segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Identidade de gênero

Em um outro post eu falei um pouco sobre orientação sexual, para dar continuidade ao grande tema da sexualidade, gostaria de falar agora sobre identidade de gênero.

"Refere-se à identidade adotada por uma pessoa de acordo
com seus genitais, psicologia ou seu papel na sociedade.
Para a maioria das pessoas, homem ou mulher."

É uma definição bem simples e direta. Não acho que, necessariamente, seja adotada de maneira consciente por que algumas pessoas identificam o seu gênero quando ainda são pequenas crianças e não possuem os vícios e paradigmas de pessoas adultas. Na descrição eu deixei o "ou" em negrito para lembrar que os parâmetros podem ser diferentes em cada caso.

Um exemplo: uma pessoa pode ter nascido com o órgão genital feminino, não ter feito nenhum tipo de cirurgia nem tratamento hormonal e se identifica como homem.
 "Então ela é uma sapatão?"
Não. "Sapatão" é um termo pejorativo para se referir à mulher homossexual, no caso em questão eu só comentei que ele se identifica com o gênero masculino, mas pode ter qualquer tipo de orientação sexual.
 "Então ele é um transexual?"
Não. No exemplo, eu citei que a pessoa não realizou nenhum tipo de cirurgia nem tratamento hormonal e para ser rotulado como transexual a pessoa deve optar por realizar transição para o gênero oposto através de intervenção médica.
"Transgênero...?"
Sim, é um termo correto para esse caso.
No entanto, pra que ficar tentando rotular o próximo?
Gosto de ver as pessoas como elas são sem querer pensar em rótulos antes de conhece-la, alias, ter opinião ou sentimento concebido sem exame crítico é a definição de preconceito.

E o que isso tem haver com o universo Crossdresser?
Esse caso é mais complicado.

Existem pessoas que tem uma conexão tão séria com o seu eu crossdresser que consegue transitar para o outro gênero enquanto esta transformado. Outros percebem, ao praticar o crossdressing, que se identificam mais com o outro gênero e decidem adotá-lo na maior parte do tempo ou em tempo integral. Também existem alguns que usam o crossdressing como algo visual/fetichista para realizar os seus desejos íntimos, mas não necessariamente se identificam com o outro gênero durante a pratica.
Esses foram somente alguns exemplos e existem outras situações, então é complicado mesmo fazer uma ligação direta com o crossdressing.


Assunto na mídia
No ultimo dia 9 de novembro as 20h30 estreou o programa "A Vida de Jazz" no canal Discovery Home & Health. Trata-se de uma série de onze episódios que acompanha a rotina da família Jennings e documenta as lutas e alegrias vividas pela adolescente de 14 anos Jazz Jennings ao lado dos pais – Jeanette e Greg – e dos irmãos – Ari, Sander e Griffen – enquanto ela se prepara para entrar no ensino médio.

Jazz foi diagnosticada com disforia de gênero aos 5 anos de idade e, durante a série, a mãe conta que com menos de 3 anos ela já questionava o próprio gênero. Por conta disso, a jovem sempre foi mal vista e sofreu diversos tipos de preconceito, principalmente no colégio.

“No colégio, meus colegas se cumprimentavam com abraços e eu só recebia um ‘oi’.
Eu até já fui chamada de ‘aquilo’.”, Jazz Jennings 

Gostei muito do episódio que assisti. Ele mostrou que a Jazz tem um comportamento igual ao de qualquer menina na sua idade, só que também precisa tratar de diversas decisões relacionadas com o seu organismo (hormônios e possíveis cirurgias) e ainda tem que conviver com os insultos e preconceitos.

Se você tiver mais curiosidade sobre a história, pode começar olhando o seu canal no youtube, segue o link:
https://www.youtube.com/user/jazzmergirl
0 Comentário(s)
Comentário(s)

Nenhum comentário: