quarta-feira, 31 de maio de 2017

O poder de estar em grupo

Nesse ultimo final de semana eu tive a oportunidade de retribuir um pouco as queridas amigas de SP que me receberam em setembro do ano passado no Meeting on High Heels! Passamos o final de semana juntas, curtindo e passeando por Curitiba-PR, e o ponto forte aconteceu na noite de sábado dentro do Café do Teatro onde conseguimos reunir quase 20 meninas numa única mesa!!

A diversão começou quando a Melaine chegou montadíssima com a sua Kombi na minha casa para irmos juntas ao Aeroporto Afonso Pena onde receberíamos a Izabelly, a Flávia e a Priscila de SP. Chegamos um pouco apreensivas e ficamos aguardando o desembarque das menina, entretanto bastou elas saírem pelas portas de vidro e nos cumprimentar que acabou qualquer tensão de estar montada em público. Esse é o poder de estar em GRUPO!!

Nosso passeio no sábado incluiu um almoço no Mercado Municipal de Curitiba, uma voltinha no Jardim Botânico, jantar e confraternização no Café do Teatro e baladinha na Verdant (essa eu não participei). No domingo a Vivian também entrou no grupo e fomos visitar o Museu Oscar Niemeyer, posamos para a foto na Universidade Livre do Meio Ambiente, desfilamos e almoçamos no Park Shopping Barigui e, antes do embarque delas, ainda deu tempo de subir na Torre Panorâmica para apreciar a vista da cidade e tirar mais algumas fotinhas!

Eu poderia escrever linhas e linhas sobre cada parada nossa, porém quero falar para vocês da sensação de segurança que eu senti ao lado das amigas nesses locais públicos. Até uns 3 anos atrás eu era crossdresser exclusivamente dentro de casa e, tirando a esposa, ninguém mais sabia sobre isso. Nessa época eu morria de vontade de dar mais liberdade para o meu lado feminino, mas o medo sempre falou mais alto.

Perdi as contas de quantas vezes eu me montei completamente e travei na frente da porta de casa com medo de sair. Nem sei dizer ao certo qual era o meu medo. Medo de ser julgada, medo do que iriam pensar de mim, medo de achar que estava fazendo algo errado, enfim, eu morria de medo do lado de fora e sempre acabava frustrada por me bloquear antes de botar o pé pra fora de casa.

Aos poucos eu fui perdendo esse medo e fui me desbravando. Na primeira vez eu consegui me convencer de ir numa lojinha perto de casa para ver roupa, saí e deu tudo certo. Depois decidi dar uma volta no shopping, então fui de carro, me montei dentro dele no estacionamento e quando percebi estava desfilando dentro do shopping, também tudo certo. Chegou a vez do meu primeiro encontro em grupo, falei sobre ele nesse post.

Com o tempo fui percebendo que eu sempre tive essa liberdade e que eu mesma era a principal responsável por me bloquear, não os outros. Os outros não estão nem aí pra mim. Os outros tem a vida deles e os problemas deles para cuidar. Os outros podem até não gostar de me ver com um vestido, mas é cada um no seu quadrado e a vida segue. Assim caiu a minha ficha.

Esse processo foi muito difícil, demorou vários anos para eu me sentir confortável e eu não desejo isso para ninguém. Então como posso ajudar minhas amigas a enfrentar esse desafio? Sugiro que se reúnam em grupos! Muitos desses lugares que comentei que visitamos eu jamais me imaginaria passeando tranquilamente de Samy. Eu ainda teria medo de ir apenas com a esposa, por exemplo, só que, dessa vez, o poder do grupo me fez sair de dentro da Komboza sem pensar duas vezes em cada ponto que paramos.

Estar em grupo é uma ótima maneira de acelerar o nosso próprio desenvolvimento. Percebi isso tanto na minha convivência em grupo quanto nos relatos dessas amigas de SP que estão fazendo um trabalho ímpar organizando pequenas confraternizações e ajudando a criar grupos em algumas cidades. Por elas, soube de uma reunião com 74 meninas em SP e outra com 450 nos EUA!!

Eu amei as oportunidades que tive nesse final de semana e sei que o grupo me ajudou demais. A seguir apresento algumas fotos nossas para vocês morrerem de inveja, num ótimo sentido (aheuaheauh), e se incentivarem a quebrar barreiras para desfrutar a delícia que é a liberdade.

Aeroporto Afonso Pena, o início da nossa jornada

Mercado Municipal, paradinha para almoçar

Jardim Botânico, o cartão postal da cidade mereceu uma visita do grupo

 Café do Teatro, as fotos falam por si!
(o meu é o scarpin amarelo)

Museu Oscar Niemeyer, nessa foto aparece a estrela do passeio: a Komboza

Universidade Livre do Meio Ambiente, o salto atrapalhou essa visita mas não perdemos a vista

Park Shoppinig Barigui, aí estamos fazendo arte atrás da
escada rolante e fazendo festa no estacionamento

 Torre Panorâmica, a equipe de funcionários fez questão de tirar uma foto conosco,
nos sentimos umas estrelas ★★★
8 Comentário(s)
Comentário(s)

8 comentários:

Flavia Bianco disse...

Minha amiga Samantha.
Seu post é absolutamente Fantástico pois retrata a essência de tudo aquilo que fazemos que fizemos em Curitiba e que propomos.
Realmente o conceito de andar em grupo fortalece a ideia de que Juntas somos mais fortes.
Parabéns pelo texto que com certeza vai ajudar muitas meninas como nós a encontrar em seu caminho de viver a sua essência na plenitude. conte sempre conosco e com o nosso apoio.
Beijos da amiga Flavia Bianco

Izabelly Saints disse...

Abrir a porta e dar o primeiro passo alem da linha imaginaria de nossos receios é o começo de tudo... não haveriam grupos se alguem, la atras, não tivesse rompido as amarras do medo.
Por isso, nós que temos a sorte de conviver no seio de verdadeiras familias, temos que encorajar, temos que pegar pela mão as meninas que querem mas ainda se sentem inseguras e traze-las para esse convivio tão gratificante...

Depois deixamos que o tempo realize a seleção natural... porque nem todas buscam aquilo que damos tanta importância, um convivio social/fraternal saudável.

Anônimo disse...

Sensacional, Assino embaixo.
Amei.
E a Komboza está disponível para os próximos heim.
Ass. Melaine

Thaynara disse...

Mega hiper top....
Excelente!!!
Vai ajudar a difundir o "crossdressing" no Brasil e desinibir as de armário também.

Anônimo disse...

Realmente é complicado sair montada. Vai demorar um pouco para poder me encontrar com outras pessoas. O máximo que já fiz foi passear em algumas ruas próximas de casa. Mas gostaria de ir a lugares diferentes. Você sabe me indicar lugares em que é possível ir montada (crossdresser-friendly)? Tipo restaurante, lanchonete, cinema, etc?

Anônimo disse...

Oi como posso fazer para fazer parte desse grupo maravilhoso, lindas!!!

Eu quero!!!!

Anônimo disse...

Eu quero esta no meio de vcs

Lana Searom disse...

estou encantada, todas lindas e muito femininas, ninguém com cara de homem, amaria estar entre vocês, grande felicidade, digo imensa felicidade sair montada pór aí afora, fiz isso noutro dia, fiquei assutada, quase desisti, fui e me maravilhei, fiquei no meio de pessoas, ninguém me olhou com censura, conversei com várias pessoas e minha voz é muito grossa kkk fui um sucesso e considerei essa aventura como um batismo como mulher - somos corajosas, avante sempre bjs