quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Vamos conversar sobre as identidades de gênero?

Traduzido de Marie Cadette Pierre-Louis

Quem sou eu? Quem é Você? Quem devemos ser?

Desde a minha infância, eu sempre fui julgada e intimidada por causa do meu estilo bastante neutro. Algumas pessoas achavam que eu era muito estranha para ser uma garota, outras achavam que eu era lésbica, e eu escolhi meu estilo de propósito.

No entanto, não sou lésbica; mas mantenho uma certa fluidez na expressão de gênero. A principal razão é que às vezes sinto que algumas das normas sociais relativas à feminilidade são muito opressivas e restritivas. Portanto, eu apenas deixei de lado algumas delas para que eu pudesse me sentir mais confortável.

No entanto, ainda gosto da jornada da feminilidade e ainda me sinto atraída por meninos. Ou seja, sou uma pessoa binária quanto à orientação sexual e identidade de gênero. Mas existem outras possibilidades? Claro que sim! Há muitas delas.

Alguém deveria ser uma pessoa binária como eu? A que custo?

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Não sou a primeira pessoa a afirmar que existem muitas identidades de gênero (como masculino, feminino, transgênero, gênero neutro, não-binário, agênero, pangênero, gênero queer, taikomochi, two-spirit, hijras, terceiro gênero e todos, nenhum ou uma combinação destes ). Tampouco posso levar o crédito por ser a primeira a dizer que nossas sociedades deveriam reconhecer essa diversidade e respeitar as escolhas das pessoas que aderem a qualquer uma dessas categorias, muitos trabalhos já abordaram a noção de diversidade de gênero com uma visão bastante mais ampla que o meu.

Quanto a todas as questões sociais, quanto mais falamos sobre elas, mais passamos a ver nuances dentro de um mesmo assunto. E quanto mais diversos e diferentes são os debates, maior o público se torna. Portanto, minha visão sobre identidades de gênero pode ser útil, de forma que possa trazer algo novo em um debate muito complexo ou possa ajudar a expressar algumas ideias de uma forma diferente (pelo menos, esse é o meu desejo).

Este artigo tem como objetivo iniciar uma conversa sobre as dificuldades das pessoas não-conformes de gênero, abordando a seguinte questão: Se existem trabalhos científicos que comprovam que as pessoas podem ser de uma lista muito longa de identidades de gênero, por que as pessoas não-binárias ainda sofrem da discriminação e do bullying?

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

A falsa segurança de humilhar deliberadamente um crossdresser

Barbette (Vander Clyde, Broadway) se preparando para subir no palco.
Foto de Gustave Fréjaville, 2 de janeiro de 1923. Fonte: Domínio público.

Traduzido de Antonia Ceballos

Quando o intimidado se torna o valentão

Costumo correr em uma bela reserva natural com muitas trilhas de terra. Cada trilha leva a um destino: Outro caminho. Certamente, a maioria dos leitores estará familiarizada com esse tipo de parque. Um corredor ou caminhante pode começar em um dos vários pontos para fazer trilhas diferentes e chegar no mesmo lugar. Como diz o velho ditado do Império Romano, todos os caminhos levam a Roma.

Eu gosto da ideia de que, se você quiser, todas as trilhas levam à vagar.

Ao longo do caminho, todas essas rotas divergem, voltam e se cruzam, e às vezes duas ou três trilhas correm paralelas em diferentes elevações por um trecho. Algumas trilhas em subida levam ao topo de uma colina onde você pode passear um pouco enquanto aprecia a vista, e depois, como a trilha termina ali, você tem que voltar pelo mesmo caminho.

Outras trilhas permitem que você saia do parque em um local diferente daquele em que entrou. Pode-se argumentar que todos os caminhos levam ao mesmo destino, mas isso não é verdade. É realmente o que você decide ser o seu destino. É tudo uma questão de perspectiva individual. Uma pessoa pode seguir qualquer caminho para outro caminho que leva aonde quer ou ao longo de uma série de trilhas que o usuário decidiu que deseja seguir.

Ocasionalmente, eu quebro as regras e saio da trilha, forjo a minha própria ou faço uma trilha no mato apenas para, eventualmente, aterrissar em um caminho já desgastado.

Há dias em que posso preferir uma trilha a outra, mas nenhum dos caminhos deste parque é melhor ou pior, são todos diferentes com seus próprios destaques e qualidades. O problema é quando você se reúne com vários outros corredores e percebe que cada um tem a sua rota favorita. As minhas mudam diariamente, semanalmente ou sempre. Seja como for, viva e deixe viver, os outros seguem o caminho deles, eu sigo o meu, e se os nossos caminhos se encontrarem ou chegarem ao mesmo destino, ótimo!

Para mim, o caminho e o progresso ao longo dele, fazer o trabalho e ganhar a distância, me divertir caminhando, são meus únicos objetivos. Quando me preparo para sair, geralmente tenho uma ideia do meu destino e objetivo, mas isso muitas vezes muda à medida que sigo, assim é a vida.

Crossdressing foi meu caminho para entender minha transidade e não tenho vergonha de admitir isso.

Em um vácuo de apoio e comunidade, onde tudo o que eu tinha eram meus pensamentos sobre o desejo de ser uma garota e um desejo inexplicável de manifestar isso fisicamente, usar roupas femininas foi o que eu encontrei e adotei. Além disso, a maneira mais segura de aliviar minha disforia era dentro de um quarto trancado enquanto meus pais estavam fora de casa ou dormindo.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Existe diferença entre o cérebro masculino e o feminino?

Traduzido de CrossDreamers

Desmascarando o mito da diferença entre o cérebro feminino e o cérebro masculino (e por que não é algo tão simples quanto parece)

Lise Eliot publicou um artigo científico interessante questionando a ideia popular de que o cérebro tem gênero (ou seja, seria diferente entre homens e mulheres). Ela se refere a um novo meta-estudo sobre pesquisa biológica que, segundo ela, mostra que não há diferença entre cérebros masculinos e femininos além do tamanho.

Sou uma grande fã da pesquisadora Lise Eliot, que é professora de neurociência na Chicago Medical School da Rosalind Franklin University of Medicine and Science, em Illinois nos Estados Unidos. 

Seu livro Cérebro Azul ou Rosa: O Impacto das Diferenças de Gênero na Educação (2013) me ensinou muito sobre a neurociência moderna e como alguns cientistas adotam uma abordagem muito simplista de como nosso sentimento de gênero é criado.

Eu diria, no entanto, que os argumentos que ela faz questionando essa parte da neurociência não provam que não há componente biológico na identidade de gênero e que as identidades transgênero, portanto, devem ser puramente psicológicas.

Marte vs Vênus

Em um artigo de maio de 2021 na Fast Company, ela escreveu que:

"Todo mundo sabe a diferença entre cérebros masculinos e femininos. Um é tagarela e um pouco nervoso, mas nunca esquece das coisas e cuida bem dos outros. O outro é mais calmo, embora mais impulsivo, e tende a ignorar as fofocas para fazer o seu trabalho.

Isso vem de estereótipos, é claro, mas eles têm uma influência surpreendente sobre a maneira como a ciência do cérebro real é projetada e interpretada. Desde o surgimento da ressonância magnética (normalmente usada para realizar exames no cérebro), os neurocientistas trabalham incessantemente para identificar diferenças entre os cérebros de homens e de mulheres. Esta pesquisa atrai muita atenção porque é muito fácil tentar vincular qualquer descoberta cerebral em particular a alguma diferença de comportamento de gênero.

No entanto, como neurocientista com longa experiência na área, completei recentemente uma análise meticulosa de 30 anos de pesquisa sobre diferenças sexuais no cérebro humano. E o que descobri, com a ajuda de excelentes colaboradores, é que praticamente nenhuma dessas afirmações se provou confiável."

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

29 Coisas de mulher que os homens deveriam começar a fazer

Traduzido de Bored Panda

Em 2017, uma pesquisa do Pew Research Center – um banco de dados apartidário que traz informações sobre questões, atitudes e tendências que moldam o mundo – estabeleceu que a maioria dos americanos acredita que homens e mulheres são notavelmente distintos em várias coisas: como eles expressam seus sentimentos, suas habilidades físicas, hobbies e interesses pessoais e suas abordagens para a criação dos filhos.

Eu sei que, na realidade, isso não deve ser uma grande surpresa para você. Embora homens e mulheres venham do mesmo planeta – e não de Marte e Vênus como muitos gostam de citar – ainda somos bem diferentes. No entanto, o que é péssimo é que muitas dessas diferenças são influenciadas por costumes bastante tóxicos da nossa sociedade. Então, graças ao Reddit e seu conteúdo diversificado, hoje vamos aprender sobre as atividades consideradas "femininas" que os homens definitivamente deveriam começar a praticar.

“Quais coisas de mulher que os homens deveriam começar a fazer?” – agora em dezembro de 2022 uma internauta recorreu a uma das comunidades mais informativas e instigantes do Reddit, pedindo a seus membros que listassem algumas coisas estereotipadas de mulheres que os homens deveriam começar a fazer. O tópico conseguiu reunir mais de 34 mil votos positivos em apenas uma semana, bem como 22,5 mil comentários contendo algumas sugestões excelentes. Confira a seguir 29 respostas selecionadas.

#1 Os homens deveriam começar a denunciar assédio sexual feminino e o assunto não deveria ser tratado como chacota por parte da polícia.

#2 Eu (homem) comecei a carregar uma bolsa há uns anos atrás e nunca voltei atrás. Eu sou um novo homem. Hálito fedorento? Boom, aqui está um chiclete. Dor de cabeça? Boom aqui está uma pílula. Telefone apagou? Boom aqui está um carregador. Minha bolsinha carrega tanta coisa e já me salvou tantas vezes!

#3 Não presumir que bondade e cortesia sejam por atração sexual ou romance.

#4 Ser mais consciente e buscar ajuda para manter a saúde mental

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Ensaio Cabana do Anhangava - Vi Oliver

Estou aqui de volta com uns looks de Homem Feminino para vocês!

Dessa vez eu estive em uma Cabana no meio da floresta na base do Morro do Anhangava na cidade de Quatro Barras, um espaço turístico bem interessante para quem gosta de se aventurar em trilhas. Eu até gosto, mas nesses dias eu só fiquei de boa me montando dentro e em volta da cabana.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

A dificuldade de ser um cara afeminado em um escritório heteronormativo

Traduzido de Very Good Light

Eu sempre podia ver isso em seus rostos.

Eu temia isso. Eu falava no que era o meu tom mais baixo e antinatural e observava como um breve momento de realização cruzava em seus rostos, seguido por risadinhas abafadas e, em seguida, amizade educada neutra ou desprezo, dependendo de quem eu estava me apresentando.

No meu tom de voz mais baixo, eu parecia uma Paris Hilton imitando uma tuba tocando “9 to 5” da Dolly Parton. Como um relógio, a temida pergunta surgia, às vezes durante uma conversa e outras vezes durante uma amizade de anos.

"Você é gay?"

Para mim, a vergonha não era, e não é, necessariamente em ser gay, mas na interpretação social de minha feminilidade inerente ou falta percebida de masculinidade “aceitável”.

Eventualmente, a resposta para essa pergunta irritante passou de “não” para “sim” para “por que mais eu estaria no Grindr?” Eu abraço minha sexualidade totalmente, nunca vacilando em minha própria autoaceitação. Afinal, é algo que eu não poderia mudar. Minha feminilidade, por outro lado, parece uma maldição. Por muito tempo, tudo o que eu queria era mudar isso.

Eu sou de uma pequena cidade de Ohio, e tudo o que fiz no ensino médio parecia estar sob um microscópio, minha expressão – tom, voz – sempre em discussão. O que me deixou mais nervoso e ansioso na época foi que, assim que as pessoas, incluindo professores na escola e adultos em posições de poder, ouviam minha voz ou testemunhavam minha apresentação estética, eles me descartavam. Eu teria que trabalhar muito mais do que os outros alunos para ser elogiado ou reconhecido.

Para muitos, a feminilidade é uma característica repugnante nos homens.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Desassociação entre identidade e fetiche

Traduzido de Claudia Tyler-Mae

Um dos problemas de compreensão no submundo da libertinagem sexual é a associação de sexualidade com identidade. Para alguns, a imagem dela define a pessoa. Para outros, essas são duas coisas totalmente distintas.

Essa é a diferença entre slut shaming e slut walks (slut shaming é quando pessoas são julgadas de maneiras pejorativas por se comportarem/vestirem fora de um modelo considerado tradicional, enquanto no slut walks, conhecido no Brasil como Marcha das Vadias, as mulheres protestam contra a crença de que as vítimas de estupro provocam a violência por conta de seu comportamento ou pela sua roupa). Também podemos visualizar isso claramente no BDSM, onde alguns bottoms podem sair de uma sessão de humilhação com a cabeça erguida, enquanto outros correm por quilômetros para se esconder de todos. No discurso público, analogamente se questiona se as pessoas podem jogar videogames violentos sem serem necessariamente violentas.

Parece-me que isso está ligado à incapacidade das pessoas de desassociar a imagem (ou a palavra, ou mesmo o ato) da identidade de alguém. Uns ficam felizes em adotar publicamente uma imagem excêntrica ou explorar um papel de gênero ou papel social diferente do deles e não sentem que isso defina quem eles são, apenas como uma exploração momentânea. Já aqueles que associam um ao outro, porém, sentem a ligação como uma constante atrelada a sua identidade (exemplo: "se eu experimentei sexo anal, isso quer dizer que virei gay?").

Isso causa problemas quando um determinado grupo adota estilos e comportamentos que outro grupo relaciona com uma sexualidade específica, ou vê como algo misógino ou humilhante. Não que isso seja um argumento para dizer que um lado é mais “liberal” do que o outro. Alguns pervertidos felizes e confiantes também podem ser "literalistas", que fazem a associação direta de que se você quer agir como uma vagabunda, então você deve simplesmente seguir em frente e sempre se apresentar como uma vagabunda. A capacidade de desassociar ou não define como você se expressa, não as coisas que deseja expressar.

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Por que eu gosto de me travestir? Por que sou crossdresser?

Traduzido de EnFemmeStyle

Por que? Por que? Por que?!?

Imagino que a maioria de nós, em algum momento do curso de nossas vidas, tenha se sentado e ponderado sobre o motivo de nos travestirmos. Por que temos esse desejo ardente, não ... deixe-me reformular isso: por que temos essa necessidade essencial, irresistível e implacável de vestir roupas femininas pelo tempo que pudermos e nos apresentar como mulheres?

Acho que uma resposta simples, mas um tanto petulante, seria: Bem, não sei, acho que gosto de estar como mulher de vez em quando. No entanto, se você passar algum tempo contemplando esse aspecto do seu ego, poderá descobrir que há mais do que isso.

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Quais são as vantagens de ser crossdresser?

Traduzido de Bellatory

As mulheres usam roupas masculinas há muitos anos — Será que os homens estão alcançando elas?

Há muitos anos as mulheres tem gostado de usar roupas supostamente masculinas e itens da moda masculina. A aparência indiscutivelmente masculina de Ellen DeGeneres ou o uso de roupas masculinas não parecem fazer mal a ela. De fato, como alguns comentaristas já afirmaram formal e informalmente, roupas exclusivamente masculinas não existem, todas são unissex. As mulheres não são mais questionadas por usá-las desde que moças criativas como a George Sand foram pioneiras na tendência.

As mulheres também usam roupas íntimas masculinas. Já conversei com duas mulheres que usam roupas masculinas por preferência. Ambas argumentaram que as roupas masculinas são mais grossas, mais práticas e mais sensatas como simples vestimentas que tinham a função de cobrir o corpo de forma adequada e confortável.

Uma dessas senhoras também preferia usar pijamas masculinos em vez dos femininos. Ela argumentou que os pijamas masculinos se ajustavam melhor ao corpo dela. Agora me tira uma dúvida, usar essas roupas fez com que essas senhoras se identificassem como homens? Não. Uma delas afirmou categoricamente que era mulher, e não houve confusão.

O que é crossdressing?

Neste artigo, o termo crossdressing (ou travestismo) será usado apenas no contexto de homem para mulher e não significa (como muitas vezes implícito) que o homem está alterando sua aparência e se tornando uma persona feminina, como no caso das Drag Queens. De fato, em um estudo quantitativo da Escandinávia, apenas 2,8% dos homens foram identificados como crossdressers integralmente (ou travestis), para usar um termo tradicional: homens que se vestem de mulher com peruca e maquiagem.

Em vez disso, o termo crossdressing usado aqui se limita àqueles homens que costumam usar peças de vestuário femininas, total ou parcialmente, para constituir seu conjunto de roupas ou para papéis específicos enquanto funcionam ou se apresentam como homens. A proporção de crossdressers masculinos neste contexto é muito maior, embora os dados sejam limitados.

Uma estimativa conservadora de homens que se travestem no mesmo sentido que as mulheres, por assim dizer, é de cerca de 2 a 10%, uma proporção muito maior do que travestis ou transgêneros, embora uma proporção menor do que as mulheres que se "travestem" normalmente em um contexto socialmente aceitável.

O crossdressing de homem para mulher muitas vezes é inadmissível, mesmo entre amigos. Talvez seja melhor definido como não-conformismo de gênero. Hoje, as relações online estão tornando os dados e a discussão intra-masculina sobre questões de travestismo mais disponíveis. Finalmente, o crossdressing no sentido discutido aqui é despojado de conotações sexuais e “fetichismo”, embora graus variados de orgulho ou prazer possam estar associados a tal experimentação.

11 vantagens de praticar crossdressing

Há desvantagens no crossdressing, como tentar explicá-lo para sua namorada ou se preocupar com o que alguém pode pensar sobre sua interessante coleção de sapatos que você usa para se exercitar no parque à noite (sim, existem alguns homens que andam em parques usando saltos).

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Como a indústria da beleza convenceu as mulheres a depilar as pernas

Existem relatos históricos de depilação desde a nossa antiguidade. Alguns artefatos indicam que em 1500 a.C. os homens já removiam os pelos do corpo com um depilador feito de sangue de diversos animais, gordura de hipopótamo, carcaça de tartaruga e trissulfeto de antimônio. Os romanos também tinham suas receitas, algumas das quais continham soda cáustica como ingrediente. Cleópatra tirava seus tão indesejáveis pelos com faixas de tecidos finos banhados em cera quente. Os romanos associavam a pele lisa e sem pelos à classe e pureza.

Na Idade Média, a Igreja católica esperava que as mulheres cristãs mantivessem os seus pelos como uma forma de feminilidade, mas que os escondessem em público. Esse pensamento perdurou até a Era Vitoriana, que foi até o início do século XX, quando as pessoas no geral ainda usavam vestimentas que cobriam o corpo todo e mal deixava a pele aparente.

O texto a seguir apresenta a transformação moderna por meio de propaganda que trouxe de volta a depilação aos corpos femininos em conjunto com as roupas abertas no contexto dos Estados Unidos do começo de 1900.

Falando por mim, desde criança eu nunca gostei da estética dos pelos corporais. Durante a minha adolescência eu entrei em desespero quando começou a brotar pelos no meu corpo todo (inclusive costas e bunda). Hoje sou adepto da depiladora elétrica e dificilmente passo uma semana sem usar.

Traduzido de Vox

Em 1920, quando uma jovem cortou a pele ao raspar a perna, não foi apenas um acidente. Foi uma noticia nacional, porque depilar as pernas era algo totalmente incomum:

"Moça se corta ao depilar as pernas para usar meia aberta"
Depilar as pernas virou notícia nacional em 1920. Seattle Star/Biblioteca do Congresso

Como as mulheres raspando suas axilas e pernas passaram de uma história incomum em 1920 para a moda vigente em 1950?

A melhor pesquisa que encontrei responsabiliza essa mudança a uma campanha publicitária sustentada para mudar a forma como as mulheres se arrumam.