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quarta-feira, 2 de março de 2022

O problema da fantasia trans na pornografia

Pelo que parece, a pornografia transgênero está bombando na internet e o Brasil é um dos maiores consumidores dessa fantasia. Se bem que isso sempre existiu, principalmente por que as pessoas que estão fora da cis-heteronormatividade costumam ser marginalizadas e obrigadas a dar um jeito para sobreviver, o que mostra bem esse artigo chamado Retrato íntimo e glamouroso de mulheres trans na Paris dos anos 60 que relata como era essa questão a 60 anos no passado.

O problema é que muita gente acaba tendo o primeiro contato com pessoas transgênero nesse submundo pornográfico e logo supõem que todas as pessoas do espectro trans são assim. Cansei de receber mensagens de sujeitos anônimos na internet querendo saber da minha vida sexual ou até querendo me contratar para satisfazer os desejos deles. Confesso que esse foi um dos motivos que me fez tomar distância do mundo online e me afastou da maioria das redes sociais. Isso é cansativo e eu já perdi a paciência para tentar filtrar.

A autora do texto a seguir passou pela mesma situação que eu e disserta para tentar quebrar esse paradigma que existe em torno das pessoas transgênero e não-binárias.

Traduzido de Suzanna Alastair

Recentemente, um homem me enviou esta mensagem em um aplicativo de namoro que eu uso:

"Ei, você é gostosa!!! Você se parece com essa garota do [filme pornô trans] que eu assisti. Eu quero fazer isso….. e isso…. e mais isto… com você"

Ele assistiu um pouco de pornografia trans e ficou todo excitado e incomodado. Ele ansiava pela mesma experiência e logo assumiu que eu também queria. Por quê? Bem, porque eu sou uma mulher trans, o que obviamente deve significar que eu quero transar com ele exatamente da mesma maneira que a aquela estrela pornô, certo?

Não.

As pessoas trans representam uma pequena porcentagem da população e a maioria das outras pessoas não teve a oportunidade de conhecer uma pessoa trans para perceber que somos como qualquer pessoa. Somos seres humanos normais com anseios de felicidade e também desejamos evitar qualquer tipo de sofrimento. Nem todos gostamos das mesmas coisas só porque somos trans. Somos um grupo diversificado de pessoas, assim como a população em geral.

Nos últimos anos, as pessoas trans receberam uma certa exposição na mídia devido a celebridades como Elliot Page e Caitlyn Jenner. Como resultado, as pessoas ficaram curiosas a respeito de pessoas trans, quem somos e, claro, como é fazer sexo com uma pessoa trans.

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Como atingir o lendário orgasmo anal por estímulo da próstata

Primeiro eu gostaria de dizer que faz tempo que eu queria escrever esse artigo, até encontrei aqui nos meus arquivos umas pesquisas salvas sobre esse tema de uns anos atrás. Nesse meio tempo eu cheguei a escrever sobre o sexo anal e a inversão de papéis, que tem relação direta com o tema desse artigo e vale a pena você ler antes de continuar, mas eu fiz questão de passar pessoalmente pela experiência para então poder descrever aqui para vocês.

Antes de continuar, acho importante destacar algumas questões:

  • As dicas que vou passar aqui vão ajudar você a conhecer o seu próprio corpo e a explorar possibilidades de prazer que normalmente são ignoradas por questões supostamente morais;
  • Estimular a região anal ou a próstata por si só não tem absolutamente nenhuma relação com orientação sexual, principalmente se você estiver buscando isso por conta própria;
  • Cada pessoa terá uma experiência única. Pode ser que você se encante na primeira tentativa, pode ser que você prefira o estímulo anal apenas como complemento do estímulo peniano, pode ser que demore anos para você acertar o seu ponto (como aconteceu comigo), assim como pode ser que você nunca atinja o orgasmo anal mesmo depois de tentar inúmeras vezes;
  • Vou focar um pouco mais no orgasmo anal pela estimulação da próstata pois sou um homem biológico e é isso que eu tenho para explorar, mas, pelo que eu pesquisei, as técnicas são bem similares para a anatomia feminina.

Bom, então vamos começar pela questão biológica do negócio.

Quando um dedo ou um brinquedo erótico é inserido no ânus de uma pessoa, algumas diferentes partes do corpo acabam sendo estimuladas. A começar pelo próprio ânus.

Nosso furico é, na verdade, o orifício no final do intestino grosso regulado pelo esfincter, que tem como suporte a musculatura do períneo e que recebe inervação pelo nervo pudendo, que é o responsável pela transmissão da sensação de órgãos genitais externos de ambos os sexos. Isso faz com que o local tenha uma sensibilidade que, para algumas pessoas, forneça sensações incríveis quando estimuladas.

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Travestismo pode ser considerado um transtorno ou uma doença?

Quem acompanha o blog deve perceber que eu vejo o meu crossdressing mais como uma característica de estilo pessoal ou de identidade própria do que qualquer outra coisa. No entanto, já postei aqui artigos falando sobre o crosdressing como um fetiche assim como a feminização como um fetiche e, em ambos os casos, a medicina entende o comportamento como um tipo de parafilia, mas será que ele pode ser considerado um transtorno ou uma doença?

Primeiro vale dizer que parafilias, conhecidas como “interesses sexuais invulgares”, são definidas clinicamente como “qualquer outro interesse sexual intenso e persistente que não o interesse na estimulação genital ou carícias preparatórias consentidas com parceiros humanos, fenotipicamente normais e fisicamente adultos”. Ou seja, qualquer fetiche ou comportamento sexual que desvia da norma são considerados como um tipo de parafilia. Além de que, é frequente algum grau de variação nas relações sexuais e nas fantasias de adultos saudáveis. Quando as pessoas concordam mutuamente em praticá-los, os comportamentos sexuais pouco habituais que não causam prejuízo podem integrar uma relação amorosa e carinhosa.

Por outro lado, quando os comportamentos sexuais causam angústia ou são prejudiciais ou interferem com a capacidade da pessoa de desempenhar funções em atividades rotineiras, eles são considerados um transtorno parafílico. A angústia pode resultar das reações de outras pessoas ou da culpa da pessoa por fazer algo socialmente inaceitável. Os transtornos parafílicos podem comprometer seriamente a capacidade de atividade sexual afetuosa e recíproca. Os parceiros das pessoas com um transtorno parafílico podem sentir-se como um objeto ou como se fossem elementos sem importância ou desnecessários na relação sexual.

Sendo assim, travestir-se em si não é um distúrbio (longe disso), mas travestir-se para experimentar uma intensa excitação sexual pode ser, principalmente se causar prejuízo significativo à pessoa ou à terceiros. Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (5.ª edição), uma das bases de diagnósticos de saúde mental mais usadas no mundo, um indivíduo com Transtorno Transvéstico sofre de ansiedade, depressão, culpa ou vergonha por causa de sua necessidade de se travestir. Esses sentimentos geralmente são resultado da desaprovação de pessoas próximas ou de sua própria preocupação com ramificações negativas sociais ou profissionais.

Alguns estudiosos acreditam que o Fetichismo Transvéstico deve ser excluído da Classificação Internacional de Transtornos (CIT) na próxima revisão, embora ainda seja verdadeiro que algumas pessoas se transvestem de modo compulsivo e se sintam angustiados e prejudicados por seu comportamento.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Desmistificando o sexo anal e a inversão de papéis

Aproveitando o gancho do último capítulo da HQ - Boneca da Raan, gostaria de escrever um pouco sobre a prática do sexo anal. Quando se procura sobre o assunto na internet o que mais aparece é a respeito da fixação de homens em realizá-lo com as suas parceiras além de dicas para praticar, no entanto quero abordar também o outro lado da moeda, quando a mulher é ativa e o passivo é o homem.

Na história em quadrinhos já faz algum tempo que a Raan se admirou com a possibilidade de usar uma cinta peniana (cinta caralha ou strap-on), que é uma cinta com um pênis de brinquedo acoplado que possibilita a mulher de ser ativa (a prática é conhecida como pegging ou inversão de papéis), mas quando surgiu a oportunidade de comprá-la o sentimento de vergonha e de culpa atrapalhou o casal e eles acabaram recuando sobre a ideia. Afinal, qual é o problema?

Por que a prática ainda é um tabu?
Alguns estudiosos afirmam que há cinco mil anos a prática do sexo anal era natural na Mesopotâmia, inclusive fazia parte dos cultos religiosos dos Assírios. Registros mostram, também, que na Antiguidade, alguns casais usavam o sexo anal como método anticoncepcional. Na Roma antiga, na noite de núpcias, os homens se abstinham de tirar a virgindade da noiva em consideração à sua timidez, entretanto, praticavam sexo anal com ela. Na Grécia Antiga não existia os termos "homossexual" e "heterossexual", na verdade não haviam identidades sexuais como há hoje, naquela época um homem poderia ter relações sexuais com homens e mulheres, tudo dependia da beleza.

Por esse prisma é possível afirmar que o moralismo em cima do ato é um fenômeno recente e tem uma passagem da bíblia que ajudou a gerar bastante confusão. O 1 Coríntios 6:10 diz "Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus". A palavra "sodomia" ainda costuma ser relacionada com sexo anal, no entanto as interpretações mais modernas vêem como atos pecaminosos praticados pelos moradores da cidade de Sodoma presenciados pelos anjos quando foram convidados à casa de Ló, que inclui até um estupro coletivo entre homens, e que levaram a cidade às ruínas.

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Excitação sexual em crossdressers e transgêneros

Esse é um tema tão complicado que eu já comecei a escrever diversos artigos a respeito e sempre acabo empacando no meio do caminho. Recentemente, enquanto eu fazia as minhas pesquisas, me deparei com esse texto de 2013 da Dana Jennett Bevan, uma mulher trans americana, pesquisadora com PhD em Psicologia pela Universidade de Princeton e autora de livros com temática relacionada a transgêneros, e achei interessante traduzir para vocês, confiram:

Adaptado de TG Forum

Nós nos empenhamos no comportamento transgênero porque ficamos sexualmente excitados por praticar crossdressing?
Afinal, o que sabemos sobre a excitação sexual?
Se fazemos isso apenas pela sensação da excitação sexual, por que em muitos casos o sentimento confuso sobre próprio o gênero continua quando a excitação se desvanece?
Alias, o que acontece com a excitação caso o indivíduo opte pela cirurgia de redesignação sexual?

Os detalhes mais importantes sobre a ciência da excitação sexual é que ela é assimilada principalmente na fase da adolescência e no início da fase adulta e segue as leis do Condicionamento Clássico, também conhecido como condicionamento pavloviano. Quando éramos adolescentes cheios de hormônios sexuais que alteravam e sensibilizavam nossos órgãos genitais e seios, quase qualquer estímulo sensorial desencadeava excitação sexual, essa sensação era ainda mais intensa quando se tratava de uma paquera. Gradualmente esta excitação por estímulos acaba se pareando com os estímulos associados àqueles com quem fomos atraídos e a assimilação de respostas continua com masturbação e sonhos noturnos.