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quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Fetiche de feminização forçada, um breve resumo

Traduzido de Claudia Tyler Mae

fetiche de feminização forçada é um assunto que desperta curiosidade em muitas pessoas, no entanto é confuso para quem não conhece direito e problemático nas suas associações. Aqui está um rápido “O que é?”, “Por quê?” e "E então…?".


O que é?

Grosso modo, seria quando um homem é relutantemente obrigado a se vestir, se apresentar e agir “como uma mulher”. É aí que o senso comum termina. Tal como as comunidades trans e fetichistas de onde provém, o propósito da transformação e o resultado variam enormemente entre os praticantes.

E justamente esta enorme variação é a raiz de muita confusão.

Lembre-se de que o que outra pessoa associa a uma determinada aparência, palavra ou ato não é necessariamente o que você associa a essas mesmas coisas. Uma calcinha pode fazer alguém se sentir confortável, pode deixar alguém excitado ou pode fazer a pessoa se sentir completamente desamparada.

Infelizmente, a maioria dos observadores externos desconhece a enorme variação de identidades não conformes de gênero que existe. Ao contrário da grande mídia, não somos apenas drag queens ou supermodelos transgênero. Se você conhecer alguém que explora o gênero, saiba que pode ser uma expressão transgênero ou de disforia, um fetiche por peças de roupa específicas, uma forma de explorar a sexualidade, uma performance ou uma série de outras associações. Cada uma dessas forças motrizes leva a diferentes abordagens sobre a feminização.

quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Socorro, meu filho tem roupas femininas escondidas no armário!

Traduzido de Gin Kim

Este post é direcionado aos pais. Se você descobriu que seu filho está escondendo umas roupas femininas no quarto dele ou em algum canto da casa: em primeiro lugar, não entre em pânico.

Vamos falar sobre os possíveis motivos dele estar com este comportamento inesperado.


1. Ele deseja fazer transição de gênero para ser uma garota

Vou começar com o dito “pior caso” pelo padrão da nossa norma social. Seu filho pode estar tendo disforia de gênero. Ele pode ou não desejar transicionar fisicamente para ter uma vida feminina e um corpo feminino. Dependendo da idade que ele tem, ele pode nem saber se realmente sente esse desejo. Se for adolescente ou pré-adolescente, provavelmente ele ainda está se descobrindo. Não sou especialista nisso, então tenho poucos conselhos que eu possa dar. Minha opinião é essa: se você, como pai, deseja que seu filho seja feliz, será que realmente importa se ele eventualmente se torne ela? Não esqueça que ele sempre será seu filho.

quarta-feira, 31 de maio de 2023

Lingerie para homens: uma história sem frescuras

Traduzido de Mel Magazine

Como a seda e a renda ajudam certos homens a entrar em contato com o seu lado feminino

É hora de dar um jeito nas roupas íntimas masculinas, pensaram Kristina e David Bonfield depois de se casarem em Hong Kong em 1986 e passarem a lua de mel na Mongólia e na Rússia no Expresso Transiberiano. A única coisa que os manteve aquecidos no inverno frio da Sibéria foi a malha térmica de seda que eles compraram na China. A calça de cintura alta e a blusa de manga comprida disforme não eram sexy, mas os mantinham aquecidos. Mais importante, era fácil de lavar e secar mesmo viajando em temperaturas congelantes. Ao todo, foi o suficiente para inspirar um momento “e se”. Ou seja: e se pudéssemos pegar esse tecido, tingi-lo de vermelho escuro ou azul brilhante e fazer uma cueca masculina e uma regata com ele?

“Nossos três primeiros designs foram batizados de: 'É hora de dar um jeito nas roupas íntimas masculinas'”, diz Kristina, agora com 62 anos. Eles publicaram desenhos das cuecas de seda em jornais britânicos locais (que é onde eles estavam morando) e as pessoas começaram a enviar pedidos de compra – junto com um feedback crucial. “Recebemos ligações de homens de toda a Inglaterra que diziam que amavam nossas roupas íntimas, mas perguntavam se poderíamos fazer alguns designs mais femininos”, lembra Kristina.

Os homens admitiram sentir vontade de usar lingerie, mas até então esse desejo significava pegar emprestado de suas esposas, que era muito largo na altura da bunda e muito estreito na virilha. Depois de receber meia dúzia de ligações em um mês, os Bonfields perceberam que havia todo um mercado sendo ignorado. Então, em 1992, eles lançaram Apres Noir Lingerie for Men, um nome escolhido porque Kristina passou um tempo em Paris e achou que soava misterioso. (O nome depois mudou para Xdress quando eles se expandiram para os EUA porque ela diz que a maioria dos americanos teria dificuldade para entender as palavras francesas.) Foi a primeira marca de lingerie desenhada para homens, apresentando uma coleção de sutiãs, calcinhas e bodys.

Os clientes típicos, diz Kristina, eram caminhoneiros, fazendeiros e banqueiros heterossexuais e casados (ao invés dos homens interessados em se produzir como Drag, que faziam tucking e “não precisavam daquele espaço extra que nossos designs ofereciam”.) “Os homens disseram que gostavam de usar a lingerie por baixo do macacão ou do terno, pois aliviava o estresse ao permitir que acessassem seu lado feminino”, explica Kristina. Em particular, ela acrescenta, a seda macia contra seus testículos oferecia um alívio da necessidade incessante de “se tornar homem” e, como ninguém podia ver os ursinhos sob seus macacões, a trégua durava o dia todo.

Hoje, quase 30 anos depois, a Xdress oferece uma gama de modelos sensuais que os homens podem escolher – calcinhas, sutiãs, cintas-liga, camisolas, leggings, bodys, espartilhos e camisolas, todos os quais estão sendo adquiridos por uma clientela cada vez mais jovem, graças à presença crescente da marca nas redes sociais.

quarta-feira, 17 de maio de 2023

Confissões de um crossdresser fetichista

Traduzido de Claudia Tyler-Mae

A adorável Sarah Lewis tem um post aqui onde ela responde a alguns questionamentos sobre as suas taras sexuais. Gostei tanto que pensei em responder às mesmas perguntas.

Compare e contraste se quiser. Caso contrário, apenas me julgue. E veja se me importo.


10. Você quer ser mulher?

Não. Eu seria péssima nisso. Sou sem graça, insensível, tenho poucas habilidades sociais e um senso de vestimenta de um pato.

Ou não. Meu gênero não é um problema para mim. No dia a dia não me preocupa como as pessoas me percebem. Se eu fosse uma mulher, ainda andaria de jeans e camiseta, me esqueceria de marcar hora no cabeleireiro e trataria as outras pessoas exatamente como trato agora.

Ou… Sim, quero ser graciosa, socialmente habilidosa, cuidar da minha aparência, poder expressar minha sexualidade e ter total liberdade na maneira de me vestir.

Certa vez, li uma longa ficção sobre uma Dominadora que captura um homem e lentamente o transforma em mulher. No final, ele(a) passou pela cirurgia de mudança de sexo e viveu como mulher. Isso me fez chorar. Não porque era o final feliz que eu queria para mim, mas porque eu sei que não posso ter esse final feliz.

Não sou tão motivada por minha identidade a ponto de querer me tornar uma mulher com sucesso – nem me encaixo na definição de transexual. Em vez disso, sento-me em algum lugar dentro do espectro, levemente disfórica às vezes, simpatizante da ideia e desesperada pelo papel de gênero, mas, no final das contas, ainda me sinto masculino e sem uma "resposta fácil", sem um final feliz como uma linda princesa.

Realmente não é uma princesa

É frustrante e triste, mas não há nada que realmente mude essa situação, a menos que alguém invente uma varinha mágica que realmente funcione. Meu lado masculino normalmente vence a batalha e, no geral, está tudo bem.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Desassociação entre identidade e fetiche

Traduzido de Claudia Tyler-Mae

Um dos problemas de compreensão no submundo da libertinagem sexual é a associação de sexualidade com identidade. Para alguns, a imagem dela define a pessoa. Para outros, essas são duas coisas totalmente distintas.

Essa é a diferença entre slut shaming e slut walks (slut shaming é quando pessoas são julgadas de maneiras pejorativas por se comportarem/vestirem fora de um modelo considerado tradicional, enquanto no slut walks, conhecido no Brasil como Marcha das Vadias, as mulheres protestam contra a crença de que as vítimas de estupro provocam a violência por conta de seu comportamento ou pela sua roupa). Também podemos visualizar isso claramente no BDSM, onde alguns bottoms podem sair de uma sessão de humilhação com a cabeça erguida, enquanto outros correm por quilômetros para se esconder de todos. No discurso público, analogamente se questiona se as pessoas podem jogar videogames violentos sem serem necessariamente violentas.

Parece-me que isso está ligado à incapacidade das pessoas de desassociar a imagem (ou a palavra, ou mesmo o ato) da identidade de alguém. Uns ficam felizes em adotar publicamente uma imagem excêntrica ou explorar um papel de gênero ou papel social diferente do deles e não sentem que isso defina quem eles são, apenas como uma exploração momentânea. Já aqueles que associam um ao outro, porém, sentem a ligação como uma constante atrelada a sua identidade (exemplo: "se eu experimentei sexo anal, isso quer dizer que virei gay?").

Isso causa problemas quando um determinado grupo adota estilos e comportamentos que outro grupo relaciona com uma sexualidade específica, ou vê como algo misógino ou humilhante. Não que isso seja um argumento para dizer que um lado é mais “liberal” do que o outro. Alguns pervertidos felizes e confiantes também podem ser "literalistas", que fazem a associação direta de que se você quer agir como uma vagabunda, então você deve simplesmente seguir em frente e sempre se apresentar como uma vagabunda. A capacidade de desassociar ou não define como você se expressa, não as coisas que deseja expressar.

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Bimbo: vulgar por vontade própria

A palavra Bimbo costuma ser empregada de maneira pejorativa na língua inglesa para insultar mulheres consideradas atraentes, sexualizadas, ingênuas e pouco inteligentes, algo parecido com o "loira burra" que já foi muito popular aqui no Brasil. No entanto, o termo Bimbo está passando por uma transformação e, atualmente, pode até ser considerado um estilo de vida.

Para dar um panorama do termo no passado, você pode olhar o artigo "O ano das Bimbos" do New York Post de 2007 onde o tabloide catalogou, de maneira cruel, as mulheres mais notórias daquele ano consideradas por eles como bimbos, incluindo a Amy Winehouse (uma “bimbo-alternativa” que “eles não conseguiram fazer ir para a reabilitação”), Jamie-Lynn Spears (uma “bimbo-em-treinamento” porque ficou grávida aos 18 anos e posteriormente monetizou suas fotos de gravidez), Britney Spears (que se separou naquele ano e raspou a cabeça), Paris Hilton, Mischa Barton e a própria bimbo-protótipo, Anna Nicole Smith.

Durante muito tempo foi assim que o mundo entendeu o que significava a palavra bimbo. O termo era usado para privar as jovens de sua humanidade e de seu livre arbítrio, algo como uma censura moral, e hoje tem até o termo slut-shaming que descreve bem esse tipo de situação. Era inferido a promiscuidade sexual como um sinal de depravação e falta de inteligência. Também era um conceito usado para diminuir o trabalho cultural de algumas das jovens mais poderosas da época.

O termo evocava inconscientemente imagens de grandes seios de silicone, longos cabelos loiros clareados, roupas justas e maquiagem pesada, enquanto comunicava que todas essas coisas eram de alguma forma inerentemente imorais. Inclusive as conotações negativas do termo são oficiais: a definição de Bimbo no dicionário inglês é "um termo depreciativo para uma mulher atraente, mas frívola".

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Homem de calcinha, porque não?

Recentemente o ator Milhem Cortaz interpretou o personagem Joubert Machado na novela O Sétimo Guardião da Globo, um respeitado delegado da cidade fictícia de Serro Azul. Com voz grossa e postura viril, ninguém desconfia que o policial usa calcinha. Apesar disso, o personagem é machista, defensor dos "bons costumes", além de ser muito ciumento com a esposa Rita de Cássia, vivida por Flávia Alessandra.

O caso trouxe o assunto para o público geral e, sob o olhar da sociedade, parece se tratar de uma prática estranha e inusitada. No entanto, no submundo dos crossdressers isso é algo tão banal que algumas pessoas até tentam dissociar o termo crossdressing dos homens que apenas adotam a calcinha pois, apesar de ser uma roupa do sexo oposto, pouco se compara a uma produção completa com roupas, acessórios e maquiagem.

Pode não parecer, mas essa prática atrai um grande número de homens pelo mundo inteiro. Embora seja mantida em segredo nas culturas mais conservadoras e machistas, nós só não temos noção do seu alcance porque as roupas íntimas são bem protegidas pelas camadas exteriores. Caso contrário, tenho certeza que já seria um comportamento naturalizado.

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Travestismo pode ser considerado um transtorno ou uma doença?

Quem acompanha o blog deve perceber que eu vejo o meu crossdressing mais como uma característica de estilo pessoal ou de identidade própria do que qualquer outra coisa. No entanto, já postei aqui artigos falando sobre o crosdressing como um fetiche assim como a feminização como um fetiche e, em ambos os casos, a medicina entende o comportamento como um tipo de parafilia, mas será que ele pode ser considerado um transtorno ou uma doença?

Primeiro vale dizer que parafilias, conhecidas como “interesses sexuais invulgares”, são definidas clinicamente como “qualquer outro interesse sexual intenso e persistente que não o interesse na estimulação genital ou carícias preparatórias consentidas com parceiros humanos, fenotipicamente normais e fisicamente adultos”. Ou seja, qualquer fetiche ou comportamento sexual que desvia da norma são considerados como um tipo de parafilia. Além de que, é frequente algum grau de variação nas relações sexuais e nas fantasias de adultos saudáveis. Quando as pessoas concordam mutuamente em praticá-los, os comportamentos sexuais pouco habituais que não causam prejuízo podem integrar uma relação amorosa e carinhosa.

Por outro lado, quando os comportamentos sexuais causam angústia ou são prejudiciais ou interferem com a capacidade da pessoa de desempenhar funções em atividades rotineiras, eles são considerados um transtorno parafílico. A angústia pode resultar das reações de outras pessoas ou da culpa da pessoa por fazer algo socialmente inaceitável. Os transtornos parafílicos podem comprometer seriamente a capacidade de atividade sexual afetuosa e recíproca. Os parceiros das pessoas com um transtorno parafílico podem sentir-se como um objeto ou como se fossem elementos sem importância ou desnecessários na relação sexual.

Sendo assim, travestir-se em si não é um distúrbio (longe disso), mas travestir-se para experimentar uma intensa excitação sexual pode ser, principalmente se causar prejuízo significativo à pessoa ou à terceiros. Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (5.ª edição), uma das bases de diagnósticos de saúde mental mais usadas no mundo, um indivíduo com Transtorno Transvéstico sofre de ansiedade, depressão, culpa ou vergonha por causa de sua necessidade de se travestir. Esses sentimentos geralmente são resultado da desaprovação de pessoas próximas ou de sua própria preocupação com ramificações negativas sociais ou profissionais.

Alguns estudiosos acreditam que o Fetichismo Transvéstico deve ser excluído da Classificação Internacional de Transtornos (CIT) na próxima revisão, embora ainda seja verdadeiro que algumas pessoas se transvestem de modo compulsivo e se sintam angustiados e prejudicados por seu comportamento.

quarta-feira, 31 de março de 2021

Arquétipos do BDSM: identidades eróticas

Dada a introdução ao BDSM apresentada no último post, vou aprofundar um pouco no assunto apresentado os arquétipos do BDSM. No título eu chamei isso de identidade erótica com um certo tom de provocação. Sim, eu sei que tem as identidades sexuais (hétero, homo, bi e talz), no entanto, sinto que somos muito mais complexos do que uma "pessoa que faz sexo com alguém do gênero oposto e/ou não", então acho que seria interessante abrir um pouco esse leque e preencher com os nosso desejos profundos.

O termo “arquétipo” tem origem no grego antigo: Archein, que significa original, e Typos, que significa modelo ou tipo. Carl Gustav Jung, fundador da psicologia analítica, usou o conceito de arquétipo em sua teoria da psique humana pois acreditava que personagens míticos universais – os arquétipos – residem no inconsciente coletivo das pessoas em todo o mundo, independentemente de cultura, raça ou nacionalidade. Ou seja, esse conceito na psicologia tenta encontrar padrões nas personalidades das pessoas.

No contexto do BDSM o caminho é parecido, mas mais focados nos nossos interesses libertinos. Todo mundo é diferente na hora H, algumas pessoas gostam de explorar as sensações do toque, outras gostam de ouvir sacanagens no pé do ouvido enquanto outros preferem uma pegação mais selvagem. Os arquétipos do BDSM são modelos utilizados para representar padrões de comportamento ou características predominantes nos praticantes os quais as pessoas podem se identificar em vários graus (de 0% a 100%). Por acaso você tem curiosidade para saber os seus?

Se sim, você pode fazer um teste no site www.bdsmtest.org que ele vai dar uma boa ajuda para entender os seus próprios desejos. A primeira página está em inglês, mas na sequência você tem a opção de fazer o teste em português. A lista abaixo eu me baseei neste mesmo site e detalha um poucos desses arquétipos, e, apesar de não ter todos, com certeza te dará um bom panorama.

Só um detalhe, vou usar todos os termos e adjetivos no masculino apenas por causa de regras de concordância do nosso português, mas tudo aqui vale para absolutamente qualquer gênero, ok?

Baunilha

No universo BDSM Baunilha é o termo usado para designar as pessoas que gostam de relacionamentos monogâmicos regulares e sexo convencional. Não há nada de errado com isso. Vale mencionar que Baunilha é uma especiaria bastante popular que há muito tempo é vista como um tipo de joia dos aromas, então a referência encaixa bem nesse contexto sem nenhum tipo de julgamento.


Bondage: restrição de movimentos

Riggers sentem prazer ao amarrar e restringir o movimento do(s) seu(s) parceiro(s), usando corda e/ou outros acessórios (correntes, algemas, barras espaçadoras, etc.), para ter controle sob o corpo dele(s). Ele também é responsável por monitorar o Bottom para garantir que circulação sanguínea e o fluxo de ar não sejam comprometidos.

Rope Bunny ou Rope Bottom preferem ser amarrados. Isso gera uma sensação de vulnerabilidade física e emocional, portanto ele precisa sentir confiança que o Top garantirá a segurança durante a cena.

A prática é bastante difundida no meio e pode ser usada para aumentar a libido, para fins artísticos ou apenas para diversão. Muitas vezes as pessoas misturam bondage com outras práticas do BDSM.


Disciplina e o jogo de provocação

Brat é um tipo de bottom focado na Disciplina. Não são necessariamente submissos pois não sentem prazer em se submeter. Seu prazer consiste em provocar o Top de diversas formas, de acordo com sua personalidade, bem como impor resistência durante as sessões, mas sempre mantendo respeito aos limites do parceiro. Essa provocação já é algo esperado pelo Top, pois faz parte do jogo de disciplina, e este, então, reage à provocação “castigando o bottom” (praticando então o sadomasoquismo e/ou bondage, por exemplo).

Domadores são, em essência, dominadores que gostam de lidar com gente malcriada. Eles consideram a desobediência como uma forma de jogo, não como grosseria, então não vão se ofender, mas com certeza darão uma boa lição em quem estiver merecendo.

quarta-feira, 24 de março de 2021

Introdução ao BDSM

Bom, não posso afirmar que sou especialista em BDSM, no entanto já tive alguma experiência prática e garanto que li muito sobre o tema. Sempre que eu busco informações a respeito de crossdressing e suas origens eu acabo passando por grupos relacionados às práticas de BDSM, inclusive já citei alguma coisa por aqui quando falei sobre o fetiche de bondageo fetiche de feminização e gaiola peniana, fora as HQs Boneca da Raan e Inversão de Papéis que fazem diversas referências ao assunto. Mas o que significa essa sigla e por que as pessoas logo pensam em coisas como roupas de couro e chicotes?

O BDSM se trata de um termo guarda-chuva que agrupa atividades fetichistas e práticas estimulantes (nem sempre sexuais). A sigla vem de Bondage/Disciplina (práticas de restrição física, treinamento, punição, etc), Dominação/Submissão (práticas de obediência, troca de poder, veneração, etc) e Sadismo/Masoquismo (atividades com dor, degradação, medo, etc). Ao longo do tempo o BDSM foi agregando outros desviantes similares, então além dos seis grupos citados na sigla ainda tem outras várias atividades relacionadas ao termo (voyeurismo, não monogamia, práticas primitivas, etc). É importante ressaltar que se trata de uma atividade consensual que respeita os direitos fundamentais de cada ser humano envolvido, isso afasta o termo de qualquer tipo de abuso sexual ou doméstico.

Eu estava preparando outro artigo a respeito do tema mas percebi que seria necessário introduzir diversos assuntos antes então preferi trazer primeiro esse guia básico sobre BDSM que encontrei no site do BuzzFeed americano.

Dominadora profissional

Traduzido de BuzzFeed

Esqueça o que você viu em Cinquenta Tons de Cinza. Aqui está a sua verdadeira cartilha de iniciação ao BDSM.

1. Começando do básico: a origem do termo BDSM:
BDSM inclui bondage e disciplina (B&D), dominação e submissão (D&S) e sadismo e masoquismo (S&M). Os termos são agrupados dessa forma porque BDSM pode ser diversas coisas diferentes para pessoas diferentes com preferências diferentes, disse a escritora e educadora de BDSM Clarisse Thorn (autora de "The S&M Feminist"), ao BuzzFeed Life. Na maioria das vezes, os interesses de uma pessoa se enquadram em uma ou duas dessas categorias, ao invés de todas elas de uma vez.

2. Nem sempre envolve sexo, mas pode.
A maioria das pessoas pensa que o BDSM está ligado diretamente ao sexo. Embora possa ser verdade para algumas pessoas, outras afastam essa hipótese completamente. “Ambas são experiências corporais muito intensas e sensuais e causam sentimentos muito fortes nas pessoas que as praticam, mas não são a mesma coisa”, diz Thorn. Ela usa uma metáfora para isso: uma massagem. Às vezes, uma massagem, por mais sensual que seja, é apenas uma massagem. Para outros, uma massagem quase sempre leva ao sexo. É algo parecido com o BDSM; é uma questão de preferência pessoal e sexual dos praticantes.

Bondage – restrição de movimentos

3. Não há nada de errado com as pessoas que praticam e o consentimento é regra.
Este é um dos equívocos mais comuns e frustrantes sobre o BDSM, diz Thorn. BDSM não é algo que surge de abuso ou de violência doméstica, e se envolver nele não significa que você gosta de abusar ou de ser abusado.

Em vez disso, desfrutar do BDSM é apenas uma faceta da sexualidade e do estilo de vida das pessoas. “São apenas pessoas comuns que se desfrutam desse jeito”, disse a especialista em sexo Gloria Brame (autora de Different Loving) ao BuzzFeed Life. "São seus vizinhos, seus professores e as pessoas que empacotam suas compras. O maior mito é que você precisa desse conjunto circunstâncias pesadas, quando na verdade são apenas pessoas comuns que precisam dessa atividade para a sua dinâmica íntima."

4. Saiba que você sempre pode dizer não.
“Muitas pessoas no início pensam que é 'tudo ou nada', especialmente se você só esteve com um parceiro”, diz Thorn. Por exemplo, você pode pensar que por gostar de ser submisso em certas circunstâncias isso significa que você deve sempre concordar com qualquer comportamento submisso ou masoquista dos quais você não necessariamente gosta.

Mas isso está absolutamente errado. Você pode e deve escolher quais atividades relacionadas ao BDSM que você está ou não interessado, diz Thorn. E isso pode variar dependendo da situação, do parceiro ou até do seu dia. Lembre-se de que o consentimento é um requisito básico do BDSM, e é possível consentir com algo enquanto ainda se opõe a outro.

Dominação, restrição e Whipping (chicotadas)

quarta-feira, 3 de março de 2021

"Sexy, Sexy Drag Queen": Drag como Libertação, Drag como Fetiche, Drag como Vergonha

O texto a seguir é uma tradução do artigo do Joe Corr em que ele comenta como foi a experiência de sair pela primeira vez montado de drag e ser abordado sexualmente, isso o fez questionar sobre a imagem que ele passava de si mesmo ao se produzir.

Em diversos pontos do texto ele faz questionamentos sobre o Drag Queen que caberiam muito bem no crossdressing. Seria o crossdresing uma identidade sexual? Quando você se monta você se percebe como objeto de desejo? Já notou como a feminilidade costuma ser associada ao sensualismo? Confira isso e muito mais a seguir.

Traduzido de Joe Corr

Aos 17 anos, fui sexualmente abordado por um homem pela primeira vez na minha vida. Para complicar as coisas, foi no mesmo dia em que saí de casa pela primeira vez de Drag. Desde então, tenho lutado com os emaranhados confusos de gênero, sexo, fetichismo e vergonha que vêm de brinde por eu ser uma pessoa queer libertada e, ao mesmo tempo, um objeto de fetiche. Aqui, tento deixar de lado algumas dessas preocupações de uma vez por todas.

A Parada LGBT de Brighton de 2014 foi um dia de estreias para mim, marcando duas ocasiões históricas em minha própria linha do tempo. Foi nesse dia que saí de drag pela primeira vez. Depois de passar tanto tempo reunindo coragem para finalmente tomar a iniciativa, eu ainda me surpreendo com o conjunto que escolhi para minha primeira excursão. Minha referência drag é bagunçada, suja e áspera – estilo: Divine, Tranimals, Leigh Bowery e Christeene. Inspirando-me no lendário terrorista drag Fade-Dra Phey, eu montei um conjunto que poderia ser descrito como "Viagem ácida da dona de casa suburbana misturada com Leatherface de O Massacre da Serra Elétrica". Com pouca maquiagem, puxei uma meia-calça pela cabeça, com buracos feitos para revelar apenas um olho e meus lábios, que estavam manchados com sombra e batom em duas ou três pinceladas fortes. Usei a peruca loira mais horrível que encontrei (vestida de lado), um vestido floral de poliéster cortado curto e esfarrapado para que toda a minha bunda ficasse exposta e luvas de limpeza amarela com unhas de acrílico (para o toque necessário de glamour). Eu era uma visão, um terrível pesadelo de fluxo de consciência – e eu adorei. Mas a reação que obtive foi algo para o qual eu não estava preparado. Na verdade, fiquei tão impressionado com a quantidade de atenção (que variava de êxtase a irritação) que acabei pegando o ônibus para casa às 3 horas da tarde, com sapatos de salto alto nas mãos, soluçando baixinho por pura sobrecarga sensorial. Foi um exercício de construção de caráter, com certeza, mas que ajudou na minha formação.

Uma das inspirações do autor: Austin Young - The Tranimal Workshop

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Desmistificando o sexo anal e a inversão de papéis

Aproveitando o gancho do último capítulo da HQ - Boneca da Raan, gostaria de escrever um pouco sobre a prática do sexo anal. Quando se procura sobre o assunto na internet o que mais aparece é a respeito da fixação de homens em realizá-lo com as suas parceiras além de dicas para praticar, no entanto quero abordar também o outro lado da moeda, quando a mulher é ativa e o passivo é o homem.

Na história em quadrinhos já faz algum tempo que a Raan se admirou com a possibilidade de usar uma cinta peniana (cinta caralha ou strap-on), que é uma cinta com um pênis de brinquedo acoplado que possibilita a mulher de ser ativa (a prática é conhecida como pegging ou inversão de papéis), mas quando surgiu a oportunidade de comprá-la o sentimento de vergonha e de culpa atrapalhou o casal e eles acabaram recuando sobre a ideia. Afinal, qual é o problema?

Por que a prática ainda é um tabu?
Alguns estudiosos afirmam que há cinco mil anos a prática do sexo anal era natural na Mesopotâmia, inclusive fazia parte dos cultos religiosos dos Assírios. Registros mostram, também, que na Antiguidade, alguns casais usavam o sexo anal como método anticoncepcional. Na Roma antiga, na noite de núpcias, os homens se abstinham de tirar a virgindade da noiva em consideração à sua timidez, entretanto, praticavam sexo anal com ela. Na Grécia Antiga não existia os termos "homossexual" e "heterossexual", na verdade não haviam identidades sexuais como há hoje, naquela época um homem poderia ter relações sexuais com homens e mulheres, tudo dependia da beleza.

Por esse prisma é possível afirmar que o moralismo em cima do ato é um fenômeno recente e tem uma passagem da bíblia que ajudou a gerar bastante confusão. O 1 Coríntios 6:10 diz "Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus". A palavra "sodomia" ainda costuma ser relacionada com sexo anal, no entanto as interpretações mais modernas vêem como atos pecaminosos praticados pelos moradores da cidade de Sodoma presenciados pelos anjos quando foram convidados à casa de Ló, que inclui até um estupro coletivo entre homens, e que levaram a cidade às ruínas.

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Excitação sexual em crossdressers e transgêneros

Esse é um tema tão complicado que eu já comecei a escrever diversos artigos a respeito e sempre acabo empacando no meio do caminho. Recentemente, enquanto eu fazia as minhas pesquisas, me deparei com esse texto de 2013 da Dana Jennett Bevan, uma mulher trans americana, pesquisadora com PhD em Psicologia pela Universidade de Princeton e autora de livros com temática relacionada a transgêneros, e achei interessante traduzir para vocês, confiram:

Adaptado de TG Forum

Nós nos empenhamos no comportamento transgênero porque ficamos sexualmente excitados por praticar crossdressing?
Afinal, o que sabemos sobre a excitação sexual?
Se fazemos isso apenas pela sensação da excitação sexual, por que em muitos casos o sentimento confuso sobre próprio o gênero continua quando a excitação se desvanece?
Alias, o que acontece com a excitação caso o indivíduo opte pela cirurgia de redesignação sexual?

Os detalhes mais importantes sobre a ciência da excitação sexual é que ela é assimilada principalmente na fase da adolescência e no início da fase adulta e segue as leis do Condicionamento Clássico, também conhecido como condicionamento pavloviano. Quando éramos adolescentes cheios de hormônios sexuais que alteravam e sensibilizavam nossos órgãos genitais e seios, quase qualquer estímulo sensorial desencadeava excitação sexual, essa sensação era ainda mais intensa quando se tratava de uma paquera. Gradualmente esta excitação por estímulos acaba se pareando com os estímulos associados àqueles com quem fomos atraídos e a assimilação de respostas continua com masturbação e sonhos noturnos.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Gaiola peniana de castidade, como funciona?

Tempos atrás eu vi um post no Facebook de uma amiga relatando sobre a experiência de uso da gaiola peniana no dia a dia e fiquei curiosa. Até comentei sobre ela no post Pênis e autocontrole: pela racionalidade, mas eu nunca havia testado, então recentemente eu comprei uma e quero compartilhar com vocês informações sobre o acessório e tirar dúvidas sobre o uso.

O que é e como funciona?
Antes de responder vamos ver como funciona uma ereção:
O pênis é como um tubo oco de tecido que, quando estimulado, recebe um aumento no fluxo sanguíneo que acaba preenchendo os corpos cavernosos do órgão com sangue e permite a ereção. A gaiola peniana ou cinto de castidade masculino é um dispositivo projetado para constringir o pênis no estado flácido e não permitir o preenchimento com sangue, bloqueando então a ereção. Normalmente ele se mantém fixado por um anel peniano.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Fetiches (05) - Feminização

Faz tempo que não faço um post desses a respeito de fetiches então hoje eu trouxe um tema que pode ser um pouco polêmico mas que também pode abrir a cabeça de muita gente, trata-se do fetiche de Feminização (do inglês: feminization ou sissification).

Feminização
De maneira geral, entendi que o objeto de fetiche seria se ver como fêmea em posição de total submissão. Apesar dessa associação da imagem feminina como submissa, muitos praticantes fazem questão de serem feminizados apenas por fortes mulheres dominadoras.

O básico desse fetiche é ser submisso à alguém e se comportar/vestir como fêmea, as variações a partir disso são inúmeras e dependem da vontade do dominado e da criatividade de quem está dominando. Alguns submissos gostam de serem ordenados a fazerem as tarefas vestindo roupas de empregada, outros entregam o corpo ao dominador e agem como se fossem cadelas no cio, enquanto outros aproveitam o momento para poderem ser mais emocionais e delicados, o contrário do que uma sociedade machista espera de um homem.

Dentro do contexto de BDSM, uma sissy é um homem submisso que tem prazer sexual com a humilhação e alcança um nível maior dessa sensação com a troca de gênero. Inclusive esse termo é uma derivação de sister (irmã) e também é usado pejorativamente para implicar com garotos com hábitos ou tendências femininas, seria mais ou menos como chamar um rapaz de maricas ou mocinha aqui no Brasil.

O que diferencia a feminização do fetiche de crossdressing é que o objeto de fetiche no crossdressing é apenas a roupa enquanto na feminização o principal é o comportamento. Sendo assim, pode até acontecer de um dominador homem ter o fetiche por crossdressing e feminizar outra pessoa enquanto usa peças femininas, isso seria uma suruba de fetiches, não acham?

Como de costume, segue alguns depoimentos:

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Fetiches (04) - Crossdressing

Falar sobre a temática sexual ainda soa como tabu no Brasil. Mesmo que tenhamos uma cultura sexual bastante forte e presente desde cedo em parte da população, tocar no assunto sempre parece ser algo de outro mundo. Neste post, resolvi trazer esse tema um pouco mais polêmico: crossdressing como fetiche.

No post Crossdressing / Crossdresser / CDzinha eu apresentei alguns tipos de crossdressing e o fetiche sexual estava presente. Nesse caso a roupa do sexo oposto é o objeto de fetiche e usar ou admirar essa peça de roupa excita o praticante. Por acaso isso lembra um pouco o fetiche Zentai, no caso deles só troca a roupa feminina por um traje que cobre o corpo todo.

Eu mesma posso me encaixar em alguns momentos como crossdresser fetichista. Até a história do meu crossdressing caminhou em conjunto com o fetiche por um tempo. Teve época, durante a adolescência, que eu tinha excitação só de encostar em uma meia fina, por exemplo. Hoje, no entanto, eu posso passar horas como Samantha e não tenho nenhum desejo sexual ou ereção. Por outro lado, basta eu colocar uma roupa como a da foto a seguir e ficar na frente de um espelho que a história é diferente (haha, só não sei ao certo se é por que gosto do que vejo ou gosto da roupa que estou usando).

Samantha Oliver



Como fiz nos outros posts sobre fetiche, segue alguns depoimentos de fetichistas:

"Eu sou um homem heterossexual de 20 anos. Desde os doze anos eu tenho um certo interesse em usar roupas de meninas/mulheres. O pensamento de vestir essas roupas, usar maquiagem, usar perfume e me engajar em ter um comportamento feminino me desperta sexualmente. Eu me masturbo quase que exclusivamente para essa ideia. Eu não entendo isso. Eu não me identifico como transgênero ou homossexual, nem tenho muitas características "femininas". Eu sou meio que um nerd peludo com excesso de peso." Anônimo - Yahoo! Respostas



"Comecei a praticar crossdressing no exato momento em que eu aprendi a me agradar sexualmente. A partir desse ponto, nos últimos 10 anos mais ou menos, eu tenho correlacionando crossdressing como alguma forma de prazer sexual. Normalmente quando eu visto roupa de mulher eu fico excitado. Embora isso começou a mudar um pouco ao longo do tempo. Fui tendo vontade de usar mais roupas femininas a medida que fui ficando mais velho e isso está começando a me dividir. As vezes quando vejo uma garota atraente na faculdade, por exemplo, tenho pensamentos como: "uau ela está realmente sexy, eu gostaria de poder me vestir como ela agora". Eventualmente isso me faz ir para casa vestir as minhas roupas de menina e me masturbar. Quando eu termino, porém, eu tenho o mesmo sentimento que a maioria das pessoas tem: eu quero me livrar das roupas, me sinto enojado e sinto que o que faço é grosseiro e errado... Mas depois de um tempo eu volto a ter esses impulsos para me vestir como uma menina de novo e eu gostaria de poder fazer isso sempre, sem que soasse como um problema." gassylammas - Reddit


"Sempre tive um fetiche por lingerie desde que eu era moleque. Lembro da primeira vez que fui tomar um banho e no cesto de roupa vi uma calcinha toda rendada que achei linda. Fiquei olhando e naquele momento veio a ideia de experimentar e ficava na duvida se vestia ou não. Então para matar a curiosidade acabei vestindo e me olhando no espelho e acabei gostando. Conforme fui crescendo e continuava com este mesmo pensamento e experimentando as calcinhas das minhas irmãs escondido. Muitas vezes que estava em algum corredor de shopping ou na rua não podia ver uma loja de lingerie que ficava excitado em ver calcinha. Quando olhava as vitrines e ficava admirando cada calcinha disfarçadamente e imaginando tendo elas." Homem de calcinha

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Fetiches (03) - Zentai

Continuando com a apresentação de fetiches desconhecidos. Esse fetiche consiste na utilização de um traje que cobre absolutamente o corpo todo.
Volto a me perguntar, se tem gente que goste desse tipo de traje, por que o fato de alguém gostar de usar roupa que foi rotulada como de outro gênero seria algo absurdo?
É só para pensar...





Zentai
"uma contração de Zenshin taitsu (do japonês 全身タイツ), que numa tradução literal quer dizer
"o corpo todo", é uma manifestação artística - e sexual - que surgiu nos teatros do Japão"

"Zentai é um macacão justo feito de lycra com elastano (spandex) que cobre o corpo inteiro,
inclusive o rosto. O traje que não cobre a cabeça é chamado de Catsuit."

"Ter a possibilidade de ser anônimo e se exibir ao mesmo tempo é um dos prazeres que move os adeptos do zentai. O fetiche consiste em usar uma roupa feita de elastano que cobre o corpo inteiro, dos pés à cabeça."



Depoimentos:

"Para mim, Zentai pode acabar com regras e limitações física e psicológicas. Ele pode remover alguns tabus sociais nas relações entre indivíduos, neste sentido, dentro de um traje de Zentai a idade, o sexo e a beleza superficial são neutralizados e, consequentemente, torna o outro não-idêntico para mim. Zentai é um meio onde eu posso fazer vídeos e compor música para falar sobre diferentes ideias através de um tema. Zentai é o meu processo atual para trazer a ideia de Unidade (entre indivíduos). Não há nenhuma diferença entre as pessoas e todos nós estamos vivendo neste ciclo de vida. Somos todos passageiros dessa nave espacial chamada Terra"


"A sensação é de estar totalmente fechado e isolado do resto do mundo. Uma leve sensação de claustrofobia que pode ser sentido por alguns de maneira bem agradável.
Intensifica a conscientização do seu próprio corpo com a compressão do tecido "massageado" você em todas partes ao mesmo tempo.
Suavidade. Sentir-se suave e escorregadio em todo o corpo é interessante e faz você se sentir sexy."
Zentai-Zentai - Respostas do por que algumas pessoas praticam Zentai






"Eu tenho um quarto pequeno onde você pode ver todos os trajes de zentai que eu coletei: diferentes fábricas, estilos e cores. Eu me sinto satisfeito quando entro nesse quarto onde posso escolher que o tipo de zentai que usarei no dia.

Sim, eu tenho muitas opções para diferentes papéis. Por exemplo, as vezes eu posso "ser um leopardo" e me sentar tranquilamente aproveitando a luz do sol e me sentir seguro, em paz e 100% relaxado.
Alias, normalmente eu convido alguns amigos que gostam de zentai para vir na minha casa. Embora a gente não faça coisas como dançar e beber, nós gostamos de ficar sentado conversando em voz baixa.
Algumas pessoas pensarão que eu sou um cara estranho, e não vou argumentar por que eles não fazem ideia que o zentai é o melhor amigo que tenho na minha vida."
Post no blog de um Zentaista


quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Fetiches (02) - Podolatria

Quero expor um pouco de cada fetiche "estranho" (chamar de estranho é um preconceito, na verdade ele só é diferente do que estamos acostumados) para mostrar que gostar de usar roupas do sexo oposto pode ser mais simples/normal do que parece e não precisamos nos sentir mal ou culpado por isso...
Então, continuando o tópico deixo como assinto da vez os pézinhos!

O Sapato é um simbolo muito forte para as crossdressers e sei que esse fetiche por eles é bem explorado.
(Alias, tenho que escrever um post sobre como comprá-los!)

Samy Oliver
Podolatria - Fetiche por pés
"O fetichista responde ao pé de uma maneira similar à nádegas ou seios"
Wikipédia

"Não são apenas mulheres que amam comprar sapatos novos - fetiches de pé são amplamente considerados como sendo a forma mais comum de fixação sexual à objetos não-sexuais ou partes do corpo."
The Stallion Style

"Esse gosto pelos pés pode ter um aspecto evolutivo, sendo considerado quase que um instinto, que com o passar do tempo foi reprimido pela sociedade. Os pés possuem inúmeras terminações nervosas, sendo considerados uma das partes mais sensíveis do corpo humano. E também possuem glândulas que liberam ferormônios (hormônios que são sentidos através do olfato) e que têm como papel principal atrair indivíduos do sexo oposto."
Postado em Podolatria Brasil

Depoimentos:
"Estávamos deitados no sofá um de frente pro outro conversando e depois de muito conversar ele tomou a iniciativa..
Pois bem, ele começou, primeiro um beijo no pé depois um cheiro e quando menos percebi meus pés estavam na sua boca..
Eu mesmo sabendo que ele não gostara comecei a lamber suas solas afinal eu estava muito empolgada, no principio ele recuou mas eu não dei muito espaço, puxei seus pés para mim e coloquei em minha boca, imediatamente um calor percorreu meu corpo e meu coração parecia bater com mais rapidez."



"Eu começo elogiando os sapatos, as meias, os dedos, a maciez, a lisura da pele dos pés, depois o formato dos pés e o esmalte (claro! pois mulheres amaaaaam ouvir que acertaram na escolha do esmalte e que os pés ficaram lindos). Toco bem devagar nos sapatos. Sempre elogiando. Elas sempre acabam tirando os sapatos para mim e exibindo os pezinhos..."



"O que você gosta sobre pés?
Mulher A: Pés de homens podem ser muito macios e aparentar suavidade; eles são grandes e a forma é boa. Eu amo o arco do pé do homem, como ele é masculino com os dedos e tornozelos que são fortes e musculosos.
Homem A: Eles são geralmente suave, a forma é bonita, mas o meu negócio favorito sobre eles é que eles são muito curvilíneos. Há curvas em todos os lugares, nos dedos dos pés, tornozelos, calcanhares, peito do pé e o melhor, os arcos.
Homem B: Tudo. Eu sou um homem de pés por completo."



"Eu sei que você gosta dos meus belos pés
e do jeito que eu mexo os dedos dos pés
Eu sei que você vai adorar o seu aroma
vêm dar-lhes uma fungada com seu nariz

Você os prefere
descalços, em sapatos, em meia-fina ou em meias
o simples pensamento dos meus pés
você fica duro como uma rocha

Você adora pintar minhas unhas
e se esfregar com o pensamento de meus pés
Eu perdi a conta das vezes
que te deixei úmido e pegajoso

Eu coloquei meus pés em sua cara
para que você possa dar-lhes uma lufada
e não leva muito tempo
para que você possa ficar ligado e rígidó

Cada chance que você tem
você é como uma criança numa loja de doces
e os dedos dos pés são o seu deleite satisfatória favorito"

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Fetiches (01) - Bondage

O Homem Feminino também pensa em sexo!

Crossdressing pode ser o fetiche de algumas pessoas mas não quero começar falando logo dele.
Antes, quero apresentar outros fetiches procurando suas definições e, sempre que possível, encontrar comentário do ponto de vista do praticante.
Vamos começar por:


Bondage
"Onde a principal fonte de prazer consiste em amarrar e imobilizar seu parceiro ou pessoa envolvida"

"Bondage, no contexto de gratificação sexual, é o uso de dispositivos de retenção e restrição de movimento para promover o prazer sexual dos envolvidos." 

Depoimentos:
"Eu gosto de ser trancado em um pelourinho por alguém que me mantenha preso o tempo que ele quiser. Isso fica entediante muito rápido e ser mantidos lá por várias horas é péssimo. Ser mantido lá por 6-8 horas (o que às vezes acontece comigo) é horrível. A real tortura começa quando ela coloca sandálias de tiras e salto alto em mim. O pior de tudo é quando ela me bate ou, ocasionalmente, me chicoteia."

Obs.: Neste caso também tem dominação, masoquismo e até crossdressing.






"Eu entendo perfeitamente que a sociedade não aceita um homem que curte ser submisso em situações sexuais ou sadomasoquistas, afinal de contas, isso não é “coisa de macho”, mas a verdade é que quando pratico BDSM eu considero que estou num mundo a parte, numa espécie de universo paralelo, aonde as regras normais da sociedade não existem e portanto toda a experiência é valida."



"Quente, coração batendo,
Torcendo, virando.
Minha respiração no ar
Como fantasmas no vento.

Frio me rodeia,
fogo dentro de mim.

Cordas como cobras,
enrolada em volta de mim.
Torção, tornando,
suspenso acima."
Shibari Constrictor por Punkae

Obs: Shibari - verbo "amarrar" em japones. Kinbaku - estilo japonês de amarração sexual que envolve desde técnicas simples até as mais complicadas de nós



"Eu amo a beleza estética e artística de uma corda bem amarrada contra a minha pele, ou contra qualquer corpo feminino - é realmente um belo espetáculo para ser visto. Cada nó cuidadosamente pensado, planejado e executado. Eu amo que, mesmo quando a corda é removida, marcas vermelhas são deixadas na minha pele - um lembrete fugaz mas bem-vindo dos meus momentos em bondage. Eu amo a dualidade do simbolismo que, embora limitado pelas minhas algemas, me sinto completamente contido e à sua mercê, mas é neste estado que estou livre do fardo de escolher e tomar decisões, e assim a minha mente hiperativa fica finalmente acalmada e em paz."