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quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Por que eu gosto de me travestir? Por que sou crossdresser?

Traduzido de EnFemmeStyle

Por que? Por que? Por que?!?

Imagino que a maioria de nós, em algum momento do curso de nossas vidas, tenha se sentado e ponderado sobre o motivo de nos travestirmos. Por que temos esse desejo ardente, não ... deixe-me reformular isso: por que temos essa necessidade essencial, irresistível e implacável de vestir roupas femininas pelo tempo que pudermos e nos apresentar como mulheres?

Acho que uma resposta simples, mas um tanto petulante, seria: Bem, não sei, acho que gosto de estar como mulher de vez em quando. No entanto, se você passar algum tempo contemplando esse aspecto do seu ego, poderá descobrir que há mais do que isso.

quarta-feira, 6 de julho de 2022

Os estereótipos da masculinidade viking estão incoerentes

Traduzido de Time

Parte da imagem que temos hoje dos antigos povos vikings é uma caricatura da masculinidade – o guerreiro de cabelos compridos ainda está incorporado nos logotipos ou publicidades de produtos que apelam para um suposto ideal de comportamento viril. Mas a realidade escandinava da era viking abrangeu muito mais, incluindo uma verdadeira fluidez de gênero. O patriarcado era uma norma da sociedade viking, mas que foi subvertida a cada passo, muitas vezes de maneiras que – fascinantemente – foram incorporadas às suas estruturas.

Os vikings certamente estavam familiarizados com o que hoje seria chamado de identidades queer. As fronteiras de gênero eram rigidamente policiadas, às vezes com conotações morais, e as pressões sociais impostas a homens e mulheres eram muito reais. Ao mesmo tempo, porém, essas fronteiras eram permeáveis a um grau de sanção social. Há uma tensão clara aqui, uma contradição que pode ser produtiva para quem tenta entender a mente viking.

Esses temas e conexões podem ser analisados nas sepulturas da época. Os arqueólogos determinam o sexo dos mortos enterrados através da análise de seus ossos (o que é confiável, embora não 100% certeiro) ou DNA (que usa uma definição cromossômica que geralmente é incontroversa). No entanto, em muitos casos os falecidos foram cremados, ou as condições de preservação no solo foram desfavoráveis à sobrevivência do osso em qualquer estado. Nesses casos, durante séculos, os arqueólogos recorreram à determinação do sexo dos mortos por meio da associação com objetos supostamente de gênero – armas em um túmulo são consideradas para sugerir um homem, conjuntos de joias denotam uma mulher e assim por diante.

Além dos problemas óbvios de confundir sexo e gênero, e também de classificar o pedaço de metal por sexo, essas leituras arriscam simplesmente empilhar um conjunto de suposições sobre o outro no que os decisores forenses chamam de “bola de neve de viés” de interpretações cumulativamente questionáveis.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Eu era uma pessoa preconceituosa e irritada com a causa transgênero

Sempre achei complicado apontar questões sobre transfobia de maneira geral pois sei que esse meu estilo de vida não é algo tão simples assim de se lidar, mesmo nos dias atuais. Tanto que, por exemplo, na primeira vez que eu participei de um encontro com outras crossdressers eu mesmo tive dificuldades de tratar as meninas no feminino. Na minha cabeça eu pensava "cuidado com os pronomes", mas a medida que a conversa fluía as palavras no masculino iam saindo involuntariamente.

O texto a seguir trás uma questão que ainda vai além. O autor confessa que no passado ele se dava ao trabalho de discutir com pessoas transgênero na internet pois considerava esse tipo de comportamento um absurdo. Até que chegou ao ponto em que ele questionou a origem dessa raiva dentro dele e notou ele mesmo tinha tendências transgênero e não sabia como lidar ou como se aceitar.

Traduzido de Terapeuta Trans

Na minha vida passada, eu era uma lésbica cisgênero. Foi um rótulo de identidade duramente batalhado por mim. Passei a maior parte da minha vida namorando caras e fui bastante feminina por um certo tempo antes de desejar demonstrar minha estranheza de forma mais aparente. Outras mulheres queer me dispensavam e questionavam se eu me sentia atraída por mulheres. Durante esse tempo, li blogs e artigos que focavam em mulheres queer, e inevitavelmente me deparei com o conceito de mulheres trans e pessoas transfemininas.

E eu fiquei furiosa.

Era difícil para mim imaginar ter algum conhecimento interno da identidade de gênero de alguém que não fosse baseado em características sexuais. Algumas mulheres trans descreviam suas experiências como se compartilhassem uma energia indescritível ou um companheirismo com outras mulheres que as apontassem sobre a sua própria identidade.

"Do que essas pessoas estão falando?" Eu pensava com frustração. "Não sinto algum tipo de energia compartilhada com outras mulheres. Na verdade, eu sempre me senti como se fosse de outra espécie. A única coisa que me diz que sou uma mulher são os meus órgãos genitais! Se eu acordasse amanhã com outro conjunto de genitais, eu seria tranquilamente um homem."

Entra então o meu futuro eu transmasculino: "Cara". Como você equipara não entender a ideia de “sentir-se” como uma mulher como uma razão para invalidar a existência de todas as mulheres trans e pessoas transfemininas? Isso não diz muito mais sobre você do que sobre qualquer outra pessoa?

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

E se você não for realmente transgênero?

Bom dia a todos e feliz ano novo! Esse ano eu pretendo continuar trazendo mais textos toda quarta-feira para fazer vocês refletirem um pouco, além de dicas, fotos, HQs e qualquer assunto interessante relacionado à nossa vivência fora da norma. A começar por esse texto de um terapeuta americano trans e queer que trata da auto dúvida que temos a respeito da nossa própria identidade. Ele foca em vivências trans, mas o contexto vale igualmente para qualquer pessoa que foge da linha cis-hétero.

Traduzido de Terapeuta Trans

Como lidar com essa questão assustadora.

Eu me entendi como sendo uma pessoa transgênero quando estava com 26 anos. Comecei a fazer a terapia hormonal alguns meses depois e mudei legalmente meu nome alguns meses depois disso. Embora eu tivesse muitas pessoas que me apoiavam, ainda foi uma das coisas mais difíceis que eu fiz na minha vida. Eu não trocaria isso por nada e estou feliz por ter abraçado quem eu realmente sou.

Nos primeiros anos, fui atormentado por preocupações sobre a validade da minha identidade trans. E se eu não for realmente trans? Eu pensava comigo mesmo. E se eu estiver errado e acabar cometendo um erro terrível? E se eu tiver que desfazer a transição e me sentir insuportavelmente envergonhado?

A maioria das minhas preocupações se baseavam na minha ansiedade, o que significa que estavam focadas no futuro. Essas eram coisas que ainda não haviam acontecido e podem nem acontecer. Para mim, não aconteceu. Embora a destransição faça parte da jornada de algumas pessoas, a maioria das pessoas trans não passam por essa experiência. Infelizmente, as poucas pessoas que desfazem a transição acabam sendo usadas como evidência de que pessoas trans em geral não são reais, o que não só ataca pessoas trans, mas objetifica aqueles que vêm a perceber que não são trans (ou que prefeririam viver a vida como se forem cis, mesmo que não sejam).

Ainda tenho essas preocupações de vez em quando, embora não sejam tão comuns. Até o momento já se passaram cerca de cinco anos e essas preocupações diminuíram à medida que relaxei em minha identidade.

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Porquê o autêntico Cristianismo deveria apoiar a comunidade LGBT

Apesar de eu ser um ateu/agnóstico convicto, acho interessante conhecer um pouco do que cada religião tem para nos ensinar, independente da origem dela. E, com esse olhar externo, sempre achei estranho o moralismo defendido pela Igreja Católica quando comparado com os ensinamentos de Jesus de Nazaré, supostamente a essência da fé cristã. O texto a seguir é de um rapaz cristão e homossexual que sentiu isso na pele e, apesar de tudo, nunca perdeu a fé.

Traduzido de Andrew Springer

O amor radical e a inclusividade que Jesus Cristo pregou é o mesmo amor que reuni a comunidade LGBT.

Quando eu estava crescendo na Virgínia Ocidental (EUA), quase todos os “cristãos” em minha vida me disseram que ser gay era pecado. Então eles me disseram que ser gay não era pecado, que agir como gay era pecado. Seja gay, mas não seja gay. Namore garotas, case-se com uma mulher ou passe a eternidade no Inferno.

E quando tudo isso não se concretizou, meu melhor amigo, que era como um irmão para mim, me excluiu completamente da vida dele. Ele comparou ser meu amigo, alguém que “viveu voluntariamente o pecado”, a levar um alcoólatra a um bar. Ele já não fala comigo há onze anos.

Eu não posso te dizer o quanto isso me doeu, ou quanta distância colocou entre mim e Deus. Eu parei de ir à igreja. Eu parei de orar. Minha fé se ausentou. Mas, desde então, está lentamente retornando. Porque eu sei agora que ser cristão e ser LGBT são essencialmente a mesma coisa, não importa o que os fundamentalistas digam.

Aceitei há um tempo que, no fim das contas, os fundamentalistas vão me odiar de qualquer maneira. Eu sei que eles rejeitam a mensagem central de Jesus Cristo. É uma mensagem tão simples que pode ser resumida em uma única palavra: Amor.