quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Como percebi que sou transgênero depois de décadas sem saber

Traduzido de Nina

Então, como cheguei à percepção repentina e tardia de que sou transgênero?

Transgenerismo foi um assunto que nunca passou pela minha cabeça e, para ser sincera, não era algo que me preocupasse. Nunca tive contato com isso, não conhecia ninguém que fosse transgênero, nunca li artigos sobre esse tema e também nunca assisti a programas de TV relacionados, porque, como agora sei, eles passam em canais de TV que eu nunca assisti. Reportagens ou documentários sérios e respeitáveis nunca caíram na minha frente. Eu nunca pesquisei sobre isso. Bom, por que eu deveria, né? Era um assunto que não desempenhava nenhum papel na minha vida.

Até junho de 2021, meu pequeno mundo estava bem – só que essa suposição estava totalmente errada.

Eu estava sentado no terraço em uma noite quente, ouvindo música e tomando um copo de vinho. Minha esposa e filhos já estavam dormindo, como sempre.

Além de música e vinho, eu estava pesquisando no Google sobre vários tópicos (infelizmente não consigo lembrar o que estava procurando originalmente).

E como acontece com o Google e com a internet, você pesquisa, clica em um link, depois no link seguinte, vira à direita, à esquerda e à direita novamente e acaba em algum lugar completamente diferente do que estava procurando inicialmente.

Naquela noite acabei lendo um artigo de jornal sobre uma mulher trans no “início” de sua transição, descrevendo suas experiências e mudanças durante o primeiro ano de tratamento hormonal e ela mencionou sofrer disforia de gênero sem entrar em detalhes. No final do artigo, meu coração batia a mais de 100 bpm (de acordo com o meu Apple Watch) e eu podia ouvir meu sangue correndo pelos meus ouvidos. Meus pensamentos correram e flutuavam entre “transição parece estranho”, “eu sempre quis ser mulher”, “poxa, isso é legal, eu poderia ter seios grandes” e “o que diabos é disforia de gênero?”

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Confie em seus sentimentos trans

Traduzido de Missfredawallace

Muitas vezes se fala da ideia de que os “sentimentos” são efêmeros. Usamos muito essa palavra como seres humanos. Não é nobre ou imbuído de uma análise intelectual profunda, mas é principalmente através dos sentimentos que descrevemos nossa navegação por esse mundo. Muitas vezes, ser trans ou falar sobre como é ser trans é descartado como baboseira de gênero (ou ideologia de gênero?).

No Twitter, Ben Shapiro disse uma vez: “Os fatos não se importam com os seus sentimentos”. Muito simples em termos de frases de efeito, mas falho em sua ignorância da experiência humana real. É como um truque mágico que tira a humanidade do corpo e me deixa frio.

Os sentimentos podem ser um atalho para aquela parte de nós mesmos que confiamos aos filósofos ou psicoterapeutas para interpretar. É por isso que procuramos literatura, arte ou música na esperança de que possamos ser mais do que apenas macacos com chaves de carro ou um saco de carne sendo arrastado em volta de uma armadura de osso. Nossos momentos mais queridos de nossas vidas não serão descritos no reino físico. Elas serão expressas com romantismo e emprestam muito da história de prosa e poesia.

Quando Shania Twain canta "Man, I feel like a Woman" ("Cara, me sinto como uma mulher": uma grande obra de arte, se é que alguma vez existiu) o que ela quer transmitir lá? Quando Aretha Franklin canta "You Make Me Feel Like A Natural Woman" ("Você me faz sentir como uma mulher natural"), o que ela sente? Chaka Khan é "Every Woman" ("Toda mulher") e entendemos sua alegria completamente. Um verdadeiro hino de dança dolorida em espiral! É uma experiência fora do corpo se você permitir que ela tenha você.

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Ensaio vista para o Lago - Vi Oliver

Voltando com a programação de ensaios e produções, vim trazer as fotinhas que capturei durante o feriado da Independência. Apesar do clima político eleitoral dominar o nosso país, consegui fugir para o mato, me esconder da bagunça e aproveitar o feriado com produções divertidas, além de descansar um pouco.

Não sei se vocês repararam, mas recentemente eu mudei o meu "nome social" online de Samantha Oliver para Vi Oliver e ainda não comentei sobre o assunto. Faz tempo que eu vinha me questionando sobre isso uma vez que adotei Samantha não por me identificar com o nome, mas por que eu precisava esconder a minha verdadeira identidade quando comecei a exibir o meu lado crossdresser online lá por 2006.

Naquela época não se falava sobre identidade de gênero, tão pouco sobre pessoas transgênero ou não binárias. Na real nem as drag queens estavam na moda antes da RuPaul começar o Drag Race dela em 2008, então confesso que eu tinha medo de ser reconhecido e acabar sofrendo alguma consequência por conta do preconceito enraizado na nossa sociedade.

De lá pra cá muita coisa mudou e não tenho mais medo de mostrar meu instagram @violiverbr para as pessoas que conheço pessoalmente. Inclusive ainda me surpreendo com algumas pessoas que passaram a me seguir como amigos e familiares. Sendo assim, não fazia mais sentido eu me esconder atrás desse nome, por isso mudei pra Vi Oliver pois me chamo Victor Oliveira (gosto do meu nome e não tenho pretensão de mudá-lo).

Talvez eu escreva mais sobre isso em um outro artigo, por enquanto deixa eu mostrar as fotinhas e os looks para vocês!

A começar com esse vestido curto com estampa azul escuro da marca My Place.

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

5 perguntas totalmente normais que pessoas trans e não-binárias podem ter medo de fazer

Traduzido de Everyday Feminism

Um dos meus conceitos favoritos que aprendi como ativista é a ideia de “espaço seguro”.

Para detalhar um pouco mais, “espaço seguro” significa abrir espaço para que certas experiências, sentimentos ou perspectivas sejam reconhecidas e afirmadas que, de outra forma, podem ser deixadas de lado ou invalidadas.

O espaço seguro pode ser poderoso. Acredito muito em dar às pessoas o espaço para se abrir – e, ao fazê-lo, construir uma maior compreensão de sua origem. Uma pequena afirmação pode ajudar muito a fazer alguém se sentir completo.

E uma coisa que notei como uma pessoa transgênero é que as pessoas têm aberto muito pouco espaço para nós.

A sociedade em geral tem uma ideia muito particular do que é a experiência transgênero – e isso não nos dá espaço para ter conversas honestas e reais sobre o que estamos passando, especialmente quando nossa história contradiz essa narrativa.

Isso nos leva a lutar internamente com algumas grandes questões que temos medo de perguntar – porque, ao fazê-las, tememos que isso prejudique nossa identidade ou leve outros a questionar nossa autenticidade.

Então, hoje, quero abrir um espaço seguro para os sentimentos complicados que às vezes surgem quando nos aceitamos como transgêneros.

Porque o que nos dizem é que nascemos com uma compreensão cristalina do nosso gênero, embarcamos na transição médica binária e alcançamos a felicidade e a certeza definitivas. Certo? Mas o que sei por experiência própria é que, para muitos de nós, é muito mais complexo do que isso.

Então, vamos falar – e quero dizer, falar de verdade – sobre algumas das perguntas que muitas pessoas transgênero estão se fazendo, mas que podem ter medo de perguntar. E juntos, vamos abrir espaço para todos os sentimentos complicados que surgem à medida que os exploramos.

1. Sou realmente transgênero? E se eu estiver inventando isso?

Confissão: Eu me pergunto muito isso.

“Espere, Sam”, você pode estar se questionando. “Você escreve publicamente sobre sua identidade! Você é ativo na comunidade! Você até está tomando hormônios! E você quer me dizer que não tem certeza se é transgenero?”

Sim, é exatamente isso que estou dizendo.

Na verdade, posso garantir por experiência própria que muitas, muitas pessoas transgênero lidam com essa questão – mesmo anos após a transição.

E eu tenho algumas teorias sobre o porquê, também – se isso ajuda.

Se alguém lhe dissesse a vida toda que você é um péssimo dançarino e de repente você recebesse um troféu de primeiro prêmio em uma competição de dança, você provavelmente se sentiria um impostor, certo? Da mesma forma, quando a sociedade nos diz que somos cisgêneros (e que ser cis é a única opção), pode levar anos e anos até que nos sintamos seguros em nossa vivência como trans.

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

9 passos para a transição de gênero pela experiência de uma terapeuta

Adaptado de Carol Lennox

Você pode seguir estas etapas para a transição de transgêneros

Jessica L. entrou no meu consultório há mais de dez anos atrás. Ela tinha um metro e oitenta e dois de altura e ombros largos. Ela vestia o que mais tarde nós descreveria como “trans stripper”. Shorts curto com meia arrastão, botas de salto alto e um top cropped. Ela tinha dezesseis anos e ainda não havia iniciado a terapia hormonal com bloqueador de testosterona ou estrogênio.

Quando comecei a trabalhar com ela na terapia em sua jornada de transição, ela e eu aprendemos o processo juntas. Eu estava ciente da situação e era uma aliada das questões transgêneros desde que a Life Magazine publicou um artigo sobre os direitos das pessoas transgênero na Suécia no início dos anos 1970. Eu também trabalhei em um consultório durante meu estágio com um médico que estava em um momento de transição de gênero e que trabalhava com clientes transgêneros.

Ter Jessica L. como paciente foi e continua sendo uma educação totalmente diferente para mim. Ela me deu permissão por escrito para escrever sobre ela como parte de seu esforço para defender e ajudar as outras pessoas transgênero.

Desde que comecei o processo com ela, acompanhei outras pessoas em suas transições e/ou trabalhei com elas em outros problemas após a transição. Alguns foram de feminino para masculino e outros foram de masculino para feminino. Eles tinham idades entre doze e trinta e tantos anos, do ensino médio ao pós serviço militar.

Um dos meus guias nessas jornadas, além dos próprios clientes, é minha amiga e colega roteirista, Rachel Stevens. Ela é aposentada da marinha e atualmente uma artista incrível. Leia seu livro Blowing up Rachel: A Non-Binary Trans Woman's Dialogue With Each Other (Explodindo a Rachel: um diálogo de uma mulher trans não-binária com as outras, sem versão em português) para uma visão mais profunda da jornada de alguém que escolheu fazer a transição em uma fase tardia da vida.

Ultimamente como terapeuta, estou vendo mais pessoas jovens que estão pensando em fazer a transição de gênero, ou decidiram e querem ajuda com o roteiro deles. Como eles encontram a maioria das suas informações na internet, e não necessariamente proveniente de uma boa maneira, aqui está a informação que eu gostaria que eles tivessem acesso antes de vir para a terapia.

1. A terapia pode ajudar em todas as fases da transição. No entanto, é mais eficaz para ajudar os adolescentes a decidir "se" e "quando". Alguns têm pais que os apoiam, mas muitos não. Os pais os levam a um terapeuta para tentar “endireitar eles”, literalmente. Com esses clientes eu incluo os pais na terapia após um certo período de tempo, faço isso para ajudá-los a aceitar o gênero identificado de seus filhos. Em seguida, ofereço aconselhamento ou encaminhamento aos pais para ajudar em sua própria transição e na tristeza e alegria que isso acarreta. Aqueles que contam com pais que apoiam decidirão quando, onde e como começar a viver como o outro sexo e quando iniciar a terapia hormonal. Ajudo ambos os grupos a se prepararem para as situações sociais, emocionais e práticas que podem encontrar durante a transição.

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Construção social de gênero, como isso funciona?

Traduzido de Kaylin Hamilton, Ph.D

Aqui vamos desmascarar três equívocos comuns sobre a construção social, principalmente relacionada a gênero

Ultimamente temos visto um ressurgimento de visões biologicamente essencialistas – a ideia de que os humanos são redutíveis e determinados em grande parte por nossa biologia. Para aqueles com visões retrógradas sobre sexo e gênero, isso significa que muitos comportamentos e traços são determinados essencialmente pelo nosso sexo biológico e não, até certo ponto, por condicionamento social.

O essencialismo é a ideia de que todos os objetos, categorias, grupos, etc. têm uma realidade subjacente ou uma “verdadeira natureza”. O essencialismo de gênero é a ideia de que uma pessoa, homem ou mulher, possui traços inerentemente masculinos ou femininos que são fixos e imutáveis. O essencialismo é uma forma de reducionismo, também conhecido como reducionismo biológico, que postula que os humanos têm um grau limitado de ações em termos de serem determinados por sua biologia.

O oposto do essencialismo é o construcionismo social, uma perspectiva que:

“…afirma que os indivíduos e suas diferenças são criadas ou construídas por meio de processos sociais (por exemplo: políticos, religiosos e econômicos) em vez de uma qualidade inata dentro do indivíduo. Além disso, a categorização de indivíduos em grupos explica mais sobre como a sociedade funciona do que sobre os próprios indivíduos.”
(Open Education Sociology Dictionary - Dicionário Aberto de Sociologia da Educação)

Feministas e sociólogos têm trabalhado há muito tempo para entender como as visões sobre comportamentos supostamente inatos de gênero são o resultado da construção social – um conceito que é central para o pensamento sociológico, mas comumente mal compreendido na cultura popular. Mais recentemente, tornou-se comum que os essencialistas de gênero/sexo (autodescritos como “críticos de gênero”) deturpem a ideia de construcionismo social como uma forma de desacreditar as pessoas trans e argumentar contra nossa existência.

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

É realmente tão estranho ver um cara usando vestido?

Traduzido de Miles Robbins (Huffpost)

Foi muito estranho ver o comentário que minha mãe fez sobre eu usar vestidos com minha banda e aparecer em todos os tipos de publicações da Internet em todo o país (acompanhado de fotos minhas e dela que eu nem sabia que existiam). Eu não sei por que alguém iria se importar com a minha declaração, já que eles estavam prontos para sensacionalizar meu uso de vestido com base em uma única frase, mas caso isso se torne ainda mais sensacionalista, eu gostaria apenas de colocar isso pra fora: É realmente estranho um cara usar vestido?

Miles Robbins e sua mãe, Susan Sarandon

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Homens têm mamilos porque os embriões são femininos nos estágios iniciais

Adaptado de Anna B.

E os machos só se diferenciam do protótipo feminino após algumas semanas de desenvolvimento.

Os geneticistas perceberam que todos os humanos começam a vida no útero como fêmeas pois o desenvolvimento celular do embrião é guiado apenas pelo cromossomo X nas primeiras cinco a seis semanas. Se nenhum cromossomo Y estiver presente no feto, o embrião continuará seguindo as informações do cromossomo X e o bebê nascerá como uma fêmea. Se houver um cromossomo Y presente no embrião, então a testosterona, o principal hormônio sexual masculino, entra em jogo e interrompe o desenvolvimento completo dos seios enquanto só tem os mamilos, funde os lábios vaginais existentes para dar origem ao escroto e desenvolve o clitóris para ele vir a se tornar um pênis.

Cronologia do desenvolvimento do embrião humano dos 28 aos 56 dias

Quais são as chances de que, durante essas primeiras semanas de vida, uma das funções formativas fetais falhe, tornando você andrógino ou transgênero? Então o que você faz?

É isso. É assim que o biscoito se desfaz, como dizia um antigo ditado. Só tenho que lidar com isso! Foi isso que me ensinaram na minha família enquanto eu estava crescendo no final dos anos 70 início dos anos 80. Ah, então. É melhor se acostumar a se esconder. Eca!

Por quê? Porque uma das válvulas hormonais da minha mãe ou algo assim, ficou presa e disparou uma grande dose de testosterona tarde demais!

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Como é ser um crossdresser?

Traduzido de Antonia Ceballos

Por muito tempo foi uma magia absoluta, um belo tabu quebrado florescendo com fantasia onde, na minha imaginação, me aproximei um pouco mais de ser a pessoa que eu sempre quis ser. Quando me montei, me senti feminina e bonita, também me senti, de certa forma, menos zangado ou em desacordo com o mundo, suave e confortável. Senti algo parecido com a alegria que se sente quando a saudade de casa se dissolve na excitação de saber que você está quase em casa. Mas à medida que um peso foi tirado de mim, ele logo foi substituído por um peso no coração de que a sensação que eu tinha ao me vestir não era a minha realidade 24 horas por dia, 7 dias por semana. Era uma leveza insuportável, mas eu queria engarrafá-la e mantê-la.

Muitas vezes, eu reprimia meu desejo por meses a fio, mas as fantasias e os sonhos penetrantes de me vestir como uma mulher, de ficar certo, persistiram... Esses sempre se intensificavam até serem forçados por uma necessidade irresistível de se produzir. Quando eu finalmente baixei a guarda e fiz isso de novo, foi uma batida de coração não muito diferente da primeira vez que beijei uma crush. Eu via uma garota na rua ou uma foto em uma revista e ficava cheio de medo de não ser como ela, de não estar no corpo certo. Eu ficaria com uma urgência de me vestir com coisas de mulher. Muitas vezes, eu havia jogado tudo fora e precisaria comprar outros itens novamente. Se eu não fizesse isso, porém, entraria em uma depressão profunda. Esses pensamentos e sentimentos estavam lá desde eu consigo me lembrar, mas junto com a sensação incômoda de que isso estava errado.

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Será que eu sou transfóbico(a)?

Traduzido de Rori Porter

Eu me assumi como transgenero em 2017 e, desde então, ouvi essa pergunta de muitas maneiras diferentes vindo de várias pessoas cis. Às vezes, é perguntado de boa fé pelas pessoas que estão apenas tentando melhorar. “Sou transfóbico? Por favor, me ensina."

Outras vezes, é combativo. "Sério? Você acha que eu sou transfóbico? Não tenho medo de pessoas trans!

Em primeiro lugar, sim. A maioria das pessoas que fazem essas perguntas são, de alguma forma, transfóbicas. Todos nós somos, inclusive eu, e é por isso que essas conversas são complicadas num primeiro momento.

É por isso que não gosto necessariamente de palavras como “transfobia” sendo usadas de maneira generalizada. Muitas pessoas, tanto bem-intencionadas quanto mal, ficam presas na parte da “fobia”, esquecendo que uma fobia pode ser um medo literal, mas também pode ser uma aversão, como na palavra “hidrofóbica”. A hidrofobia certamente pode se referir ao medo de água ou natação, ou pode se referir a uma substância que rejeita a água. Essa diferença atrapalha as boas discussões sobre o que significa ser exposto à anti-transidade ao longo de nossas vidas.

Aqui está a questão: vivemos em uma sociedade fundamentalmente transfóbica. O problema é sistêmico, com impactos de longo alcance no zeitgeist cultural das últimas centenas de anos, em graus variados ao longo de cada época.