quarta-feira, 1 de março de 2023

As pequenas grandes alegrias de ser trans

Traduzido de Victoria Strake

São as pequenas coisas da vida que costumam trazem mais felicidade a cada momento.

Talvez eu nunca use um chapéu chique, mas é bom saber que eu tenho essa opção
Imagem: “A Chapelaria” — Edgar Degas (1879/86)

De certa forma, sinto-me como um daqueles macacos de pesquisa que passaram a vida inteira em uma gaiola estéril sem fazer nada além de qualquer experimento que fosse exigido de mim. Minha vida fingindo ser homem era esparsa e focada em trabalho sem muito mais. Agora que estou entrando em mim e em meu lado trans, tenho toda uma coleção de novos mundos abertos para mim, e é delicioso, mesmo que seja desafiador. O que é mais alegre são as pequenas coisas do dia-a-dia que nunca pude aproveitar antes de fazer as pazes com minha natureza. Deixe-me contar algumas dessas pequenas bênçãos.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

É realmente possível mudar de sexo?

Traduzido de Sheila Crosby – Starlight guide

Se os gametas são a única coisa que importa para definir o sexo, então na realidade existem três sexos: humanos que produzem gametas grande, humanos que produzem gametas pequeno e humanos que não produzem

Recentemente, entrei em uma discussão frustrante no Twitter com um grupo de pessoas insistindo que você não pode mudar de sexo. Fui acusada de mentir e ouvi que era o cúmulo da condescendência fingir acreditar que sexo é algo confuso e mutável.

Algum tempo depois, uma luz me iluminou. Temos diferentes definições de sexo. Já vi um monte de definições diferentes, mas essas pessoas pareciam convencidas de que a única definição possível era a versão infantil aprendida na escola.

Se eu entendi direito, eles definem o sexo apenas em termos de gametas. Uma mulher é alguém com grandes gametas (ovos), portanto, todas as pessoas com grandes gametas são mulheres. Um homem tem gametas pequenos (esperma), portanto, todas as pessoas com gametas pequenos são homens. Estas são as duas únicas possibilidades.

Espere. Se os gametas são a única coisa que importa, então na verdade existem três sexos: gameta grande, gameta pequeno e nenhum gameta. Algumas pessoas nunca produziram gametas durante a vida. Outras pessoas não começam a produzi-los até a puberdade e alguns produzem somente até uma certa idade. Você muda de sexo na puberdade e na menopausa ou após uma cirurgia de câncer? Por essa lógica, você também mudaria de sexo após uma cirurgia de mudança de sexo. Você deixa de ser mulher se não está ovulando devido a pílulas anticoncepcionais, treinamento extenuante, doença ou gravidez?

Também é algo circular, como todas as definições. Se você definir cachorros como “aqueles animais que miam”, então todos os animais que miam são cachorros, QED. Espero que eles digam: “Mas as mulheres produzem óvulos, não esperma”. É muito difícil identificar sua própria lógica circular.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Minha história de destransição e possível retransição de gênero

Traduzido de Sarah H.

Percebo que parte dos textos de pessoas transgênero busca expor a própria experiencia, então aqui está a minha: passei por uma destransição involuntária e terei uma possível retransição.

Nasci em 1975, filho único. Meu pai era engenheiro de aviação, pilotava aviões Jumbo 747, minha mãe era aeromoça e depois largou o emprego quando eu nasci. Eu cresci com o que eles chamam de “pais helicóptero” na Alemanha. Minha mãe sempre estava por perto, e meus pais realmente queriam que seu filho tivesse um futuro brilhante, então eles apoiaram tudo e qualquer coisa que eu quisesse fazer. Eu tinha muitos livros, um microscópio, kits de experimentos eletrônicos, muitas e muitas coisas para brincar e um dos primeiros computadores domésticos lançados (Commodore 64). Na minha juventude, eu tinha cabelos longos e loiros e muitas vezes era confundido com uma menina. Eu não me importava. Eu realmente não me importava, até porque gênero era um conceito meio estranho para mim. Meus pais até me deram uma boneca quando eu quis ter uma, mas no final da adolescência também fizeram questão de deixar claro com o que “meninos” brincam e com o que “meninas” brincam, que cores eles usam e como eles se comportam. Nunca cresci “sabendo” que algo não estava certo, mas, de qualquer maneira, comecei tarde.

As coisas mudaram quando fiquei mais velho, por volta dos 19 anos. Quando eu via uma garota, podia sentir duas reações. Primeiro poderia ser a reação típica de “ah, eu gosto dela”, mas com mais frequência me pegava imaginando como eu ficaria naquele vestido, naquela saia, jeans ou o que quer que ela estivesse vestindo.

Também foi assim que as coisas começaram: uma loja em uma cidade grande por onde passei vendia saias masculinas. Era uma marca alemã bem conhecida, então… embora eu soubesse que “isso não estava certo” (devido aos meus pais), ainda assim comprei aquela saia naquele dia. Minha coleção de itens femininos começou a crescer durante meu tempo na universidade, principalmente as saias. Meus pais estavam pagando por uma universidade privada de elite na Alemanha, comparável a Cambridge ou a Harvard (estudando ciência da computação e administração de empresas). Eu também fui morar nos Estados Unidos por um ano em 1997.

Eu ainda estava me sentindo envergonhado, realmente não sabia o que estava acontecendo. Concluí meus estudos em 2000 aos 25 anos e, com a crescente popularidade da internet, logo entrei em contato com outras pessoas transgênero, também da minha região. Encontrei um grupo local de autoajuda, que recomendou uma esteticista próxima que poderia me montar como mulher. Eu não tinha certeza se deveria fazer algo assim, afinal, era como um fruto proibido. Apesar disso... Liguei para ela, ela foi bastante simpática, marquei uma consulta e fui “transformada em menina” por ela. Bem, mais ou menos. Eu já havia comprado uma peruca baratinha para a ocasião, e assim que ela arrumou tudo, ela me deu um espelhinho de mão para eu dar uma olhada. Ainda hojeme recordo daquele momento... Eu apenas tinha que sorrir. Era uma sensação de felicidade que eu não tinha experimentado até então.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Vivendo na pele de um Homem - Norah Vincent vs. Binarismo de Gênero

Traduzido de James Kirchick

O problema de gênero de Norah Vincent

As lições da falecida escritora sobre como quebrar o binarismo de gênero

Quando a escritora Norah Vincent decidiu viver como um homem para fins de um experimento jornalístico, ela esperava que sua vida fosse ficar mais fácil. Afinal, os homens desfrutam de muitos tipos de vantagens estruturais na sociedade americana, vantagens que Vincent explorou em seu livro "Feito Homem: A jornada de uma mulher no mundo dos homens" (2006). Da mesma forma que outra grande jornalista imersiva, Barbara Ehrenreich, relatou sobre os trabalhadores pobres trabalhando em uma série de empregos de salário mínimo no livro "Miséria à Americana" (2004), Vincent empreendeu uma investigação sobre como vivia uma versão mais literal da “outra metade”.

Com a ajuda de um novo guarda-roupa, um corte de cabelo mais curto, uma camada de barba artificial, um sutiã esportivo extremamente apertado e um treinador de voz da Juilliard School, Vincent viveu como “Ned” por 18 meses. Ao longo de sua experiência, Vincent passou com sucesso em vários ambientes masculinos, de uma liga de boliche a um clube de strip-tease e a uma poderosa empresa de vendas ao estilo O Sucesso a Qualquer Preço (1992), ganhando a confiança de seus muitos interlocutores masculinos ao longo do caminho. Para sua surpresa, o que ela descobriu a tornou mais solidária com a situação dos homens, que, ela escreveu, sofreram tanto ou mais com as expectativas de gênero da sociedade do que as mulheres.

O principal aprendizado de Vincent de seu tempo vivendo como Ned foi uma apreciação mais profunda da “toxicidade dos papéis de gênero” que “provou ser desajeitado, sufocante, indutor de torpor ou até quase fatal para muito mais pessoas do que eu pensava, e pela simples razão de que, homem ou mulher, não deixaram você ser você mesmo.” Para os membros masculinos de nossa espécie, essa toxicidade decorre da ansiedade de serem percebidos como femininos, “o resultado de homens trabalhando ativamente para reprimir quaisquer tendências femininas rasteiras em si mesmos e em seus irmãos”. No final das contas, “não era por ser descoberta como mulher que eu estava realmente preocupada. Ned estaria sendo descoberto como menos do que um homem de verdade” – isto é, um homem que não se conforma às normas estereotipadas de gênero masculino. A língua portuguesa tem muitas palavras para esse tipo de homem – viado, maricas, mulherzinha, bicha, todas denotam principalmente aquela classe de ser humano que estava, até bem recentemente, entre as minorias mais desprezadas: os homossexuais.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

O crossdressing me ajuda a afastar a dor, o estresse e a raiva

Traduzido de Kumar Shreyansh

Desde pequeno, eu costumava ficar na frente do espelho, normalmente quando não havia ninguém em casa e admirava meu eu feminino. Me dava uma sensação gostosa além de uma felicidade imensa.

Você deve estar pensando que eu sou uma menina, certo? Mas você está muito enganado, porque eu sou um menino – na verdade sou um rapaz de 20 anos.

Eu me considero experimentando um fenômeno psicológico normal de "fetichismo travesti", que é comumente referido como "crossdressing". Ao ouvir esta palavra, você deve pensar em um show de comédia, onde homens vestidos como mulheres "entretêm" as pessoas. Não, no meu caso isso é totalmente diferente. As pessoas se travestem por vários motivos, mas é algo considerado chamativo principalmente em homens como eu. Passei dez anos no armário, experimentando tudo o que estava disponível na minha casa. Agora, eu preciso me abrir e admitir.

Crossdressing ou qualquer coisa relacionada ao tópico é um tabu na minha cultura de origem indiana, apesar da ciência declarar isso como algo "normal". É apenas uma forma de se expressar. Eu, sendo homem, gosto de usar roupas femininas, especialmente lingeries. E deixe-me explicar a razão por trás disso.

Eu uso roupas femininas principalmente para entrar em contato com a parte feminina da minha consciência. Uso vestidos femininos para me livrar da dor, do estresse, da raiva ou de tudo que me incomoda demais – coisas que não consigo resolver sozinho. Às vezes fico perturbado, tanto mental quanto emocionalmente. Preciso de alguém ao meu lado, mas ninguém parece querer me acompanhar. Às vezes, há tanta escuridão que perco a esperança. Em algum momento, eu decidi cometer suicídio. Coloquei uma corda no meu pescoço e estava prestes a me enforcar por causa do estresse que lentamente consumia meu corpo. Mas encontrei algo que me deu esperança. Para escapar desses tempos, comecei a me travestir. Porque quando as energias masculina e feminina se encontram, há criação; há luz; há esperança.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

O homem bissexual que só quer namorar com mulher

O texto a seguir fala um pouco da dificuldade que alguns homens bissexuais encontram ao se relacionar. As vezes eles precisam cancelar a suas identidades para buscar viver um relacionamento sério com uma mulher ou acabam levando uma vida dupla por medo da rejeição.

Isso conecta diretamente ao mundo crossdresser e em vários os sentidos. Primeiro que a dificuldade descrita é praticamente a mesma vivenciada no mundo cross. Fora isso, também conheci diversos casos em que a bissexualidade entra no mesmo contexto. Desta forma achei bem válido trazer esse texto para a reflexão de vocês!

Fonte Voz da Diversidade

Há um grande número de homens bissexuais que interage no BlogSouBi (atual Voz da Diversidade) com uma “teoria” bem clara: gostamos de nos relacionar sexualmente com homens, mas só sentimos vontade de ter relações amorosas com mulheres.

Não, eles não são homossexuais enrustidos, é o que afirmam categoricamente. “Geralmente os textos que tratam da bissexualidade masculina acabam caindo numa abordagem que tem mais a ver com o processo de aceitação da homossexualidade e não com a tentativa de lidar com os dois desejos ao mesmo tempo, que é muito mais complexo”, contou Flavio ao BlogSouBi.

Segundo ele, seria muito mais fácil ter atração apenas por homens. “Mas o meu desejo por mulheres fala muito alto, de forma que eu jamais conseguiria assumir o desejo por homens em detrimento da possibilidade de seguir me relacionando também com elas”. 

Por conta do machismo das mulheres, homens como Flávio não assumem a bissexualidade. Serão muito provavelmente tachados de homossexuais enrustidos e, consequentemente, perderão o posto de “machos”. “É o grande dilema dos homens bissexuais. Nós até que gostaríamos de viver nosso lado homossexual às claras, mas viver abertamente esse lado, na sociedade em que vivemos, anulariam 90% das possibilidades de continuarmos a ser vistos como machos pelas mulheres com as quais gostaríamos de nos relacionar”, disse. 

Flávio e tantos outros bissexuais começam a trazer à tona desejos muito pouco debatidos na área da sexualidade. Os homens não falam com outros homens sobre o assunto por motivos óbvios. E também não conversam com as mulheres por motivos ainda mais óbvios. Em ambos os grupos serão discriminados e (talvez) ridicularizados. Os homens que fariam chacotas poderiam até sentir o mesmo, mas nunca admitiriam (alguns nem para si mesmos). 

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Vamos conversar sobre as identidades de gênero?

Traduzido de Marie Cadette Pierre-Louis

Quem sou eu? Quem é Você? Quem devemos ser?

Desde a minha infância, eu sempre fui julgada e intimidada por causa do meu estilo bastante neutro. Algumas pessoas achavam que eu era muito estranha para ser uma garota, outras achavam que eu era lésbica, e eu escolhi meu estilo de propósito.

No entanto, não sou lésbica; mas mantenho uma certa fluidez na expressão de gênero. A principal razão é que às vezes sinto que algumas das normas sociais relativas à feminilidade são muito opressivas e restritivas. Portanto, eu apenas deixei de lado algumas delas para que eu pudesse me sentir mais confortável.

No entanto, ainda gosto da jornada da feminilidade e ainda me sinto atraída por meninos. Ou seja, sou uma pessoa binária quanto à orientação sexual e identidade de gênero. Mas existem outras possibilidades? Claro que sim! Há muitas delas.

Alguém deveria ser uma pessoa binária como eu? A que custo?

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Não sou a primeira pessoa a afirmar que existem muitas identidades de gênero (como masculino, feminino, transgênero, gênero neutro, não-binário, agênero, pangênero, gênero queer, taikomochi, two-spirit, hijras, terceiro gênero e todos, nenhum ou uma combinação destes ). Tampouco posso levar o crédito por ser a primeira a dizer que nossas sociedades deveriam reconhecer essa diversidade e respeitar as escolhas das pessoas que aderem a qualquer uma dessas categorias, muitos trabalhos já abordaram a noção de diversidade de gênero com uma visão bastante mais ampla que o meu.

Quanto a todas as questões sociais, quanto mais falamos sobre elas, mais passamos a ver nuances dentro de um mesmo assunto. E quanto mais diversos e diferentes são os debates, maior o público se torna. Portanto, minha visão sobre identidades de gênero pode ser útil, de forma que possa trazer algo novo em um debate muito complexo ou possa ajudar a expressar algumas ideias de uma forma diferente (pelo menos, esse é o meu desejo).

Este artigo tem como objetivo iniciar uma conversa sobre as dificuldades das pessoas não-conformes de gênero, abordando a seguinte questão: Se existem trabalhos científicos que comprovam que as pessoas podem ser de uma lista muito longa de identidades de gênero, por que as pessoas não-binárias ainda sofrem da discriminação e do bullying?

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

A falsa segurança de humilhar deliberadamente um crossdresser

Barbette (Vander Clyde, Broadway) se preparando para subir no palco.
Foto de Gustave Fréjaville, 2 de janeiro de 1923. Fonte: Domínio público.

Traduzido de Antonia Ceballos

Quando o intimidado se torna o valentão

Costumo correr em uma bela reserva natural com muitas trilhas de terra. Cada trilha leva a um destino: Outro caminho. Certamente, a maioria dos leitores estará familiarizada com esse tipo de parque. Um corredor ou caminhante pode começar em um dos vários pontos para fazer trilhas diferentes e chegar no mesmo lugar. Como diz o velho ditado do Império Romano, todos os caminhos levam a Roma.

Eu gosto da ideia de que, se você quiser, todas as trilhas levam à vagar.

Ao longo do caminho, todas essas rotas divergem, voltam e se cruzam, e às vezes duas ou três trilhas correm paralelas em diferentes elevações por um trecho. Algumas trilhas em subida levam ao topo de uma colina onde você pode passear um pouco enquanto aprecia a vista, e depois, como a trilha termina ali, você tem que voltar pelo mesmo caminho.

Outras trilhas permitem que você saia do parque em um local diferente daquele em que entrou. Pode-se argumentar que todos os caminhos levam ao mesmo destino, mas isso não é verdade. É realmente o que você decide ser o seu destino. É tudo uma questão de perspectiva individual. Uma pessoa pode seguir qualquer caminho para outro caminho que leva aonde quer ou ao longo de uma série de trilhas que o usuário decidiu que deseja seguir.

Ocasionalmente, eu quebro as regras e saio da trilha, forjo a minha própria ou faço uma trilha no mato apenas para, eventualmente, aterrissar em um caminho já desgastado.

Há dias em que posso preferir uma trilha a outra, mas nenhum dos caminhos deste parque é melhor ou pior, são todos diferentes com seus próprios destaques e qualidades. O problema é quando você se reúne com vários outros corredores e percebe que cada um tem a sua rota favorita. As minhas mudam diariamente, semanalmente ou sempre. Seja como for, viva e deixe viver, os outros seguem o caminho deles, eu sigo o meu, e se os nossos caminhos se encontrarem ou chegarem ao mesmo destino, ótimo!

Para mim, o caminho e o progresso ao longo dele, fazer o trabalho e ganhar a distância, me divertir caminhando, são meus únicos objetivos. Quando me preparo para sair, geralmente tenho uma ideia do meu destino e objetivo, mas isso muitas vezes muda à medida que sigo, assim é a vida.

Crossdressing foi meu caminho para entender minha transidade e não tenho vergonha de admitir isso.

Em um vácuo de apoio e comunidade, onde tudo o que eu tinha eram meus pensamentos sobre o desejo de ser uma garota e um desejo inexplicável de manifestar isso fisicamente, usar roupas femininas foi o que eu encontrei e adotei. Além disso, a maneira mais segura de aliviar minha disforia era dentro de um quarto trancado enquanto meus pais estavam fora de casa ou dormindo.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Existe diferença entre o cérebro masculino e o feminino?

Traduzido de CrossDreamers

Desmascarando o mito da diferença entre o cérebro feminino e o cérebro masculino (e por que não é algo tão simples quanto parece)

Lise Eliot publicou um artigo científico interessante questionando a ideia popular de que o cérebro tem gênero (ou seja, seria diferente entre homens e mulheres). Ela se refere a um novo meta-estudo sobre pesquisa biológica que, segundo ela, mostra que não há diferença entre cérebros masculinos e femininos além do tamanho.

Sou uma grande fã da pesquisadora Lise Eliot, que é professora de neurociência na Chicago Medical School da Rosalind Franklin University of Medicine and Science, em Illinois nos Estados Unidos. 

Seu livro Cérebro Azul ou Rosa: O Impacto das Diferenças de Gênero na Educação (2013) me ensinou muito sobre a neurociência moderna e como alguns cientistas adotam uma abordagem muito simplista de como nosso sentimento de gênero é criado.

Eu diria, no entanto, que os argumentos que ela faz questionando essa parte da neurociência não provam que não há componente biológico na identidade de gênero e que as identidades transgênero, portanto, devem ser puramente psicológicas.

Marte vs Vênus

Em um artigo de maio de 2021 na Fast Company, ela escreveu que:

"Todo mundo sabe a diferença entre cérebros masculinos e femininos. Um é tagarela e um pouco nervoso, mas nunca esquece das coisas e cuida bem dos outros. O outro é mais calmo, embora mais impulsivo, e tende a ignorar as fofocas para fazer o seu trabalho.

Isso vem de estereótipos, é claro, mas eles têm uma influência surpreendente sobre a maneira como a ciência do cérebro real é projetada e interpretada. Desde o surgimento da ressonância magnética (normalmente usada para realizar exames no cérebro), os neurocientistas trabalham incessantemente para identificar diferenças entre os cérebros de homens e de mulheres. Esta pesquisa atrai muita atenção porque é muito fácil tentar vincular qualquer descoberta cerebral em particular a alguma diferença de comportamento de gênero.

No entanto, como neurocientista com longa experiência na área, completei recentemente uma análise meticulosa de 30 anos de pesquisa sobre diferenças sexuais no cérebro humano. E o que descobri, com a ajuda de excelentes colaboradores, é que praticamente nenhuma dessas afirmações se provou confiável."

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

29 Coisas de mulher que os homens deveriam começar a fazer

Traduzido de Bored Panda

Em 2017, uma pesquisa do Pew Research Center – um banco de dados apartidário que traz informações sobre questões, atitudes e tendências que moldam o mundo – estabeleceu que a maioria dos americanos acredita que homens e mulheres são notavelmente distintos em várias coisas: como eles expressam seus sentimentos, suas habilidades físicas, hobbies e interesses pessoais e suas abordagens para a criação dos filhos.

Eu sei que, na realidade, isso não deve ser uma grande surpresa para você. Embora homens e mulheres venham do mesmo planeta – e não de Marte e Vênus como muitos gostam de citar – ainda somos bem diferentes. No entanto, o que é péssimo é que muitas dessas diferenças são influenciadas por costumes bastante tóxicos da nossa sociedade. Então, graças ao Reddit e seu conteúdo diversificado, hoje vamos aprender sobre as atividades consideradas "femininas" que os homens definitivamente deveriam começar a praticar.

“Quais coisas de mulher que os homens deveriam começar a fazer?” – agora em dezembro de 2022 uma internauta recorreu a uma das comunidades mais informativas e instigantes do Reddit, pedindo a seus membros que listassem algumas coisas estereotipadas de mulheres que os homens deveriam começar a fazer. O tópico conseguiu reunir mais de 34 mil votos positivos em apenas uma semana, bem como 22,5 mil comentários contendo algumas sugestões excelentes. Confira a seguir 29 respostas selecionadas.

#1 Os homens deveriam começar a denunciar assédio sexual feminino e o assunto não deveria ser tratado como chacota por parte da polícia.

#2 Eu (homem) comecei a carregar uma bolsa há uns anos atrás e nunca voltei atrás. Eu sou um novo homem. Hálito fedorento? Boom, aqui está um chiclete. Dor de cabeça? Boom aqui está uma pílula. Telefone apagou? Boom aqui está um carregador. Minha bolsinha carrega tanta coisa e já me salvou tantas vezes!

#3 Não presumir que bondade e cortesia sejam por atração sexual ou romance.

#4 Ser mais consciente e buscar ajuda para manter a saúde mental