para pessoa, mas esse artigo traz um panorama do quanto a hormonização pode mexer com o nosso corpo.

De maneira geral, assim que o medicamento começar a surtir efeito, a pele dele ficará mais macia. Os poros da pele ficarão mais fechados. O odor corporal irá diminuir, assim como a transpiração. O cabelo ficará mais sedoso, juntamente com os pelos corporais e faciais. Se a calvície estiver causando a queda dos cabelos, isso provavelmente irá parar. A gordura corporal começará a se redistribuir pelo corpo, saindo da barriga e indo para os quadris.

Depois de algumas semanas, a região dos seios ficará sensível e dolorida. Assim como uma moça na adolescência, o corpo dele passará a desenvolver lentamente o volume dos seios, que continuarão a crescer nos primeiros anos de tratamento. Os mamilos também crescerão e ficarão do tamanho de mamilos femininos.

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

7 coisas que aprendi após a cirurgia de confirmação de gênero

Traduzido de Rejserin

Muitas pessoas perguntam como é a cirurgia de confirmação de gênero e qual é o impacto em sua vida depois de anos. Fiz minha cirurgia na Tailândia em 2008, em um ponto interessante da história mundial onde ser trans era ser uma parte mais ou menos aceita do mundo, mas também quando ser trans era um mistério para a grande maioria das pessoas. Aqui, quero compartilhar sete coisas que aprendi sobre mim e sobre o pós-operatório que vivi nos últimos quinze anos.


1) Minha recuperação foi estupidamente fácil

Comparado com muitas pessoas, acho que a minha recuperação pessoal foi mais fácil do que parece. Fui aconselhado antes da cirurgia a manter a minha rotina de exercícios, reduzir o consumo de álcool e perder peso. Além disso, disseram-me para comer tudo o que me dessem no hospital, independentemente de eu gostar ou não do sabor. Embora você não possa comer alimentos sólidos, as enfermeiras tailandesas me forneceram bastante sopa, o que ajudou a me manter hidratado e nutrido durante os quatro dias sem alimentos sólidos. Quando chegou a hora de deixar o hospital, saí sem qualquer ajuda e, quando voltei para casa, três semanas depois, consegui praticamente seguir com a vida normal.

Minha ressalva ao compartilhar isso é que nem todos têm o mesmo processo de recuperação e cada corpo é único. Meu maior conselho é entrar em forma o máximo possível antes da operação e se manter nutrido durante a internação. Essas coisas não são fáceis, mas, na minha opinião, ajudaram muito na minha recuperação.


2) Sexo e intimidade são intensos e lindos no meu corpo pós-operatório

É difícil descrever o efeito que o estrogênio teve em meu corpo quando se trata de tocar, ser tocada e sensibilidade geral. Fiz muito sexo antes da cirurgia, e uma das maiores diferenças foi que no pós-operatório me senti completamente à vontade com meu corpo, sem a preocupação de que meu parceiro me achasse estranha. Eu gosto do frisson que veio com esse meu corpo e, embora tenha demorado alguns meses para me acostumar, rapidamente se normalizou. Raramente faço sexo com penetração com homens, mas quando o faço parece certo, sem inibições ou desconexão neural. Sexo com corpos femininos está em outro nível e tem uma quintessência própria.

quarta-feira, 26 de julho de 2023

Os benefícios de estar em contato com seu lado feminino

Vi Oliver

Traduzido de Roanyer

No artigo de hoje, vou apresentar alguns dos benefícios do estilo de vida que nos unem neste blog: uma vida mais feminina! Caso você não tenha parado para pensar nisso, hoje vamos explorar alguns dos benefícios de abraçar a nossa feminilidade!

Se você é relativamente novo neste mundo ou já está nele há muito tempo, tenho certeza de que você captou o que eu quero dizer. Espero que este post não apenas faça com que você tenham um pouco de orgulho de si mesma, mas também te encoraje a continuar cultivando sua feminilidade! Vamos ao que interessa sem mais delongas!


Elegância e senso de moda

Bom, não há dúvidas de que o feminino é o gênero mais bem vestido, certo? Não apenas isso, mas o número de opções disponíveis para criar suas roupas exclusivas é incrível! Além disso, a etiqueta feminina requer tanta atenção aos detalhes que é sempre bom praticá-la e aperfeiçoá-la. Essas duas coisas podem ser praticadas todos os dias de muitas maneiras diferentes.

quarta-feira, 19 de julho de 2023

Infância transgênero: brincando de boneca

Traduzido de Meghan Cherry

Existem muitos estereótipos e narrativas sobre mulheres trans jovens e enrustidas. Alguns são pura transfobia descarada, besteira intolerante gerada por escritores que resumem a experiência trans para feminizar homens de calcinha. Alguns vêm de dentro – são anedotas compartilhadas entre mulheres trans contando histórias de vida isoladas, mas semelhantes. Mas alguns poucos desses estereótipos pairam no meio termo. Os raros pedaços de verdade em como a cultura mainstream assume que as mulheres trans se encontram, e como nós realmente nos encontramos.

Para mim, esse estereótipo preciso era usar um avatar feminino em videogames. Mesmo antes de saber o que a palavra "transgênero" significava, eu sabia que havia algum tabu em escolher intencionalmente jogar um jogo eletrônico com um personagem de gênero diferente do meu. (Isso me atingiu pela primeira vez em uma idade jovem jogando Pokémon, quando acidentalmente usei o símbolo feminino (♀) em vez do símbolo masculino (♂) no meu personagem. Meghan da segunda série nunca ouviu o fim.)

Professor Carvalho, não preciso dessa merda agora.

Isso foi ainda mais complicado com a ascensão de Tomb Raider, uma série cujo protagonista principal foi vendido como heroína de ação e símbolo sexual. Eu nem tinha um PlayStation na época, mas sabia muito bem quem era Laura Croft. A mensagem sempre foi clara – se você é um homem jogando com um personagem feminino, ou você é gay ou é pervertido.

quarta-feira, 28 de junho de 2023

A realidade de ser mulher em um mundo transfóbico

Do filme A Garota Dinamarquesa (2015)

Traduzido de Chichi A

Existe algo que todas as pessoas que se identificam com mulheres têm em comum: a experiência de ser mulher socialmente. A diferença é que as mulheres cisgênero vivenciam essa bagagem muito antes das mulheres transgênero. Em um mundo hoje inundado de transfobia, meu coração sangra. Algumas ideologias feministas que poderiam proteger todas mulheres agora estão atuando de maneira excludente. Mas como é a vida sendo transgênero em um mundo machista? Vamos discutir sobre isso.

Quando crianças, nossos corações eram muito inocentes. Adorávamos os brinquedos e a atenção que nossos pais nos davam. Mas até as crianças reconhecem o gênero. Esse reconhecimento começa quando eles observam seus pais. O papai é mais masculino e a mamãe tem um fenótipo feminino mais suave. Normalmente, os pais também começam inculcando os papéis de gênero nas crianças por meio de palavras de afirmação como: “Você é a garotinha do papai” ou “Esse é o garotão do papai”. De fato as crianças são tratadas de forma diferente com base em seu sexo biológico. Se você reparar no mercado de brinquedos normalmente vai notar bonecas hiper-femininas e conjuntos de utensílios domésticos de brinquedo no setor rosa de meninas e bonecos de heróis hiper-masculinos e brinquedos de ciência e tecnologia no setor azul de meninos. A maioria das crianças se encaixa nesses papéis e comportamentos de gênero, no entanto outras não. Para aquelas crianças que não se encaixam nesse papel, a sociedade tende a excluí-las desde muito cedo. Inclusive isso está nas palavras que professores e colegas usam para descrevê-los. Se eles têm pais religiosos, eles enfrentam até mesmo ódio por suas identidades dentro de casa. As crianças transgênero ouvem palavras como: “Você é um menino, pare de agir como uma menina” ou “Você é uma menina, vá brincar com a sua boneca”.

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Por que alguns crossdressers mudam de personalidade quando se montam?

Traduzido de Roanyer

Cada crossdresser é um ser único. Temos diferentes formas e tamanhos, e cada um de nós tem uma personalidade distinta. É isso o que define quem somos, mas às vezes isso muda. Alguns crossdressers têm uma personalidade diferente enquanto estão en femme. Normalmente essa personalidade não se parece em nada com seu eu masculino. Mas por que isso acontece? E como lidar com essas mudanças?

Esse tipo de situação é mais comum do que você imagina. Pessoas buscam maneiras diferentes de se expressar quando se travestem. Portanto, experimentar diferentes traços de personalidade é normal. Nesse caso, ter paciência e compreensão se tornam nossos melhores aliados.

Fique ligado se você está curioso sobre as razões e consequências disso. Neste artigo, responderei às suas perguntas.


1. Como se percebe essa mudança?
Algumas pessoas acham que essas mudanças na personalidade são sutis e pouco perceptíveis. É apenas de vez em quando. Mas mesmo que seja, podemos notar algumas pistas.

As táticas para notar podem diferir dependendo da cada personalidade. Mas seguindo as minhas dicas você será capaz de perceber isso. Lembre-se de que é normal e acontece com frequência com inúmeros crossdressers.

Você precisa ser paciente ao procurar perceber essas diferenças em si mesmo. Tente interagir com outras pessoas com o seu eu masculino e novamente enquanto en femme. Tente prestar atenção em como você os trata e se sente ao falar com eles. Se você não se sente à vontade para conversar com outras pessoas vestida de menina, preste atenção nos seus pensamentos.

Que novas sensações podem estar influenciando suas ações?
Como você responde a isso?
Outra ideia é monitorar seu comportamento online enquanto estiver como mulher, mas este método não é tão eficaz.

Em relação às outras pessoas, as táticas são diferentes, embora ligeiramente semelhantes. Uma excelente maneira de começar é se aproximando dessa pessoa. Se você já sabe que ele se traveste, não deve ser difícil. Se ele se abriu contigo, essa pessoa provavelmente confia em você. Tente passar mais tempo com ele, fazendo várias atividades enquanto en femme e como seu eu masculino. Enquanto faz isso, preste atenção às mudanças de humor e mudanças de personalidade. Isso pode ser sutil, mas ainda é perceptível se você passar tempo suficiente com essa pessoa.

quarta-feira, 14 de junho de 2023

A jornada emocional do crossdresser: superando a vergonha e construindo a confiança

Traduzido de Roanyer

Crossdressing é uma arte praticada há muitos séculos, mas ainda é algo estigmatizado e incompreendido por diversas pessoas. É uma jornada emocional para quem se envolve com a prática, e pode ser difícil superar alguns sentimentos negativos. Isso pode tornar difícil para os crossdressers se sentirem confiantes e aceitos. E eles lutam com isso ao longo de suas vidas cotidianas.

Aqui, explorarei a jornada emocional dos crossdressers. Meu objetivo é criar uma comunidade mais solidária e compreensiva em todos os lugares. Neste artigo falarei sobre algumas das emoções que nossas irmãs vivenciam. Meu objetivo é fornecer dicas para você construir confiança e autoaceitação.


1. Superando a vergonha e a culpa

Superar a vergonha e a culpa associadas ao crossdressing pode ser uma jornada desafiadora. Não é incomum que crossdressers se sintam estigmatizados. Eles também podem se sentir incompreendidos e envergonhados de seu comportamento. Isso pode levar a uma autopercepção negativa e sofrimento emocional. No entanto, é importante entender que na verdade não há nada de errado com isso. Ao se aceitar, você pode começar a construir uma autoimagem mais positiva. É a chave para superar os sentimentos de vergonha e culpa.

Uma maneira de mudar sua mentalidade e superar as emoções negativas é reformular seu pensamento. Evite focar no estigma social associado ao travestismo. Em vez disso, concentre-se nos aspectos positivos disso. Muitos crossdressers relatam sentir-se mais confortáveis em sua pele ao se apresentarem en femme. Ao focar no lado positivo, você pode começar a mudar sua perspectiva. É assim que você começa a construir uma autoimagem mais positiva.

Outra maneira de superar a vergonha e a culpa é por meio da autocompaixão. Pratique ser gentil e compreensivo consigo mesmo. Como você seria para um amigo próximo passando por uma experiência semelhante. Lembre-se, você não está sozinho nessa jornada e é possível superar as emoções negativas. Com o tempo, você pode construir um relacionamento positivo consigo mesmo. E o primeiro passo é aceitar seus comportamentos de femininos.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

Nem toda Masculinidade é tóxica

 

Traduzido de Universidade de Worcester USA

Desenvolvendo uma cultura de masculinidade positiva na sociedade

O que significa descrever alguém como “masculino”?

Em 1984, Franklin identificou traços de valor masculino que eram tipicamente ligados à masculinidade, incluindo agressão, domínio e falta de emoção. Embora, felizmente, muito tenha mudado desde então, as percepções do que significa ser masculino ainda estão frequentemente ligadas nas pesquisas a comportamentos e traços rígidos, principalmente em torno do sexismo e da falta de emoção (Levant & Richmond, 2016).

Essas ideias são particularmente preocupantes, dada a pressão constante enfrentada por muitos homens e meninos para afirmar, provar e manter constantemente sua masculinidade (Vandello & Bosson, 2013). A pressão para realizar essa ideia de masculinidade pode ter um impacto negativo significativo na saúde mental dos homens, além de trazer sérias consequências para as pessoas ao seu redor e para a sociedade em geral (Morin, 2020), pois algumas atitudes e comportamentos de homens podem acabar sendo conduzidos pelas expectativas dos outros, ao invés de seus próprios desejos e valores.

Um exemplo desse tipo de comportamento é se um atleta masculino compartilhar um meme sexista com seus companheiros de equipe no WhatApp, mesmo que os destinatários se sintam desconfortáveis com isso ou reconheçam que é problemático, a definição "tradicional" do que significa ser masculino determina que a resposta "socialmente correta" é rir junto e talvez continuar a "piada" compartilhando algo ainda mais extremo. O estudo de Burrell (2021) com estudantes atletas do sexo masculino descobriu até que comportamentos que normalmente seriam considerados problemáticos, como aparecer bêbado na casa de um parceiro e exigir permissão para entrar, eram na verdade vistos com simpatia por outros homens quando considerados pelas lentes do esperado. comportamentos masculinos.

quarta-feira, 17 de maio de 2023

Confissões de um crossdresser fetichista

Traduzido de Claudia Tyler-Mae

A adorável Sarah Lewis tem um post aqui onde ela responde a alguns questionamentos sobre as suas taras sexuais. Gostei tanto que pensei em responder às mesmas perguntas.

Compare e contraste se quiser. Caso contrário, apenas me julgue. E veja se me importo.


10. Você quer ser mulher?

Não. Eu seria péssima nisso. Sou sem graça, insensível, tenho poucas habilidades sociais e um senso de vestimenta de um pato.

Ou não. Meu gênero não é um problema para mim. No dia a dia não me preocupa como as pessoas me percebem. Se eu fosse uma mulher, ainda andaria de jeans e camiseta, me esqueceria de marcar hora no cabeleireiro e trataria as outras pessoas exatamente como trato agora.

Ou… Sim, quero ser graciosa, socialmente habilidosa, cuidar da minha aparência, poder expressar minha sexualidade e ter total liberdade na maneira de me vestir.

Certa vez, li uma longa ficção sobre uma Dominadora que captura um homem e lentamente o transforma em mulher. No final, ele(a) passou pela cirurgia de mudança de sexo e viveu como mulher. Isso me fez chorar. Não porque era o final feliz que eu queria para mim, mas porque eu sei que não posso ter esse final feliz.

Não sou tão motivada por minha identidade a ponto de querer me tornar uma mulher com sucesso – nem me encaixo na definição de transexual. Em vez disso, sento-me em algum lugar dentro do espectro, levemente disfórica às vezes, simpatizante da ideia e desesperada pelo papel de gênero, mas, no final das contas, ainda me sinto masculino e sem uma "resposta fácil", sem um final feliz como uma linda princesa.

Realmente não é uma princesa

É frustrante e triste, mas não há nada que realmente mude essa situação, a menos que alguém invente uma varinha mágica que realmente funcione. Meu lado masculino normalmente vence a batalha e, no geral, está tudo bem.

quarta-feira, 10 de maio de 2023

Uma Mulher Transgênero na Idade Média

A história de um poema medieval sobre como se tornar seu verdadeiro gênero.

Representação de mulheres na Hagadá de Sarajevo,
manuscrito em pergaminho do século XIV, Espanha.

Traduzido de Crossdreamers

Muitos de vocês devem ter se deparado com o seguinte argumento no debate sobre a vivência transgênero: como o crossdressing e as identidades transgênero são construções sociais, é provável que isso seja fruto da sociedade capitalista moderna, do patriarcado ou de algo igualmente sinistro – uma linha de argumento que provavelmente levará a uma discussão limitada sobre sexualização e fetiches.

Essa impressão é reforçada pelo fato de historiadores e estudiosos da arte terem a tendência de ignorar – ou censurar abertamente – as vozes de pessoas com variantes de gênero de outras culturas e épocas.

Como comentei em meu artigo sobre o Kama Sutra, até recentemente todas as traduções para o inglês desse trabalho pulavam a parte sobre mulheres heterossexuais dominando homens heterossexuais, provavelmente porque era considerado algum tipo de ameaça à ordem mundial ou algo aparentemente impossível de entender.

Portanto, é necessário muito estudo e trabalho neste campo. Estou confiante de que, se procurarmos, encontraremos crossdressers e transgêneros em todas as culturas e em todas as épocas. Suas vidas serão expressas de maneiras diferentes de acordo com a linguagem local e a estrutura cultural (como são hoje), mas terão algo em comum: um desejo ou uma necessidade de expressar ou ser reconhecido como seu verdadeiro gênero ou como uma mistura dos dois.

quarta-feira, 26 de abril de 2023

Por que a disforia de gênero, em vez da identidade de gênero, explica a transição de gênero

Traduzido de TaraElla

Por que a disforia de gênero, em vez da identidade de gênero, explica a transição de gênero e por que isso importa.

Nos últimos anos, houve um intenso debate sobre a "validade", ou a falta dela, do conceito de identidade de gênero. Em várias ocasiões, defendi a validade da identidade de gênero com base em minhas próprias experiências de vida como uma mulher trans. O que eu também fiz, mas não enfatizei na época, foi que basicamente desmistifiquei o conceito de identidade de gênero ao fazer isso.

O que eu disse foi que me identifiquei como mulher porque compartilho os interesses e preferências das meninas desde quando eu crescia e até hoje estou vivendo socialmente muito mais próxima das mulheres do que dos homens. Em outras palavras, me identificar como mulher é simplesmente o resultado de me identificar com aquelas pessoas que compartilham preferências sociais e de estilo de vida comigo, por um longo período de tempo. Não é diferente de se identificar como canadense, conservador ou torcedor de um determinado time de futebol. As pessoas fazem essas identificações subjetivas o tempo todo, é assim que damos sentido ao mundo ao nosso redor.

No entanto, o que também vejo agora é que isso, por si só, não explica minha transição de gênero. De fato, alguns homens gays afeminados também dizem que se identificam com mulheres ou com a feminilidade, pelo menos até certo ponto, e por razões semelhantes. No entanto, eles não sentem a necessidade de passar pela transição de gênero. Para complicar ainda mais as coisas, há um número substancial de mulheres trans que relatam que não se “identificavam como mulheres” no início de sua transição. Elas apenas “queriam ser mulheres”. A razão pela qual elas não “se identificavam como mulheres” era porque não sabiam o que era ser mulher até que começaram a “se tornarem uma” socialmente. Essas mulheres trans normalmente não relatam ter tido uma infância feminina, ou mesmo uma juventude feminina, portanto, elas não têm motivos para se identificar assim como mulheres como eu. Portanto, é natural que essas pessoas não se “identifiquem como mulher”. Isso prova ainda mais que a identidade de gênero não é diferente de outros tipos de identidade subjetiva.

quarta-feira, 19 de abril de 2023

Esse homem se parece com uma mulher

Fig. 1 O Jovem Cristo

Traduzido de The Ontological Machine

Durante o ano passado, olhei para esta imagem inúmeras vezes. A primeira vez que a vi eu estava em uma palestra tediosa, daquelas que o palestrante fica passando slides de PowerPoint – apresentações depois do almoço nunca foram a minha praia. Se sabe, quando alguém não sabe direito sobre um determinado tópico de arte, tudo começa a se fundir na mesma coisa (depois de uma certa quantidade de querubins e mulheres nuas, eles parecem todos iguais). Mas quando você aprende a olhar, tudo começa a fazer sentido. De repente, as curvas daquelas mulheres nuas dizem algo sobre o pintor, e o uso de um determinado pincel nos querubins ajuda a distinguir o período. Depois disso, qualquer apresentação de slides se torna mais divertida e leve, como uma versão artística de Onde está Wally. Você deve supor que eu gasto meu tempo de maneiras muito estranhas, e você está certo.

E eu devia estar no limite do conhecimento, porque enquanto o palestrante passava rapidamente pelas imagens, uma delas imediatamente me tirou o sono. Essa figura de olhos amendoados e cabelos cacheados perfeitamente articulados parecia estar olhando para um interlocutor invisível como se estivesse no meio de uma conversa. Algo sobre esta imagem estava me deslumbrando. Talvez fosse o uso da luz, ou talvez sua proximidade, como se eu vivesse uma intimidade da qual não pudesse escapar. Isso me fez sentir algo que nunca pensei ser possível enquanto assistia à arte renascentista: me deixou desconfortável.

Não demorou muito até eu perceber que a imagem não era de uma mulher núbil olhando para longe com modéstia. O retrato era de um menino. E aquele menino era Jesus Cristo. Apenas um GIF poderia transmitir minha surpresa naquele momento, e eu tive um milhão de perguntas imediatamente. Por que essa imagem é tão perturbadora para mim? Por que ele parece uma mulher? Quem pintou isso? Eles queriam que ele parecesse com uma mulher? Onde a pintura seria apresentada?

quarta-feira, 22 de março de 2023

6 questões-chave para refletir sobre o seu crossdressing

Traduzido de Enfemme Style

Seis perguntas-chave para te ajudar a determinar onde você realmente está com seu crossdressing

Tenho certeza de que quase todos os crossdressers concordarão que estão em uma jornada emocionante, cheia de acontecimentos e bastante extraordinária.

No entanto, nossas jornadas podem não ser todas iguais em termos de como ou com que rapidez avançamos ou progredimos. Para a maioria de nós, existem muitos fatores estranhos, questões pessoais ou internas e assim por diante e, portanto, nossa jornada acaba nunca sendo uma estrada reta. Também não nos movemos perpetuamente em um ângulo de 45º a partir do ponto de partida, na verdade está mais para uma subida; uma estabilizada; então sobe um pouco mais, estabiliza. Às vezes, talvez até dêmos alguns passos para trás antes de continuar para a frente e para cima.

Também é improvável que nossos caminhos sejam isentas de armadilhas, problemas e dúvidas; arrependimentos e recriminações (se formos descobertos) e talvez até expurgos (ugh!) – bem como, é claro, a alegria indescritível e a maravilha de como podemos nos transformar, de maneira muito apresentável, em uma mulher atraente…

De vez em quando, sei que muitos de nós já pararam para refletir sobre o que conquistamos, até onde chegamos – e talvez até contemplem ou tentem adivinhar até onde essa nossa jornada travesti nos levará. Nesses momentos, perguntas e mais perguntas surgem em nossas mentes, algumas recorrentes, outras novas.

De outras pessoas com quem conversei, as perguntas mais comuns incluem:

1. Você ainda se traveste da mesma forma que fazia quando começou?
Como todos sabemos, é quase impossível parar de se montar; para aqueles que purgam (não é um bom pensamento!), não importa quantas vezes o façam, a necessidade/desejo ainda volta. Para a maioria das pessoas que pratica crossdressing há 2 ou 3 anos ou mais, é provável que você tenha começado usando apenas sutiã, calcinha e meia-calça… Eu diria que mais de 80% que começaram com roupas íntimas básicas, agora buscam transformações completas.

De fato, você seguiu em frente!

quarta-feira, 8 de março de 2023

Como funciona o sexo depois que você começa a se travestir?

HQ Boneca da Raan

Traduzido de En Femme Style

Tudo isso vai além de um apenas um par de meias 7/8, um bom sutiã push-up e um salto alto do seu tamanho grande, tanto para você quanto para a sua parceira. Com isso, vamos para o lado pessoal. Quer o crossdressing seja uma inclinação sexual ou caso você esteja partindo para uma transição de genero, isso afetará diretamente a sua sexualidade e sua vida sexual com a sua parceira. Uma discussão honesta do âmago da questão é algo que não acontece com frequência suficiente. Estou escrevendo supondo que você deseja manter seu relacionamento ativo e que vocês dois estejam comprometidos um com o outro. Apesar de eu estar usando pronomes femininos para a parceira aqui, acho que a maior parte das dicas se aplica independentemente de gênero.

Se o crossdressing se resumo a sexo para você, pelo menos por enquanto, vestir-se para brincar no quarto pode não ser uma tarefa tão difícil. Fale abertamente sobre isso e defina limites para ambos os lados, assim como se deveria fazer para qualquer outra fantasia sexual. Este é um bom momento para falar sobre o que cada um de vocês precisa e deseja dessa experiência e sobre seus medos e desconfortos. Dê pequenos passos e comece devagar. Trate isso como se fosse uma encenação, tornando-o algo divertido. Compartilhem alguma literatura erótica, marquem uma visita a um sexshop ou assistam a um vídeo com o tema apropriado, isso pode ajudar a fornecer a vocês dois um pouco de inspiração, se vocês estiverem se debatendo.

quarta-feira, 1 de março de 2023

As pequenas grandes alegrias de ser trans

Traduzido de Victoria Strake

São as pequenas coisas da vida que costumam trazem mais felicidade a cada momento.

Talvez eu nunca use um chapéu chique, mas é bom saber que eu tenho essa opção
Imagem: “A Chapelaria” — Edgar Degas (1879/86)

De certa forma, sinto-me como um daqueles macacos de pesquisa que passaram a vida inteira em uma gaiola estéril sem fazer nada além de qualquer experimento que fosse exigido de mim. Minha vida fingindo ser homem era esparsa e focada em trabalho sem muito mais. Agora que estou entrando em mim e em meu lado trans, tenho toda uma coleção de novos mundos abertos para mim, e é delicioso, mesmo que seja desafiador. O que é mais alegre são as pequenas coisas do dia-a-dia que nunca pude aproveitar antes de fazer as pazes com minha natureza. Deixe-me contar algumas dessas pequenas bênçãos.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

É realmente possível mudar de sexo?

Traduzido de Sheila Crosby – Starlight guide

Se os gametas são a única coisa que importa para definir o sexo, então na realidade existem três sexos: humanos que produzem gametas grande, humanos que produzem gametas pequeno e humanos que não produzem

Recentemente, entrei em uma discussão frustrante no Twitter com um grupo de pessoas insistindo que você não pode mudar de sexo. Fui acusada de mentir e ouvi que era o cúmulo da condescendência fingir acreditar que sexo é algo confuso e mutável.

Algum tempo depois, uma luz me iluminou. Temos diferentes definições de sexo. Já vi um monte de definições diferentes, mas essas pessoas pareciam convencidas de que a única definição possível era a versão infantil aprendida na escola.

Se eu entendi direito, eles definem o sexo apenas em termos de gametas. Uma mulher é alguém com grandes gametas (ovos), portanto, todas as pessoas com grandes gametas são mulheres. Um homem tem gametas pequenos (esperma), portanto, todas as pessoas com gametas pequenos são homens. Estas são as duas únicas possibilidades.

Espere. Se os gametas são a única coisa que importa, então na verdade existem três sexos: gameta grande, gameta pequeno e nenhum gameta. Algumas pessoas nunca produziram gametas durante a vida. Outras pessoas não começam a produzi-los até a puberdade e alguns produzem somente até uma certa idade. Você muda de sexo na puberdade e na menopausa ou após uma cirurgia de câncer? Por essa lógica, você também mudaria de sexo após uma cirurgia de mudança de sexo. Você deixa de ser mulher se não está ovulando devido a pílulas anticoncepcionais, treinamento extenuante, doença ou gravidez?

Também é algo circular, como todas as definições. Se você definir cachorros como “aqueles animais que miam”, então todos os animais que miam são cachorros, QED. Espero que eles digam: “Mas as mulheres produzem óvulos, não esperma”. É muito difícil identificar sua própria lógica circular.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Minha história de destransição e possível retransição de gênero

Traduzido de Sarah H.

Percebo que parte dos textos de pessoas transgênero busca expor a própria experiencia, então aqui está a minha: passei por uma destransição involuntária e terei uma possível retransição.

Nasci em 1975, filho único. Meu pai era engenheiro de aviação, pilotava aviões Jumbo 747, minha mãe era aeromoça e depois largou o emprego quando eu nasci. Eu cresci com o que eles chamam de “pais helicóptero” na Alemanha. Minha mãe sempre estava por perto, e meus pais realmente queriam que seu filho tivesse um futuro brilhante, então eles apoiaram tudo e qualquer coisa que eu quisesse fazer. Eu tinha muitos livros, um microscópio, kits de experimentos eletrônicos, muitas e muitas coisas para brincar e um dos primeiros computadores domésticos lançados (Commodore 64). Na minha juventude, eu tinha cabelos longos e loiros e muitas vezes era confundido com uma menina. Eu não me importava. Eu realmente não me importava, até porque gênero era um conceito meio estranho para mim. Meus pais até me deram uma boneca quando eu quis ter uma, mas no final da adolescência também fizeram questão de deixar claro com o que “meninos” brincam e com o que “meninas” brincam, que cores eles usam e como eles se comportam. Nunca cresci “sabendo” que algo não estava certo, mas, de qualquer maneira, comecei tarde.

As coisas mudaram quando fiquei mais velho, por volta dos 19 anos. Quando eu via uma garota, podia sentir duas reações. Primeiro poderia ser a reação típica de “ah, eu gosto dela”, mas com mais frequência me pegava imaginando como eu ficaria naquele vestido, naquela saia, jeans ou o que quer que ela estivesse vestindo.

Também foi assim que as coisas começaram: uma loja em uma cidade grande por onde passei vendia saias masculinas. Era uma marca alemã bem conhecida, então… embora eu soubesse que “isso não estava certo” (devido aos meus pais), ainda assim comprei aquela saia naquele dia. Minha coleção de itens femininos começou a crescer durante meu tempo na universidade, principalmente as saias. Meus pais estavam pagando por uma universidade privada de elite na Alemanha, comparável a Cambridge ou a Harvard (estudando ciência da computação e administração de empresas). Eu também fui morar nos Estados Unidos por um ano em 1997.

Eu ainda estava me sentindo envergonhado, realmente não sabia o que estava acontecendo. Concluí meus estudos em 2000 aos 25 anos e, com a crescente popularidade da internet, logo entrei em contato com outras pessoas transgênero, também da minha região. Encontrei um grupo local de autoajuda, que recomendou uma esteticista próxima que poderia me montar como mulher. Eu não tinha certeza se deveria fazer algo assim, afinal, era como um fruto proibido. Apesar disso... Liguei para ela, ela foi bastante simpática, marquei uma consulta e fui “transformada em menina” por ela. Bem, mais ou menos. Eu já havia comprado uma peruca baratinha para a ocasião, e assim que ela arrumou tudo, ela me deu um espelhinho de mão para eu dar uma olhada. Ainda hojeme recordo daquele momento... Eu apenas tinha que sorrir. Era uma sensação de felicidade que eu não tinha experimentado até então.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

O crossdressing me ajuda a afastar a dor, o estresse e a raiva

Traduzido de Kumar Shreyansh

Desde pequeno, eu costumava ficar na frente do espelho, normalmente quando não havia ninguém em casa e admirava meu eu feminino. Me dava uma sensação gostosa além de uma felicidade imensa.

Você deve estar pensando que eu sou uma menina, certo? Mas você está muito enganado, porque eu sou um menino – na verdade sou um rapaz de 20 anos.

Eu me considero experimentando um fenômeno psicológico normal de "fetichismo travesti", que é comumente referido como "crossdressing". Ao ouvir esta palavra, você deve pensar em um show de comédia, onde homens vestidos como mulheres "entretêm" as pessoas. Não, no meu caso isso é totalmente diferente. As pessoas se travestem por vários motivos, mas é algo considerado chamativo principalmente em homens como eu. Passei dez anos no armário, experimentando tudo o que estava disponível na minha casa. Agora, eu preciso me abrir e admitir.

Crossdressing ou qualquer coisa relacionada ao tópico é um tabu na minha cultura de origem indiana, apesar da ciência declarar isso como algo "normal". É apenas uma forma de se expressar. Eu, sendo homem, gosto de usar roupas femininas, especialmente lingeries. E deixe-me explicar a razão por trás disso.

Eu uso roupas femininas principalmente para entrar em contato com a parte feminina da minha consciência. Uso vestidos femininos para me livrar da dor, do estresse, da raiva ou de tudo que me incomoda demais – coisas que não consigo resolver sozinho. Às vezes fico perturbado, tanto mental quanto emocionalmente. Preciso de alguém ao meu lado, mas ninguém parece querer me acompanhar. Às vezes, há tanta escuridão que perco a esperança. Em algum momento, eu decidi cometer suicídio. Coloquei uma corda no meu pescoço e estava prestes a me enforcar por causa do estresse que lentamente consumia meu corpo. Mas encontrei algo que me deu esperança. Para escapar desses tempos, comecei a me travestir. Porque quando as energias masculina e feminina se encontram, há criação; há luz; há esperança.