O texto a seguir foi escrito pela crossdresser Cathy Hamilton e descreve um pouco da sensação que é viver com dois lados completamente distintos dentro de si. Eu já escrevi aqui sobre a visão dos povos nativo americanos que acreditam que pessoas assim tem duas almas e acho muito interessante o conceito, principalmente porque eles entendem que poder ver o mundo aos olhos de ambos os gêneros é um dom dado pelo Criador e que merece ser celebrado.
Confesso que não sinto exatamente o mesmo comigo, mas me diverti observando as semelhanças do texto com a minha própria vida. No momento eu acho que temos uma personalidade nata e algumas máscaras que aprendemos a vestir em determinadas situações. Talvez a psicologia chame isso de Id e Ego (Teoria da Personalidade de Freud), mas isso é uma discussão à parte.
Traduzido de En Femme Style
Muitos de nós, crossdressers ou transgêneros, acreditamos que temos duas almas dentro de nós, que temos dois habitantes distintos dentro de nossos cérebros lutando pelo controle de nossas mentes.
Esta não é uma maneira nova de se pensar. Algumas tribos nativo americanas, diversos povos polinésios e povos das ilhas do Oceano Pacífico reconheceram esse conceito em relação a certas pessoas há milhares de anos atrás.
Em graus variados, quase todos nós temos características masculinas e femininas. Talvez essas características sejam inerentes devido aos altos níveis de estrogênio que recebemos quando éramos apenas embriões ou talvez essas características tenham sido desenvolvidas continuamente ao longo do tempo – a questão é que todos sentimos a necessidade de expressar isso!
Essa ideia é algo que eu sempre cogitei, pois, quando a aura rosa baixa ou quando estamos bem produzidas e nos sentindo bem, quase todos nós assumimos um alter ego diferente. Nós nos tornamos alguém que não somos em nossa vida cotidiana; adotamos uma persona bem distinta daquela que apresentamos diariamente ao grande e vasto mundo.
No meu próprio caso essas diferenças são bem pronunciadas. Minha psique fica completamente diferente, tanto que passei a me referir como "eu" e "ele" – onde "eu" é a parte feminina geralmente oculta de minha personalidade e psique (ainda que dominante) e "ele" é o rosto do sexo masculino que eu tenho que mostrar diariamente para quase todos aqueles que me conhecem!