Devo contar ou não sobre o crossdressing para a minha esposa/namorada?
Esse é um assunto delicado e que merece atenção. Relatei aqui neste artigo como foi que aconteceu a abertura a respeito do meu crossdressing para a minha ex-esposa, mas comigo meio que aconteceu sem nenhum tipo de preparo ou planejamento e por acaso acabou dando certo. O artigo a seguir foi escrito pela Hannah McNight e é um ótimo incentivo para você se abrir para a sua companheira.
Apesar de saber o quanto isso dificultará a minha vida amorosa, me convenci de ser honesto desde o começo em qualquer relação que eu for iniciar daqui para frente. Não pretendo passar pelo estresse de viver uma segunda vida escondido.
Traduzido de enfemmestyle
Existe alguma frase em um relacionamento que deixe alguém mais nervoso do que "precisamos conversar"?
Apenas ouvir essas palavras nos faz temer o pior. O que nossa parceira precisa nos dizer? Está muito ruim? Quão longa será a conversa? Que assunto será tratado? Para crossdressers e aqueles que têm mais de uma identidade de gênero, essas palavras podem causar muito medo, especialmente se não formos abertos sobre o assunto. Será que encontraram aquelas calcinhas escondidas na parte de trás da cômoda? Ou viram nosso histórico do navegador?
Ser quem somos não é fácil. Não podemos negar ou mudar quem somos. E nem deveríamos. Não há nada de errado em ter vontade de usar roupas bonitas, seja uma lingerie linda ou um vestido deslumbrante combinando com salto agulha. Não há nada de errado em querer se sentir ou ficar bonita. Não é fácil aceitar essa parte de nós mesmos, mas quando você o faz, acaba percebendo que não pode mudar. Isso faz parte de você tanto quanto qualquer coisa que o torna quem você é. Sou destro, adoro ler e uso calcinha todos os dias. Esse é quem eu sou. Isso é quem eu sempre fui e é isso que sempre serei. Eu me aceitei e me abracei e nunca estive mais feliz.
Desde o dia em que comecei a comprar minhas próprias roupas, entrei num ciclo aparentemente interminável de querer comprar de tudo, desde lingerie a sapatos e vestidos, usá-los por um tempo e depois me livrar de tudo. Alimentado pela paranoia e pela culpa, eu os jogava tudo fora, apenas para voltar às compras algumas semanas depois. Demorou muito mais do que deveria e gastei mais dinheiro do que eu gostaria, mas no final percebi que era assim que eu era. É quem eu sempre fui e sempre serei. Eu sabia que não importava que tipo de mudanças na vida eu teria, isso sempre seria uma parte de mim.