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quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

A dificuldade de ser um cara afeminado em um escritório heteronormativo

Traduzido de Very Good Light

Eu sempre podia ver isso em seus rostos.

Eu temia isso. Eu falava no que era o meu tom mais baixo e antinatural e observava como um breve momento de realização cruzava em seus rostos, seguido por risadinhas abafadas e, em seguida, amizade educada neutra ou desprezo, dependendo de quem eu estava me apresentando.

No meu tom de voz mais baixo, eu parecia uma Paris Hilton imitando uma tuba tocando “9 to 5” da Dolly Parton. Como um relógio, a temida pergunta surgia, às vezes durante uma conversa e outras vezes durante uma amizade de anos.

"Você é gay?"

Para mim, a vergonha não era, e não é, necessariamente em ser gay, mas na interpretação social de minha feminilidade inerente ou falta percebida de masculinidade “aceitável”.

Eventualmente, a resposta para essa pergunta irritante passou de “não” para “sim” para “por que mais eu estaria no Grindr?” Eu abraço minha sexualidade totalmente, nunca vacilando em minha própria autoaceitação. Afinal, é algo que eu não poderia mudar. Minha feminilidade, por outro lado, parece uma maldição. Por muito tempo, tudo o que eu queria era mudar isso.

Eu sou de uma pequena cidade de Ohio, e tudo o que fiz no ensino médio parecia estar sob um microscópio, minha expressão – tom, voz – sempre em discussão. O que me deixou mais nervoso e ansioso na época foi que, assim que as pessoas, incluindo professores na escola e adultos em posições de poder, ouviam minha voz ou testemunhavam minha apresentação estética, eles me descartavam. Eu teria que trabalhar muito mais do que os outros alunos para ser elogiado ou reconhecido.

Para muitos, a feminilidade é uma característica repugnante nos homens.

quarta-feira, 30 de junho de 2021

Porque você não deve supor a identidade sexual das pessoas

Acho que eu já me acostumei com o fato de as pessoas automaticamente suporem que eu sou homossexual por conta da minha identidade de gênero, o que não é o caso. Já fui questionado por familiares, amigos, desconhecidos, até por uma crush sobre isso e cheguei a comentar a respeito disso quando escrevi sobre a minha visita numa balada hétero. No passado eu me incomodava com essa percepção, mas chegou um ponto que percebi que não tinha muito o que fazer e acabei deixando isso de lado.

O texto a seguir foi escrito por uma mulher que não tem a aparência mais feminina do mundo e que passa exatamente pela mesma situação. Acho que isso também tem relação direta com a questão da passabilidade, pois no fundo não existe homem/mulher padrão nem hétero/homo/bi padrão. Cada um tem o seu jeito. Cada um tem a sua aparência. Cada um tem a sua personalidade. E, o mais importante, cada um merece o devido respeito!

Traduzido de Alana Rister, Ph.D.

Não, eu não sou lésbica e o seu gaydar está errado!

Muitas pessoas me veem como lésbica. Desde como me visto até a maneira como falo, aparentemente eu envio um alerta ao gaydar das pessoas. Na verdade, apesar de eu estar em um relacionamento sério com um homem há mais de 5 anos, as pessoas me incentivam a sair do armário.

Eu até entendo por que as pessoas presumem que eu sou lésbica. No entanto, essas suposições me causaram sofrimento e angústia desnecessários. Matou minhas amizades, prejudicou meu relacionamento com a minha família e, por fim, tornou muito difícil a minha autoaceitação.

Provavelmente eu devo ser uma das poucas pessoas heterossexuais que passou por severos questionamentos sobre minha identidade sexual por causa da pressão social. Acredite em mim, eu sei que sou heterossexual.

Desta forma, quero compartilhar as 3 principais razões pelas quais as pessoas presumem que eu sou lésbica e porque a sociedade deve parar de fazer suposições sobre a identidade sexual e sobre a identidade de gênero dos outros.


Minha aparência
De longe, o maior motivo pelo qual as pessoas acham que sou gay é por causa da minha aparência. Minha aparência fica em algum lugar entre andrógina e masculina, dependendo do dia.

Eu tenho um corte de cabelo bagunçado, visto roupas de homem e nem mesmo encosto em maquiagens. Esse visual supostamente masculinizado costuma plantar a ideia de que eu devo ser lésbica.

Eu me identifico como agênero. Isso significa que não me vejo como homem ou como mulher e rejeito a noção de estereótipos de gênero. Embora minha jornada para encontrar minha identidade de gênero tenha sido complexa, isso me deu a liberdade de ser quem eu quero ser sem me sentir constrangida.