A capa da edição de dezembro de 2020 da revista Vogue americana, uma referência conceituada no que diz respeito ao mundo da moda e lifestyle, deu destaque ao cantor de 26 anos Harry Styles. O ex-integrante do grupo One Direction foi entrevistado e participou de uma sessão de fotos. Ah sim, já ia me esquecendo de um mero detalhe, ele também se tornou o primeiro homem a estampar sozinho a capa da revista nos seus 128 anos de existência. E o melhor: usando um vestido.
O post que eu traduzi na semana passada falando sobre o quão entediante é a moda masculina foi publicado em Julho de 2017 e concluiu o texto falando que "seria bom se, nos próximos anos, essa situação mudasse e os homens, e a moda masculina, começassem a receber dicas do mundo da moda feminina". Bom, creio que essa capa seja um sinal positivo para os anseios do autor (e para os meus também).
Ao longo da entrevista, feita pelo jornalista Hamish Bowles, a voz de Watermelon Sugar refletiu sobre relacionamentos, falou sobre o período de quarentena, sobre seu senso de estilo impar e sobre práticas de meditação que o ajudam à preservar a saúde mental. Aqui eu vou focar na parte do estilo dele.
One Direction em 2012 |
Pode-se dizer que houve uma transição da imagem de galã de boyband, que ele passava quando estava no One Direction, até o ponto atual de fashionista desconstruído. Na entrevista ele conta que esse processo de evolução começou quando ele conheceu o estilista Harry Lambert. “Ele simplesmente se diverte com roupas, e foi daí que eu tirei isso” disse Styles sobre Lambert. “Ele não leva isso muito a sério, o que significa que eu não levo muito a sério.”
Harry Styles e o estilista Harry Lambert |
E complementa: "Você nunca poderia se vestir demais. Não existe esse tipo de coisa. As pessoas que eu sempre admirei na música – Prince, David Bowie, Elvis, Freddie Mercury, Elton John – eles são tão showmens. Quando criança, isso era completamente alucinante. Agora vou vestir algo que pareça realmente extravagante, e não me sinto maluco por usar isso. Eu acho que se você conseguir usar algo que te faz se sentir incrível, é como uma roupa de super-herói. As roupas existem para se divertir, experimentar e brincar. O que é realmente empolgante é que todas essas linhas estão simplesmente se fragmentando. Quando você ignora que 'há roupas para homens e há roupas para mulheres', uma vez que você remove essa barreira, obviamente você expande a arena na qual você pode jogar. Às vezes eu vou às lojas e me pego olhando para as roupas das mulheres pensando o quanto elas são incríveis. É como qualquer outra coisa – sempre que você coloca barreiras na sua própria vida, você está apenas se limitando. Há tanta alegria em brincar com roupas. Eu realmente nunca pensei muito sobre o que isso significa – simplesmente se torna extensão da criação de algo. ”