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segunda-feira, 14 de novembro de 2016

10 mulheres trans inspiradoras

Adaptado de FeminizationSecrets


Laverne Cox
Laverne Cox é uma estrela da série de TV Orange Is The New Black, foi a primeira atriz transgênero a ser nomeada para um Emmy Award e também foi a primeira pessoa transgênero a aparecer na capa da revista TIME. Além da beleza, ela é talentosa e usa sua fama para defender os direitos das transexuais por todo o mundo.


Andreja Pejic
Andreja Pejic é uma supermodelo que, antes da transição em 2014, alternava os trabalhos entre a passarela masculina e a feminina. Como rosto da marca Make Up For Ever ela foi a primeira modelo transexual a ganhar destaque em uma grande campanha de beleza. Também foi a primeira modelo transexual a ter o perfil na revista Vogue.


Lili Elbe
Lili Elbe teve a sua história contada no livro A Garota Dinamarquesa que recentemente ganhou sua versão em filme. Ela é notável por ser a primeira mulher transexual a se submeter à cirurgia de mudança de sexo em 1930, na Alemanha. Suas cirurgias iniciais foram um sucesso, mas a tentativa de receber o transplante de um útero levou ela a morte.

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Duas almas: Transgêneros nativos norte-americanos

Falei a respeito da tradição indiana das Hijras no ultimo post relacionado a história, dessa vez encontrei muita informação interessante a respeito do entendimento dos povos nativos da América do Norte quanto a questão do gênero na sociedade deles.

A crença, de maneira generalizada, do povo nativo americano está relacionada a alma da pessoa. Por exemplo, a tribo Siouan acredita que antes de uma criança nascer a sua alma fica diante do Criador que oferece em uma mão o arco e flechas, que indica um papel masculino na sociedade, e em outra mão uma cesta, que determina o papel feminino. Algumas vezes, quando a alma decide por um gênero o Criador troca a mão, em outros casos a pessoa pode ter duas almas, e o comportamento durante a vida é tido como sempre como natural.

Como tem registro de mais de 30 tribos na região com cultura e língua própria, havia uma necessidade de um termo universal que a população em geral pudesse entender, desta forma a comunidade LGBT Nativa Americana adotou o termo "Two Spirit" (tradução: espírito duplo ou com dois espíritos) em 1989 da língua Ojibwe dos nativos da região Manitoba-Winnipeg como um termo guarda-chuvas para os transgêneros e gêneros não binários. Nessa época a comunidade LGBT geral já estava ativa e tinha os seus próprios termos, porém as tribos não concordavam com uma classificação que leva em consideração principalmente a sexualidade (L, G e B da sigla tratam exclusivamente de sexualidade).

Como referência, segue alguns termos utilizados por outras tribos:
- Navajo usam Nádleehí que significa aquele que é transformado;
- Lakota usam Winkté que significa homem que tem compulsão por se comportar como uma fêmea;
- Ojibwe usam Niizh Manidoowag que significa pessoa com dois espíritos;
- Cheyenne usam Hemaneh que significa metade homem e metade mulher.

Na tradição dos nativos americanos, as questões de moral não eram relacionadas de maneira alguma com a sexualidade de uma pessoa, ela é julgada apenas pelo seu caráter e pela contribuição à tribo. Também era costume, em algumas tribos, os pais não forçarem nenhum padrão de gênero durante a criação, por exemplo, as crianças usavam roupas de gênero neutro até chegarem a uma idade em que elas poderiam decidir por si só qual o caminho trilhariam e qual cerimônias seria mais adequada para ela.

Outro detalhe interessante é que os Two Spirit eram altamente reverenciado e as suas famílias consideradas de sorte. Eles acreditavam que poder ver o mundo aos olhos de ambos os gêneros era um dom dado pelo Criador. Sendo assim, era comum os Two Spirit terem cargos de grande respeito dentro da tribo como curandeiros, shamans, visionários, místicos, conjuradores, guardiões das tradições orais da tribo, responsáveis por nomear crianças e adultos, enfermeiros durante as guerras, cozinheiros, casamenteiros, conselheiros matrimoniais, joalheiros, ceramistas, tecelões, cantores, artistas além de cuidaram de crianças órfãs e idosos. Isso também vale para Two Spirit que nasceu com corpo do sexo feminino, esses tinham cargos como caçadores ou guerreiros, dedicados aos papeis masculinos de maneira tão destemida quanto os outros. Dentro dessa cultura era considerado altamente ofensivo forçar um Two Spirit a cumprir o papel tradicional do seu sexo biológico.

Não é a toa que alcançam bons cargos na tribo pois os Two Spirit possuem um intelecto diferenciado, além de habilidades artísticas afiadas e uma capacidade excepcional para compaixão. Pode parecer que estou puxando a sardinha para o meu lado, mas a possível explicação dada para isso é o fato dessas pessoas conviverem com o autoquestionamento.

A seguir apresento a história de alguns Two Spirit:
Squaw Jim, à esquerda, e sua esposa.

Squaw Jim nasceu um homem biológico com duas almas e está vestido com roupas femininas nessa foto.

Ele serviu como batedor em Fort Keogh e ganhou reputação por bravura após salvar a vida de um companheiro de tribo na Batalha do Rosebud em 17 de junho de 1876.
We'wha talvez seja um dos mais famosos Two Spirits.

Nasceu homem biológico com alma feminina.

Todos a descreviam como uma pessoa muito inteligente, tanto que se tornou embaixadora da tribo Zuni em Washington. A elite americana a denominava "The Zuni man-woman" (A homem-mulher da tribo Zuni).
Osh-Tisch da tribo Crow.

Nasceu mulher biológica com alma masculina. Foi permitido a tomar os papéis femininos e masculinos na sociedade e era conhecido por obter excelência em ambos.

Sua habilidade de costura lhe valeu o direito de fazer a pele de búfalo usada pelo chefe da tribo, além disso também era conhecido por sua ferocidade nas batalhas. Inclusive, a sua força como um guerreiro lhe rendeu o nome Osch-Tisch que significa "Encontre-os e Mate-os".


Pena que nem tudo são flores e a história se repetiu como no caso das Hijras na Índia.

O primeiro contato com os povos nativos foi um choque para a cultura dos europeus. Quando Cristóvão Colombo encontrou os Two Spirit pera primeira vez, ele e sua equipe fizeram questão de jogá-los em buracos com seus cães de guerra. O tratamento desumano oferecido pelos cristãos foi apenas o começo do holocausto nativo americano.

Existem relatos das primeiras expedições dos jesuítas e dos exploradores franceses contando histórias a respeito de homens nativos que tinham "se entregue ao pecado" e de mulheres caçadoras. Em 1530, o explorador espanhol Cabeza de Vaca escreveu em seu diário sobre homens "molengas" que se vestem como as mulheres em tribos da Florida. Por conta do preconceito europeu contra os povos nativos, os monges católicos espanhóis destruíram a maioria dos registros dos astecas para erradicar as crenças e história dos nativos, incluindo registros sobre tradição dos Two Spirit

George Carlin, Dance to the berdache (Dança aos two spirit)
O pintor chegou a comentar que a tradição dos Two Spirit nas tribos
"deve ser extinta antes que possa ser mais plenamente registrada"
Obs: Berdache é um termo pejorativo para se referir aos Two Spirit.
Durante o período de colonização, os europeus exigiram que todas as pessoas atuassem em conformidade com os seus dois papéis de gênero prescritos, então era comum os Two Spirit serem forçados, por funcionários do governo ou representantes cristãos, a assimilar esse papel. Aqueles que sentiram que não poderiam fazer essa transição passaram viver na clandestinidade ou cometeram suicídio. Outro detalhe, também aconteceu a imposição de leis de casamento euro-americana invalidando os casamentos do mesmo sexo que antes eram comuns entre as tribos da América do Norte.

Estranho como o suposto mundo civilizado não tem nada de civilizado e os costumes tribais, a princípio estranhos, são bem coerentes. Triste lembrar que a nossa cultura está impregnada com esses pensamentos retrógrados.

Para finalizar, segue um texto do Russell Means, um integrante da tribo Lakota que foi ator no filme O Último dos Moicanos (1992) e foi um ativista dos direitos dos nativos americanos.

"Na minha cultura temos pessoas que se vestem metade homem, metade mulher. Winkte, nós os chamamos em nossa língua. Se você é um Winkte, saiba que é um termo honroso e que você é um ser humano especial, e entre o meu povo e todas as pessoas da Plains (agrupamento de várias tribos) consideramos você um professor para as nossas crianças e estamos orgulhosos do que e de quem você é"

Fontes: IndianCountry e QueerHistory

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Naturalidade dos fatos, leões e a questão do gênero

Um artigo científico recentemente publicado na revista African Journal of Ecology tem dado o que falar. Cinco leoas de Botsuana, na África, foram confundidas com leões por portarem uma bela juba. As fêmeas começaram a rugir mais alto do que os machos e uma delas, inclusive, marca o território e tenta acasalar com outras fêmeas.
Mmamorir, leoa com aparência e comportamento de leão
Sou amante de felinos e não escondo. Os vejo como criaturas graciosas que exalam beleza e inteligência enquanto se mantém predadores de topo de cadeia. No caso dos leões, os cientistas já perceberam que eles vivem em pequenas sociedades e são bastante organizados entre eles.

Cada alcateia de leões é composta por cerca de quinze adultos. Desses, de dez a doze são fêmeas e de três a cinco são machos. Entre as leoas, somente algumas caçam e pode-se afirmar que elas são estrategistas particularmente eficazes nas matanças em grupo. Outras cuidam dos próprios filhotes e dos filhotes alheios, detalhe que elas costumam ter cria sempre na mesma época do ano.

A proteção do grupo é uma das grandes preocupações do leão, já que ele costuma se deparar com bandos menores compostos apenas de machos que lutam com o líder para demovê-lo de sua posição e, em seguida, matam seus herdeiros. Outra preocupação é assegurar o território de caça – que pode ser um pedaço de terra fixo ou então uma manada de presas que o bando segue savana afora.

Comentei isso para frisar que eles vivem em sociedade e possuem tarefas bem divididas, inclusive entre sexo. Nesse grupo em questão, acompanhado entre março de 2014 e março de 2016, foram observadas cinco leoas com juba e uma delas, chamada Mmamorir, também age como se fosse macho.

Ruge em um tom mais grave, foi vista matando filhotes de leões que roubaram suas presas (primeiro registro de uma leoa fazendo isso), marca território e até tenta montar em outras leoas. Seu comportamento não é 100% masculino, ainda passa tempo com o bando fazendo as tarefas de leoa e foi vista acasalando com machos. Isso soa semelhante a aquele tal de gênero fluido não binário, não acham?

Essa não é a primeira vez que uma notícia envolvendo leões me surpreende. Assim vi a reportagem, me recordei de um casal de leões machos que foram observados em pleno ato sexual também em Botsuana.
Leões homossexuais
A fotógrafa que registrou o momento questionou o guia a respeito do comportamento deles e foi informada que este casal de leões é assim mesmo, e que, inclusive, eles não demonstram qualquer interesse por leoas fêmeas que rondam a mesma região e já expulsaram outros machos da área que vivem. Vale salientar que pesquisadores e biólogos já registraram comportamento homossexual em mais de 450 espécies de animais.

Ambos os casos aconteceram no meio da selva. No meio da natureza. Sem a mão do homem estar envolvida. Claro que esse comportamento não é observado com tanta frequência, mas acontece e de maneira natural. Penso que deveríamos observar mais a natureza!

Agora eu pergunto, será que na natureza também se observa o comportamento de repúdio pelo diferente ou preconceito é coisa só do homem racional?

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Lésbicas e o crossdressing

O crossdressing que tenho como foco no blog é o de homem para mulher. No entanto, o inverso também é válido e muitas moças lésbicas são crossdressers e nem devem saber da existência dessa nomenclatura!

Quer dizer, elas podem ir numa seção de roupas femininas numa grande loja de departamentos e sair vestidas como muitos homens se vestem no dia a dia. Por exemplo, quando estou de Victor eu sempre estou com uma calça jeans reta, camiseta básica e tênis, coisas que podem ser facilmente encontradas na seções femininas mas com corte para o corpo feminino. Então elas não são exatamente crossdressers, certo?

Haha, eu realmente fico em dúvida nesse caso. Se praticamente todas as roupas masculinas tem versão feminina então as mulheres acabam usando apenas roupas femininas. Se tivessem roupas femininas no departamento masculino então crossdressing seria um termo desnecessário! Alias, eu espero muito que ele caia em desuso pois roupas são apenas roupas e não deveriam ser referência para distinção de gênero.

Enfim, na verdade nesse post eu gostaria de apresentar alguns "tipos de lésbicas" que encontrei no blog Sapatômica (vou focar nos estilos que tenham pelo menos um toque masculino). Ela frisa no post que não se trata de rotulação e eu complementaria dizendo que se trata apenas de rotulação de estilo pois a mulher não precisa nem ser lésbica para adotar um estilo de roupa confortável, mesmo que seja o estilo caminhoneiro.

Tipo 1: A Dyke

O exemplo mais famoso desse estilo é a Shane McCutcheon (The L Word).
Pelo que entendi é o estilo menos masculinizado. Muitas vezes você nem percebe o toque masculino nela pois ela pode estar com bota de lenhador ou um all star, com calça larga ou skinny, com moletom ou regatinha grudada, sem maquiagem ou com maquiagem, cabelo curto ou não.


Tipo 2: A Soft-Butch

O exemplo mais famoso desse estilo é a Ellen DeGeneres (The Ellen DeGeneres Show).
No estilo delas entra a camisa polo ou de botão, um blazer ou suéter de lã, talvez uma gravatinha borboleta, um suspensório, resumindo usam roupas da arara mais fashionista do setor masculino das lojas. Geralmente tem cabelo curto, muito bem penteado e com mousse.


Tipo 3: A Butch/Bofinho

O exemplo mais famoso desse estilo é a Poussey Washington (Orange Is The New Black).
Ela é a versão ‘setor masculino da loja’, porém na arara mais comum. Jeans, camiseta, tênis, bem tranquila e relax na vida, ela não usa maquiagem (não vai saber nomear nem três itens de uma nécessaire). Geralmente tem cabelo curto, usa boné, touca, etc.
Obs: como homem eu uso exatamente esse estilo!


Tipo 4: A Caminhão

O exemplo mais famoso desse estilo é a Big Boo (Orange Is The New Black).
Esse é o estilo mais masculinizado pois ela nunca usa um único item do setor feminino das lojas. O cabelo é sempre curto e nada de glitter ou coisas espalhafatosas. Na praia/piscina, usa sunga. E, por fim, não existe a menor possibilidade de ela comparecer a um evento social tipo casamento/formatura usando algo que não seja terno.


segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Hijras, as trans do sul da ásia

Me empolguei com o tópico de história e resolvi escrever um pouco sobre as Hijras! No geral elas não são consideradas nem homens, nem mulheres. Em países como o Paquistão ou Bangladesh são oficialmente reconhecidas como terceiro sexo. No entanto, para muitas pessoas elas são consideradas lendas vivas ou semi-deusas por entregarem a sua essência (seu pênis) para a deusa Bahuchara Mata.


Estima-se que hoje vivem aproximadamente 1,9 milhões de Hijras somente na Índia. Elas se organizam em pequenas comunidades de 5 ou mais chelas (discípulas), chefiadas por uma guru, normalmente a mais velha do grupo. Quando uma chela se transforma em Hijra, após treinamento nas artes do canto e dança e em outras atividades que possam lhe tornar economicamente ativa, assume o sobrenome e passa a ser um membro da família da guru.

Parte da renda delas vem dos rituais realizados em festas de casamento ou de nascimento de uma criança. Elas chegam cantando e dançando nos locais sem precisar de convite e pedem uma contribuição para irem embora. Se atendidas, abençoam o casal ou o recém nascido. Caso contrário, rogam pragas. Os indianos acreditam que a emasculação confere poderes mágicos e que atrapalhar o ritual delas pode trazer azar.


No entanto, assim como no Brasil, a maioria dessas meninas vivem marginalizadas na sociedade e o bruto da renda delas vem da mendicância e da prostituição. No caso delas, porém, essa marginalização tem relação direta com o colonialismo britânico durante o período de 1858 até 1947. A cultura ocidental "superior" do Reino Unido considerava que castas como a dos andarilhos, comerciantes itinerantes, nômades, ciganos e eunucos eram um problema de lei e de ordem para o Estado, então em 1871 foi publicada a lei "Criminal Tribes Act" que criminalizava tribos como a das Hijras.

Antes da existência desta lei as moças eram bem aceitas na sociedade, inclusive residiam em palácios reais como protetores do reino! Se pensar bem essa classe se originou com os eunucos que eram castrados na infância e treinados para cuidar dos grandes haréns de príncipes e sultões, sendo assim no mínimo elas tinham uma posição de confiança dentro dos palácios.

Vilã em Appu (2000)
Depois que a lei foi sancionada muitos estereótipos negativos passaram a ser associados a elas. Eram acusadas de rapto de crianças, suas cerimônias passaram a ser vistas por atrair má sorte, também eram acusadas de forçar jovens rapazes a castração e, o equívoco mais comum, era que se tratavam apenas de homens vestidos com saris (vestimenta feminina). A maioria desses estereótipos foram reforçadas ao longo do tempo através de novelas e filmes que retratavam as Hijras como antagonistas, masculinos, fortes e malignos.

Hoje quem se esbarra com elas nas ruas mal sabe que se trata de uma cultura milenar. Existem citações sobre as Hijras em documentos antigos como os épicos sânscritos Ramayana ou Mahabharata, ambos textos sagrados de grande importância para o hinduísmo que foram datados como escritos entre 500 a.C. a 100 a.C mas que surgiram muito antes e sobrevieram pela tradição oral.

A cultura sul asiática abraçava a diversidade a milênios atrás! A mitologia deles está repleta de lendas sobre mudança de sexo como deusas que se transformavam em homens, deuses que se transformavam em mulheres e deuses com atributos ao mesmo tempo femininos e masculinos, como a andrógina Ardhanarishvara (junção de Shiva e sua consorte Parvati).

Para a sociedade indiana, que enfatiza as maravilhas e bênçãos da reprodução humana, a impotência masculina é um grande motivo de vergonha, mais até que a homossexualidade. Por isso que muitos pais entregam seus filhos com traços de feminilidade para as casas de Hirjas para que cresçam em meio a seus "iguais" e aprendam a ser uma delas, karma que acreditam estar predestinado os efeminados. Um dos testes para a adesão à comunidade era a prova de impotência onde colocavam uma chela para dormir com uma prostituta por um certo período de tempo e a monitoravam.


Atualmente algumas Hijras estão envolvidas na política para tentar reverter sua situação social buscando maior respeito da comunidade. Algumas conseguiram expressiva votação. Em 2000 Shabnam Musi foi eleita deputada para Assembléia Legislativa de Madhya Pradesh. A Kamla Jaan assumiu a prefeitura de Katni e sua correligionária Asha Devi a de Gorakpur.

Apesar de toda a diversidade de pensamentos vistos no hinduísmo, o discurso e a prática no país ainda são bastante contraditórios, com muitos resquícios da ocupação britânica. Mesmo assim, a religião hinduísta é uma das mais condescendentes com o público LGBT!

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Enquete - Sexualidade

Com uma certa frequência eu vejo postagens fazendo afirmações a respeito da sexualidade de crossdressers ou de transgêneros e sempre fico incomodada com as besteiras que vejo. Pior, quando não é postagem é gente vindo falar diretamente comigo achando estranho eu ser casada com uma mulher cis e não querer nada com homens.

Minhas flores, nós vivemos na era da diversidade! O fato de eu me sentir mulher não quer dizer que eu devo gostar de homens, caso contrário não existiriam mulheres lésbicas, não é mesmo?

Para mim, essa visão de que CD ou Trans tem que ser submissa a um homem nada mais é do que o patriarcado querendo manter o seu status de dominante na sociedade e isso não é nada diferente do que ainda fazem com as mulheres no dia a dia. Sinto dizer, mas igualdade de gêneros ainda está longe de ser realidade para as mulheres cis, imagina então para as mulheres trans?

Se você gosta de sair com homens, divirta-se! Nada contra, sou super a favor da diversidade! Só peço gentilmente para que evitem compartilhar artigos que generalizam comportamentos pois isso só alimenta os pré-conceitos já existentes na sociedade.

Então para fugir desses preconceitos, proponho duas enquetes para saber da sexualidade de vocês, são elas:

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Maquiagem sem fronteiras

Lembram que comentei no post Contando para a companheira que os tempos são outros? Acabei encontrando essa matéria do começo desse ano e fiquei encantada com a situação



Ethan Wilwert, um jovem garoto americano de 8 anos de idade que leva uma vida de menino de 8 anos com direito a jogar bola e tudo, pediu por livre e espontânea vontade para sua mãe para agendar uma aula de maquiagem por que gostaria de ficar como uma Drag Queen.

A mãe, que possui uma percepção diferenciada e entende o filho, logo marcou e levou garoto em uma loja da MAC para realizar o seu pedido. Eles acabaram conhecendo o maquiador Joey Killmeyer que comentou: "Assim que ele e mãe, Season, entraram na loja, senti uma conexão imediata. Ele me lembrou de mim mesmo quando eu tinha essa idade. Foi tocante poder ajudá-lo a aprender o que ele queria saber."


Achei lindo o comentário da mãe dele:
"A sociedade precisa se desviar do que é tipicamente conhecido como regras de gênero e estereótipos, e aceitar que é ok um menino usar maquiagem e se expressar como um artista. Isso não define a identidade de seu gênero nem sua preferência sexual. Ele apenas está explorando e sendo uma criança! Julgar muito e ter a mente fechada com esses assuntos não apenas machuca nossas crianças, mas também inibem a liberdade delas de auto expressão e as impedem de abraçar suas verdadeiras identidades". Season Willert


Impressionante a foto, né? Por acaso ela teve centenas de milhares de curtidas no Facebook e mostra que um menino pode usar maquiagem simplesmente por querer usar maquiagem. Espero que isso ajude a quebrar um pouquinho da barreira criada pelo preconceito errado da sociedade.

Abrace a sua verdadeira identidade


quarta-feira, 17 de agosto de 2016

História da distinção entre gêneros na moda

Desde pequeno eu sempre me perguntei por que existem roupas exclusivas para mulheres. Nem ouso dizer que existem roupas exclusivas para homens pois até a cueca já tem versão feminina, então roupa de homem na pratica é roupa unissex e de mulher é exclusiva de mulher.

Tá, mas por que isso?

Fui atrás de informação nos livros de história da moda e acabei descobrindo que tenho que me aliar ao movimento feminista! Entenda mais a seguir.


A história do vestuário tem início nos primeiros usos de materiais para cobrir o corpo. Na imagem anterior, podemos observar que até o período da Grécia antiga o visual do homem e da mulher são muito parecidos em todos os aspectos, são basicamente tecidos cobrindo e protegendo o corpo.

Num momento seguinte, podemos notar uma certa diferenciação no visual de ambos os sexos. No entanto, se excluirmos as diferenças nas silhuetas, tanto os tecidos quanto a decoração dos vestuários são os mesmos tanto para homens quanto para mulheres.

A moda, como tendência de consumo, nasceu nas cortes europeias em meados do século XV e era usada como ferramenta para representar o status. Do seu nascimento até a Revolução Francesa, os nobres e burgueses se enfeitavam numa exaltação de riqueza e de luxúria procurando dar enfatização puramente social a suas roupas. Não é a toa que o salto alto foi popularizado nessa época entre os homens, assim como grandes perucas e outros acessórios.

O único aspecto que tinha diferenciado sexualmente o vestuário era o fato de os homens poderem mostrar a forma das pernas enquanto as mulheres cobriam as pernas com vestidos longos, mas o motivo era mais para facilitar a locomoção deles. Acredito que foi a época mais feliz para quem tinha tendências crossdressers (e fosse rico ou nobre)!!

Com a Revolução Francesa aquela imagem dos nobres da corte que não produzem nada e ficam se emperequetando com a suas grandes perucas, tecidos coloridos e saltos passou a ser muito mal vista pela sociedade, neste momento a moda virou sua atenção totalmente para o trabalhador, simplificou as peças de roupa e se difundiu rápido por todas as classes, apesar da ornamentação que continuava a distinguir a burguesia. Pode-se dizer que nesse estava nascendo a moda masculina que chamamos de contemporânea.

Já achamos alguns culpados, os nobres da monarquia absolutista fizeram com que algumas peças de roupas fossem mal vistas em homens até hoje. Falta falar sobre o feminismo.

O século XIX caracterizou-se pelo conservadorismo no vestuário masculino e a resistência à mudanças. Esta ação foi mantida por sucessivas campanhas contra o excesso na roupa de homem e o modelo masculino começou a ser formatado pelos alfaiates, revistas masculinas e livros de etiqueta, fazendo surgir o conceito de gentleman. Ao mesmo tempo, todas as tendências contrárias a esta corrente eram ridicularizadas.

Caricatura de um Macacori, um estilo nobre que tenta manter o status
 mas que foi ridicularizado durante século XIX
É nesta altura que se torna evidente o propósito da roupa masculina como um traje muito mais confortável e de fácil movimentação. Durante esse período também surge a imagem de que o homem deve trabalhar fora de casa, viajar e sustentar a mulher e a família. Assim, para o homem o ornamento tinha sido posto de lado em prol da carreira e era necessário ter uma imagem masculinizada forte, já a mulher era a vitrine da sua prosperidade.

Chegamos ao século XX e a Grande Guerra Mundial foi a causadora da nova reviravolta. Enquanto os homens estavam se matando, as mulheres tiveram de assumir o controle da maioria das funções sociais que antes estavam exclusivamente nas mãos de homens. A partir dos anos 20, começam a surgir as primeiras calças para mulher. Nos anos 30, o vestuário profissional feminino surgiu profundamente inspirado no masculino. Isso impulsionou o desenvolvimento de roupas femininas, possibilitando uma nova gama de peças e acessórios.

Após o período de guerras, as mulheres perceberam que poderiam fazer tudo que os homens faziam, tanto que na hora que apertou elas foram colocadas para trabalhar e mostraram resultado! Então o movimento feminista começa a dar os seus paços em meados dos anos 60.

Nesse post eu não vou me aprofundar muito no movimento feminista, mas gostaria de lembrar que ele tem como objetivo conquistar o acesso a direitos iguais entre homens e mulheres!! Elas conquistaram o "direito" de usar peças masculinas quando entraram no mundo que era exclusivo masculino.

Para mim, está claro que hoje não existe mais mundo exclusivo masculino ou exclusivo feminino então busco o direito de usar a roupa que eu bem entender, ou mesmo ser quem eu bem entender. No fim das contas, concluí que eu também busco direitos iguais entre todos e aderir ao movimento feminista me parece ser algo bem sensato. Em outros posts eu devo falar mais sobre isso

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Alcides/Samira, um exemplo

Acreditam que eu me emocionei vendo esse vídeo?

Enquanto a maioria de nós fica se escondendo a vida toda com medo dos outros o Sr. Alcides, com o seu jeito simples, aproveita a vida dele como ele gosta, de maneira saudável, trabalhando honestamente e sem prejudicar ninguém.

Eu não esperava ver uma matéria dessas na TV, então meus parabéns Rede Record e programa Balanço Geral pelo respeito ao tratar do assunto.

Aproveitando a oportunidade, gostaria de apresentar a vocês o Victor, meu lado masculino:

Uma foto publicada por Samantha Oliver (@ohomemfeminino) em

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Fetiches (04) - Crossdressing

Falar sobre a temática sexual ainda soa como tabu no Brasil. Mesmo que tenhamos uma cultura sexual bastante forte e presente desde cedo em parte da população, tocar no assunto sempre parece ser algo de outro mundo. Neste post, resolvi trazer esse tema um pouco mais polêmico: crossdressing como fetiche.

No post Crossdressing / Crossdresser / CDzinha eu apresentei alguns tipos de crossdressing e o fetiche sexual estava presente. Nesse caso a roupa do sexo oposto é o objeto de fetiche e usar ou admirar essa peça de roupa excita o praticante. Por acaso isso lembra um pouco o fetiche Zentai, no caso deles só troca a roupa feminina por um traje que cobre o corpo todo.

Eu mesma posso me encaixar em alguns momentos como crossdresser fetichista. Até a história do meu crossdressing caminhou em conjunto com o fetiche por um tempo. Teve época, durante a adolescência, que eu tinha excitação só de encostar em uma meia fina, por exemplo. Hoje, no entanto, eu posso passar horas como Samantha e não tenho nenhum desejo sexual ou ereção. Por outro lado, basta eu colocar uma roupa como a da foto a seguir e ficar na frente de um espelho que a história é diferente (haha, só não sei ao certo se é por que gosto do que vejo ou gosto da roupa que estou usando).

Samantha Oliver



Como fiz nos outros posts sobre fetiche, segue alguns depoimentos de fetichistas:

"Eu sou um homem heterossexual de 20 anos. Desde os doze anos eu tenho um certo interesse em usar roupas de meninas/mulheres. O pensamento de vestir essas roupas, usar maquiagem, usar perfume e me engajar em ter um comportamento feminino me desperta sexualmente. Eu me masturbo quase que exclusivamente para essa ideia. Eu não entendo isso. Eu não me identifico como transgênero ou homossexual, nem tenho muitas características "femininas". Eu sou meio que um nerd peludo com excesso de peso." Anônimo - Yahoo! Respostas



"Comecei a praticar crossdressing no exato momento em que eu aprendi a me agradar sexualmente. A partir desse ponto, nos últimos 10 anos mais ou menos, eu tenho correlacionando crossdressing como alguma forma de prazer sexual. Normalmente quando eu visto roupa de mulher eu fico excitado. Embora isso começou a mudar um pouco ao longo do tempo. Fui tendo vontade de usar mais roupas femininas a medida que fui ficando mais velho e isso está começando a me dividir. As vezes quando vejo uma garota atraente na faculdade, por exemplo, tenho pensamentos como: "uau ela está realmente sexy, eu gostaria de poder me vestir como ela agora". Eventualmente isso me faz ir para casa vestir as minhas roupas de menina e me masturbar. Quando eu termino, porém, eu tenho o mesmo sentimento que a maioria das pessoas tem: eu quero me livrar das roupas, me sinto enojado e sinto que o que faço é grosseiro e errado... Mas depois de um tempo eu volto a ter esses impulsos para me vestir como uma menina de novo e eu gostaria de poder fazer isso sempre, sem que soasse como um problema." gassylammas - Reddit


"Sempre tive um fetiche por lingerie desde que eu era moleque. Lembro da primeira vez que fui tomar um banho e no cesto de roupa vi uma calcinha toda rendada que achei linda. Fiquei olhando e naquele momento veio a ideia de experimentar e ficava na duvida se vestia ou não. Então para matar a curiosidade acabei vestindo e me olhando no espelho e acabei gostando. Conforme fui crescendo e continuava com este mesmo pensamento e experimentando as calcinhas das minhas irmãs escondido. Muitas vezes que estava em algum corredor de shopping ou na rua não podia ver uma loja de lingerie que ficava excitado em ver calcinha. Quando olhava as vitrines e ficava admirando cada calcinha disfarçadamente e imaginando tendo elas." Homem de calcinha

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Crossplayers (03) - kuzumonostory

Nesse post vou apresentar algumas fotos da kuzumonostory
uma transgênero cosplayer americana.

Kuranosuke - anime Kuragehime
Eu adorei e me identifiquei muito com o personagem Kuranosuke!
Confira um resumo sobre o anime no post Crossplayers (02) - Felt-Cosplay.

Kyoko Sakura - anime Puella Magi Madoka Magica


Yukiko Amagi - jogo Shin Megami Tensei: Persona 4



Zange Chan - anime Kannagi: Crazy Shrine Maidens

Nessa foto também aparece a cosplayer excelsoup,
ela é a namorada da kuzumonostory e elas fazem cosplay juntas em diversos eventos!

Recentemente ela postou essa foto para mostrar o progresso do tratamento de hormônios.
A foto do meio foi tirada 5 meses depois do início do tratamento e ela esta sem maquiagem!

sábado, 21 de maio de 2016

Gênero das roupas?


Não sei o que mais deu o que falar, o comercial do Dia dos Namorados da C&A em si ou os comentários grosseiros que saíram depois dele!

O comercial é lindo, não é o primeiro dessa linha, não agride ninguém, aparecem pessoas lindas, aparecem diversas etnias e aparece muita roupa bonita e diferente (que é o foco da loja). O único ponto que poderia melhorar, na minha humilde opinião, é o fato de só aparecerem casais heterossexuais,

Já os comentários grosseiros apelam para a imposição de ideologia de gênero e para os dogmas de suas crenças. No entanto, como comentei antes, o foco aqui são as roupas e gostaria muito de saber que mal tem em um homem usar um vestido ou uma mulher usar uma cueca?

Homens de vestido
Alias, tenho um questionamento pessoal, quando será que cada roupa virou peça exclusiva de um determinado sexo?
Vestidos inicialmente eram usados por homens e mulheres, salto alto foi utilizado por homens e mulheres da nobreza até não muito tempo atrás, calça legging igual, e existem diversos outros exemplos. Entendo que existam cortes diferentes por conta das diferenças entre o corpo masculino e feminino, mas existir exclusividade de uso para cada sexo beira o absurdo na minha cabeça.

Enfim, fiquei muito feliz com a iniciativa da propaganda!
Sei que é muito mais pelo marketing, mas fiquei feliz do mesmo modo! Vou ter certeza que não é só marketing quando essa cultura estiver implantada na empresa pois a C&A foi a única grande loja de departamento que me barrou de entrar no provador masculino com roupas femininas e isso ocorreu a menos de um ano, então na propaganda é tudo lindo agora quero ver na prática!

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Quando começou o seu crossdressing?

Converso com pessoas de diversos lugares pela internet e acabo descobrindo muitas histórias sobre como iniciou o crossdressing na vida delas. Percebi que, em muitos casos, ele se inicia quando criança e me incluo nesse pessoal.

Não lembro exatamente quantos anos eu tinha, mas lembro que meu primeiro contato foi antes dos 10 anos de idade e foi com uma meia fina. Eu encontrei uma peça da minha mãe perdida no quarto dela e só de tocar nela eu senti que eu precisava experimentar aquilo e, desde então, comecei a adorar muitas coisas do mundo feminino.

A sensação, no sentido tátil, de pegar e vestir uma meia fina é única, ainda mais para quem tem um armário masculino com cortes e tecidos super limitados. Eu sinto isso até hoje quando tiro a minha calça jeans masculina e visto um vestido com tecido diferente, chega a parecer um abraço vestir essas peças =D

Compartilhe conosco quando foi o seu primeiro contato com o crossdressing e a sua história nos comentários!

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Crossdressing / Crossdresser / CDzinha

Crossdressing é o ato de usar itens de vestuário e/ou outros acessórios comumente associados ao sexo oposto dentro de uma determinada sociedade. É uma definição simples, porém abrangente.

Os motivos para essa prática são diversos, posso citar conforto, estilo, trabalho, prazer, diversão e sei que existem muitos outros. Vale salientar que alguns motivos vão muito além do que pode ser descrito por essas palavras pois se trata do íntimo e pessoal de cada um.

Os tipos também são diversos e a seguir você vai ver alguns exemplos que eu consegui encontrar.

Disfarce de gênero é usado por homens, mulheres, meninas e meninos para se passarem pelo gênero oposto. Além de existirem diversos relatos reais, a temática costuma ser utilizada em roteiros de televisão, teatro ou cinema. Na série Game of Thrones, por exemplo, a jovem Arya Stark se passa por Arry para fazer uma longa viagem junto com outros homens.
Arry em Game of Throne

No teatro o crossdressing também sempre esteve presente. No início, as trupes de teatro eram compostas por homens que faziam todos os papeis da peça, tudo bem que bem no início eles utilizavam mascaras para representar o personagem, não roupas, mas a pratica do crossdressing ainda é antiga no meio e se faz presente até hoje e em diversas situações.
Clodovil na peça ''Eu e Ela''

As apresentações de Drag Queens são representações artísticas baseadas em crossdressing. Inclusive uma das possíveis origens do termo veio de "Dressed Resembling A Girl" que é algo como "vestido semelhante a uma garota".
RuPaul

Existem também os Drag Kings, mas não vejo com muita frequência.
A propósito, visto a origem do termo elas não deveriam se chamar Drab King?
Kristen Stewart em "Just One of the Guys"

Na cena erótica existe um tipo de fetiche sexual que consiste na gratificação pelo contato e/ou vestimenta com roupas pertencentes ao sexo oposto. Nesse caso a roupa do sexo oposto é o objeto de fetiche.
Crossdresser fetichista

Ainda no meio erótico tem a prática da feminização onde homens adotam a figura e o comportamento feminino como uma maneira de submissão à mulheres dominadoras ou à outros homens.
Dominatrix e seu submisso

Recentemente eu conheci o termo underdresser que se refere a quem usa roupa íntima do gênero oposto sob as roupas. Apesar do termo específico, também se trata de crossdressing.
Undresser

No mundo da moda o crossdressing aparece de diversas maneiras. Recentemente o estilo Boyfriend estava em evidência, nele se busca peças do armário do namorado ou peças que se assemelham às de homens, nada além de crossdressing. Também posso citar os modelos com aparência andrógina que participam de ensaios como homem ou como mulher, o modelo Andrej Pejic é uma bela referência.
Roupas estilo boyfriend

Como amante de coisas japonesas eu tenho que falar também do Crossplay. Cosplay é uma arte performática em que os participantes usam fantasias e acessórios para representar um determinado personagem, o crossplay é uma vertente onde se escolhe um personagem do gênero oposto.
Crossplayers - Felt-Cosplay

As travestis, também são consideradas crossdressers?
Se ela se ver como gênero feminino ou vive 100% do tempo como mulher não cabe dizer que se trata de crossdressing pois a roupa dela vai estar associada ao próprio gênero dela. Caso contrário, cabe dizer que sim.
Por curiosidade fui atrás da etimologia da palavra Travesti e descobri que veio do latim TRANS, "através", mais VESTITUS, "vestido", que a grosso modo é a mesma coisa do que crossdresser.

Pensando bem, quando se discute o crossdressing em conjunto com os gêneros binários e não binários a confusão tende a aumentar. Por exemplo, eu me considero como gênero fluido, nesse caso meu gênero passa de masculino para feminino quando me transformo, então quando viro Samantha eu não estou praticando crossdressing? Haha, e aí?
Samantha, crossdresser ou não?

Eu, pessoalmente, sinto que existe um outro tipo que eu chamaria de crossdresser de escape (não se apegue ao nome, não consegui pensar em nada melhor). Nesse caso eu acho que a pessoa realiza a prática do crossdressing com o simples objetivo de se sentir bem, assim ela escapa das responsabilidades do dia a dia e foca no seu momento.

Pode ser que isso esteja contido num dos tipos apresentados previamente ou seja uma combinação deles, mas é algo que eu sinto quando converso com algumas amigas e não encontro relação com outras coisas como orientação sexual ou gênero. Também percebo que muitas não buscam nem exposição.
Crossdresser de escape

No final das contas sinto que a cada dia que passa eu penso se devo ou não me apresentar como sendo uma crossdresser pois considero que o termo me representa parcialmente.

Aproveito para deixar uma dica: se alguém só te falar que é crossdresser tente não criar nenhum pré-conceito sobre ela pois agora você sabe que existem diversos tipos completamente diferentes.

E você conseguiu se identificar com algum tipo?
Se identificou com mais de um? Ou com nenhum?
Aproveite os comentários para discutir, esse espaço é livre!

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Anime - Working!!

Já deve ter ficado aparente que sou fã de animes, não?

Eu estava assistindo um anime de comédia chamado Working!! que mostra o dia a dia de dos funcionários do restaurante Wagnaria e fiquei surpreendido pela maneira que abordaram sobre a temática de crossdressing em um episódio.

Gostei tanto que fiz um resuminho desse episódio que me surpreendeu, espero que gostem e quem saiba assistam o episódio ou o anime inteiro!


Mahiru Inami, uma garota de 17 anos que possui androfobia (medo de homens a ponto de bater em homens que se aproximam), pede para Sōta Takanashi, seu amigo e colega de trabalho que tem o objetivo pessoal de ajudar a amiga a superar a doença, para ele se travestir com o intuito de enganar o seu pai que resolver visitar a loja e conhecer a pessoa que deu um presente para ela no White Day (um pós dia dos namorados).

Apesar da recusa inicial do Takanashi (ele possui um histórico com crossdressing por ter crescido junto com 4 irmãs) os outros colegas, Satou Jun, Hiroomi Souma e Aoi Yamada, entendem que a situação é mais complexa do que parece e resolvem intervir.


Vendo a movimentação a sua volta, Takanashi percebe a necessidade e resolve ajudar, entretanto ele jamais esperava que a pequena Yamada tivesse tudo o que fosse necessário para uma transformação, e digo tudo mesmo!


O resultado foi uma bela transformação! Sinto que o anime conseguiu capturar o crossdressing de maneira bem sutil. Ele ainda tem traços masculinos e tamanho de homem, mas sua feminilidade e seu comportamento o deixa bastante passável.


Tão passável que até os clientes concordaram!
Sem querer dar spoiler, mas já dando, a Poplar Taneshima, essa menina baixinha do ultimo gif, se apaixona pela personalidade feminina do Takanashi!