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quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Evolução da Samantha


A um tempo atrás eu postei essa comparação de uma foto de 2011 com uma de 2016 no meu Facebook e fiquei surpresa com a quantidade de meninas que me perguntaram se eu fiz algum tipo de tratamento para modificar o corpo! Nas entrevistas do Meninas respondem!! eu costumo perguntar "Já realizou ou pensa em realizar modificações no corpo? Se sim, quais?", acho que agora eu mesma posso responder.

Vamos lá, a única modificação definitiva que estou fazendo é laser na barba (e futuramente no resto do corpo). Fora isso eu só me depilo com frequência, faço a sobrancelha e tenho deixado as unhas crescerem.

2006
Quanto ao corpo a história é um pouco mais longa. Quando entrei na faculdade em 2006 eu estava com meus 67kg e uma bela cabelera comprida, seria uma fase ótima para Samantha se não fosse a falta de dinheiro para bancar roupas e os cuidados.

No ano de 2009 eu entrei num trabalho dos meus sonhos na ALL Logística e já na entrevista me pediram para cortar o cabelo e retirar os meus piercings (tinha no nariz, trago e língua). Eu trabalhava muito lá, lembro que eu saía de casa antes das 6h da manhã para o trabalho, de lá ia direto para a faculdade e só saia as 23h. Além disso eu fazia escala nos finais de semana e feriados.

2009, Elvis no fim da carreira?
Nesse período de um ano eu saí de um corpo de 70kg e fui para a casa dos 90 e tantos. Posso dizer que tive uma grande evolução na minha carreira profissional, mas foi bem trágico para o meu corpo!! (Esse ano eu também quase não me montei, deve ter sido uma vez ou outra e olhe lá)

Sei que chegou uma hora que eu senti que tinha que mudar. Saí daquele emprego, mudei meus horários e comecei a me cuidar. No começo eu tentei tomar remédio para emagrecer e até deu certo, mas bastava eu parar que o peso voltava a subir (as vezes até mais do que antes de começar o remédio). A solução foi mudar os hábitos alimentares com uma reeducação alimentar e começar a me exercitar.

Fiz então minha matrícula numa academia e ia eu e a esposa lá para brigar com a balança! Acho que o exercício que mais me ajudou a emagrecer foi o spinning (correr freneticamente na bicicleta ergométrica). Também fiz musculação, porém não tenho muito saco para levantar peso.

Alias, na musculação eu sempre frisei para prepararem meu treino focado nos membros inferiores e com o mínimo necessários nos superiores. Nunca cheguei a falar "quero um treino feminino", mas na prática era isso que eu pedia. As vezes até eu colava uma coisa ou outra do treino da minha esposa! Poxa, qual é o problema de dar exercícios de glúteos para um homem? Ainda mais quando ele pede para focar nos membros inferiores?

Samantha em 2012
Em 2009 eu ganhei mais de 20kg e só consegui voltar a me estabilizar na faixa dos 70kg em 2012! Na foto da comparação de 2011 eu devia estar na casa dos 80kg, já essa foto acima é um orgulho pra mim (apesar da bagunça na casa) pois é a primeira da Samantha na "versão atual", haha, tanto que foi a primeira foto com essa peruca ruiva lindona e com o corpo próximo do que está hoje.

Eu tenho certeza que foi a Samantha quem mais me incentivou a cuidar do meu corpo. Sei que eu podia ser mais um homem barrigudo que não se importa muito com o próprio corpo (como o meu pai), mas a vontade de ter um corpo mais andrógino me fez acordar e me mantém incentivada até hoje!

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Foto censurada

Does it matters if its a boy, girl, trans, cross, drag or anything?
Importa se é um menino, menina, trans, cross, drag ou alguma coisa?

Ontem eu postei essa foto com esse texto no meu instagram @samyoliverbr e, para a minha surpresa, algumas horas depois ela tinha sido censurada por não estar de acordo com as políticas do aplicativo. Ok, vejamos as políticas:

Termos de Uso - Termos básicos
"2. Você não pode publicar fotos ou outros tipos de conteúdo por meio do Serviço que sugiram violência, nudez, nudez parcial, discriminação, atos ilegais, transgressões, ódio, pornografia ou sexo."

Pornografia é definida como qualquer material que desperta pensamentos sexuais de forma vulgar e explícita. Será que consideraram essa foto como vulgar e explicita?

Ou será que devo me sentir "feliz" por estarem me tratando como mulher ao censurarem o meu mamilo polêmico?

A propósito, por que um mamilo feminino é considerado nudez enquanto um mamilo masculino não é nada demais?

Uma foto publicada por Cristiano Ronaldo (@cristiano) em

Essa foto acima obteve mais de 1,1 milhões de curtidas e, por acaso, aparece um mamilo polêmico e uma trouxa na cueca. Não acho que ela mereça ser banida, mas aqui também tem nudez parcial ou não?

Sinceramente, esse tipo de polêmica reflete o quanto muitos homens perdem completamente a racionalidade quando o "objeto" em questão tem o mínimo de conotação sexual. Quer dizer, nem precisa ter conotação sexual pois esses ditos homens conseguem encontrar conotação sexual na renda do tecido de uma saia. Parece mais fácil tentar banir isso do campo de visão do que aprender a admirar e conviver. Triste, mas é a realidade.


Aliás, conhecem a Marcha das Vadias? Sabe aquelas mulheres que vão fazer protesto contra a cultura do estupro nuas ou com poucas roupas? O movimento delas nasceu depois que um policial, falando sobre segurança e prevenção ao crime em janeiro de 2011 na Universidade de York, afirmou que “as mulheres deveriam evitar se vestir como vadias, para não serem vítimas de ataque”. A culpa de um estupro é da roupa que ela usa ou da irracionalidade do covarde que ataca ela?

Quem sabe um dia eu acompanhe elas numa marcha!

Sei que fiquei chateada com a censura da minha foto =/
Para finalizar esse post, olha a foto que ainda está na minha conta do Instagram:



quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Maquiagem sem fronteiras

Lembram que comentei no post Contando para a companheira que os tempos são outros? Acabei encontrando essa matéria do começo desse ano e fiquei encantada com a situação



Ethan Wilwert, um jovem garoto americano de 8 anos de idade que leva uma vida de menino de 8 anos com direito a jogar bola e tudo, pediu por livre e espontânea vontade para sua mãe para agendar uma aula de maquiagem por que gostaria de ficar como uma Drag Queen.

A mãe, que possui uma percepção diferenciada e entende o filho, logo marcou e levou garoto em uma loja da MAC para realizar o seu pedido. Eles acabaram conhecendo o maquiador Joey Killmeyer que comentou: "Assim que ele e mãe, Season, entraram na loja, senti uma conexão imediata. Ele me lembrou de mim mesmo quando eu tinha essa idade. Foi tocante poder ajudá-lo a aprender o que ele queria saber."


Achei lindo o comentário da mãe dele:
"A sociedade precisa se desviar do que é tipicamente conhecido como regras de gênero e estereótipos, e aceitar que é ok um menino usar maquiagem e se expressar como um artista. Isso não define a identidade de seu gênero nem sua preferência sexual. Ele apenas está explorando e sendo uma criança! Julgar muito e ter a mente fechada com esses assuntos não apenas machuca nossas crianças, mas também inibem a liberdade delas de auto expressão e as impedem de abraçar suas verdadeiras identidades". Season Willert


Impressionante a foto, né? Por acaso ela teve centenas de milhares de curtidas no Facebook e mostra que um menino pode usar maquiagem simplesmente por querer usar maquiagem. Espero que isso ajude a quebrar um pouquinho da barreira criada pelo preconceito errado da sociedade.

Abrace a sua verdadeira identidade


quarta-feira, 17 de agosto de 2016

História da distinção entre gêneros na moda

Desde pequeno eu sempre me perguntei por que existem roupas exclusivas para mulheres. Nem ouso dizer que existem roupas exclusivas para homens pois até a cueca já tem versão feminina, então roupa de homem na pratica é roupa unissex e de mulher é exclusiva de mulher.

Tá, mas por que isso?

Fui atrás de informação nos livros de história da moda e acabei descobrindo que tenho que me aliar ao movimento feminista! Entenda mais a seguir.


A história do vestuário tem início nos primeiros usos de materiais para cobrir o corpo. Na imagem anterior, podemos observar que até o período da Grécia antiga o visual do homem e da mulher são muito parecidos em todos os aspectos, são basicamente tecidos cobrindo e protegendo o corpo.

Num momento seguinte, podemos notar uma certa diferenciação no visual de ambos os sexos. No entanto, se excluirmos as diferenças nas silhuetas, tanto os tecidos quanto a decoração dos vestuários são os mesmos tanto para homens quanto para mulheres.

A moda, como tendência de consumo, nasceu nas cortes europeias em meados do século XV e era usada como ferramenta para representar o status. Do seu nascimento até a Revolução Francesa, os nobres e burgueses se enfeitavam numa exaltação de riqueza e de luxúria procurando dar enfatização puramente social a suas roupas. Não é a toa que o salto alto foi popularizado nessa época entre os homens, assim como grandes perucas e outros acessórios.

O único aspecto que tinha diferenciado sexualmente o vestuário era o fato de os homens poderem mostrar a forma das pernas enquanto as mulheres cobriam as pernas com vestidos longos, mas o motivo era mais para facilitar a locomoção deles. Acredito que foi a época mais feliz para quem tinha tendências crossdressers (e fosse rico ou nobre)!!

Com a Revolução Francesa aquela imagem dos nobres da corte que não produzem nada e ficam se emperequetando com a suas grandes perucas, tecidos coloridos e saltos passou a ser muito mal vista pela sociedade, neste momento a moda virou sua atenção totalmente para o trabalhador, simplificou as peças de roupa e se difundiu rápido por todas as classes, apesar da ornamentação que continuava a distinguir a burguesia. Pode-se dizer que nesse estava nascendo a moda masculina que chamamos de contemporânea.

Já achamos alguns culpados, os nobres da monarquia absolutista fizeram com que algumas peças de roupas fossem mal vistas em homens até hoje. Falta falar sobre o feminismo.

O século XIX caracterizou-se pelo conservadorismo no vestuário masculino e a resistência à mudanças. Esta ação foi mantida por sucessivas campanhas contra o excesso na roupa de homem e o modelo masculino começou a ser formatado pelos alfaiates, revistas masculinas e livros de etiqueta, fazendo surgir o conceito de gentleman. Ao mesmo tempo, todas as tendências contrárias a esta corrente eram ridicularizadas.

Caricatura de um Macacori, um estilo nobre que tenta manter o status
 mas que foi ridicularizado durante século XIX
É nesta altura que se torna evidente o propósito da roupa masculina como um traje muito mais confortável e de fácil movimentação. Durante esse período também surge a imagem de que o homem deve trabalhar fora de casa, viajar e sustentar a mulher e a família. Assim, para o homem o ornamento tinha sido posto de lado em prol da carreira e era necessário ter uma imagem masculinizada forte, já a mulher era a vitrine da sua prosperidade.

Chegamos ao século XX e a Grande Guerra Mundial foi a causadora da nova reviravolta. Enquanto os homens estavam se matando, as mulheres tiveram de assumir o controle da maioria das funções sociais que antes estavam exclusivamente nas mãos de homens. A partir dos anos 20, começam a surgir as primeiras calças para mulher. Nos anos 30, o vestuário profissional feminino surgiu profundamente inspirado no masculino. Isso impulsionou o desenvolvimento de roupas femininas, possibilitando uma nova gama de peças e acessórios.

Após o período de guerras, as mulheres perceberam que poderiam fazer tudo que os homens faziam, tanto que na hora que apertou elas foram colocadas para trabalhar e mostraram resultado! Então o movimento feminista começa a dar os seus paços em meados dos anos 60.

Nesse post eu não vou me aprofundar muito no movimento feminista, mas gostaria de lembrar que ele tem como objetivo conquistar o acesso a direitos iguais entre homens e mulheres!! Elas conquistaram o "direito" de usar peças masculinas quando entraram no mundo que era exclusivo masculino.

Para mim, está claro que hoje não existe mais mundo exclusivo masculino ou exclusivo feminino então busco o direito de usar a roupa que eu bem entender, ou mesmo ser quem eu bem entender. No fim das contas, concluí que eu também busco direitos iguais entre todos e aderir ao movimento feminista me parece ser algo bem sensato. Em outros posts eu devo falar mais sobre isso

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Contando para a companheira sobre o crossdressing

A primeira pessoa que soube da Samantha foi a minha esposa. Não vou dizer que foi planejado contar para ela por que não foi. Na época nós estávamos namorando a quase dois anos quando um dia eu chego em casa e me deparo com a Sra. Oliver muito brava. Descubro então que ela encontrou uma blusinha minha jogada pela casa e supôs que eu estava traindo ela.

Lembro que eu sentei no sofá e travei. "E agora?!", eu pensava. Acho que não demorei muito para abrir o jogo. Eu já amava ela e preferi arriscar me expondo do que perder ela tão cedo. Abri o jogo. Falei que era meu e, para provar, mostrei o resto das peças. Um scarpin de nº 42 é uma boa prova, não acham?

Primeira foto juntas no nosso primeiro "ensaio" ❤
Choramos um pouco, me montei e apresentei esse meu outro lado. Conversamos e a vida seguiu. Não já viramos amigas e começamos a trocar segredos, ela até comentou sobre isso na Entrevista com Sra. Oliver:
"Não vou dizer que essa descoberta e a evolução disso não tenha abalado um pouco o relacionamento. Claro, fiquei insegura, fiquei com mil medos, me senti triste, me senti menos mulher.....(poxa, mexe com a nossa cabeça ver seu marido virando uma mulher linda que tem um corpo lindo e anda melhor de salto que eu hahahaha)
Mas, percebi que meu maior inimigo não era ele ser crossdresser, mas eu mesma e meus preconceitos e julgamentos. Quando percebi isso comecei a deixar fluir mais. Não digo que agora está tudo 100%  na minha cabeça, mas um dia chego lá!"

segunda-feira, 18 de julho de 2016

É possível deixar de ser crossdresser ou travesti?


Numa discussão do Facebook a respeito do post Fetiches - Crossdressing foi levantado um questionamento sobre como "se livrar" desse sentimento tão forte dentro de nós. Eu, como alguém que a cada dia que passa tem se aceitado mais dessa maneira e tem estado mais feliz com isso, não consigo escrever dicas de como acabar com isso.

Eu já tentei parar. E isso soa quase como um vício. Lembro de várias peças de roupa que eu me livrei nas vezes que tentei parar. Principalmente dos caros sapatos de numeração especial. Primeiro teve uma bota de cano alto que foi uma das poucas que dava certinho no meu tornozelo e subia agarrada na panturrilha. Também teve um scarpin vermelho lindão que no desespero eu joguei no lixo. Roupas então? Eu não tinha dinheiro para comprar as peças que tenho hoje, então lembro de ter comprado mais lingeries e, eventualmente, um vestidinho ou outro. Sem contar as meias, minha paixão!

Como sei que não sou um bom exemplo, resolvi procurar mais sobre o tema e confesso que encontrei pouca coisa. Primeiro que nos sites de grupos de crossdressers a maioria afirmava com convicção que isso não tem cura. É algo dentro de nós que vai continuar ali. Claro que tiveram algumas ressalvas por que realmente existem exceções.

Ok, fui atrás das exceções então e eu só encontrei relatos de pessoas que conseguiram virar ex-crossdressers ou ex-travestis quando procuraram alguma ajuda na religião. Não sei se o que fazem é algum tipo de lavagem cerebral, mas encontrei um exemplo de um travesti que voltou a ser homem com 26 anos e deu seu depoimento aos 47 anos ao lado da esposa e do seu filho. A propósito, ele virou pastor da igreja evangélica.

Pastor Joide Miranda com a família
e uma foto da época que era travesti
Ao mesmo tempo, também encontrei casos de meninas trans que voltaram a ser homens, ficaram alguns anos como homens e, novamente, voltaram atrás na decisão. Pois é, elas fizeram a terceira transição. Essa matéria do link é interessante pois é uma menina que foi usada como exemplo pelo Deputado Marco Feliciano dizendo-se curada pelo poder de Deus.

Talita Oliveira e a direita ela estava num
programa de TV ao lado do Pastor Marco Feliciano
Depois de ela se assumir travesti novamente e, obviamente, ser repreendida por conta disso ela publicou esse texto no Facebook "Não existe cura gay! Não existem 'ex gays'! Tudo é conveniência, medo e pressão psicológicas das pessoas (…) Abandonei a congregação, recolhi-me e calei-me nas redes sociais. Dei um basta em tanta mentira e falsidade. Cansei de ser usado por pessoas como ele (referindo-se ao deputado Marco Feliciano), que desejavam ter somente um estandarte ‘ex gay’ para uma causa a qual ele nem mesmo compreende".

Complicado, né?

Outro caso que eu encontrei bastante foi de quem pratica crossdressing por puro fetiche e gostaria que acabassem as urges. Lendo os diversos relatos, eu acho que muitos podem ser compulsivos sexuais e o crossdressing acaba sendo só o meio de se aliviar e não a razão do problema. Explico, para se caracterizar como compulsivo sexual a pessoa deve apresentar grande dificuldade em se concentrar em outra coisa que não seja a realização de suas fantasias sexuais e acaba afetando sua produtividade no trabalho, nas relações sociais, afetivas e em sua autoestima. Sendo assim eu pergunto, alguns períodos de urge não lembram essa descrição?

Nesse caso, a recomendação é partir para um acompanhamento com profissionais qualificados como psiquiatra, psicólogos e terapeutas. O psiquiatra poderá receitar medicamentos que diminuam quimicamente o desejo sexual e que amenizem os sentimentos de menos valia e depressão associados ao quadro. Outra abordagem são os grupos de apoio que complementam o tratamento, pois neles a pessoa pode compartilhar o seu sofrimento com outras e receber o apoio adequado de quem passa pelo mesmo sentimento de inadequação social e solidão.

Bom, também existem os casos que não são tão fortes quanto o compulsivo, mas que também incomodam. Em uma época da minha vida eu já me senti muito incomodada com a questão sexual do meu crossdressing, porém eu senti que ele foi mudando com o tempo. Principalmente depois que eu fui atrás de amizades verdadeiras nesse meio, por que você não vê o próximo apenas como um objeto de adoração, você o vê como uma pessoa como você e isso corta grande parte da excitação.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Instagram @samyoliverbr

Estou passando hoje só para divulgar meu Instagram, siga @samyoliverbr e veja uma foto nova por dia!!

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Girlsnight


Nesse ultimo sábado eu estive novamente na casa da Melaine para um encontro com as amigas!
Na foto vemos Melaine, Danielly, Samara e Samantha. A Sabrina (terceira Sa da noite) também esteve presente. Nós conversamos bastante, petiscamos, bebemos (cervejas especiais e um vinho), nos esquentamos no fogão a lenha (não é atoa que aparecem muitas botas na foto, estava bem frio), admiramos uma coleção incrível de sapatos e posamos para muitas fotos!

Demorei para me socializar com outras meninas como eu e sei que comecei tarde. Cada uma tem uma história diferente, cada uma se encaixa em uma das tantas caixinhas que foram criadas para tentar nos definir, a maioria se conheceu pela internet e, mesmo assim, tivemos uma facilidade tão grande em poder se abrir umas com as outras que passamos horas conversando, um verdadeiro encontro de meninas!


Danielly foi a primeira travesti que tive a oportunidade de conhecer e fiquei encantada com a sua feminilidade. Ouvi suas histórias emocionantes sobre a vida noturna (algumas até assustadoras), aprendi alguns truques novos, descobri que temos muito em comum e percebi o quanto amor essa menina carrega no coração. Uma pena ouvir que já aos 7 anos de idade ela apanhava na escola e era chamada de viadinho, detalhe que ela nem entendia por que apanhava ou mesmo o significado dessa palavra que usavam para oprimi-la.

Enquanto algumas de nós ficamos presas nos preocupando com a opinião de terceiros e passamos a vida nos escondendo, outras dão a cara a tapa e enfrentam a sociedade em cima do salto. Não parece nada fácil. E muitas vezes não é nem opcional. Respeito muito essas corajosas.

Também respeito as que se escondem, pois no fundo sou uma delas e entendo esse medo de ser julgada. A propósito, não entendo qual é a necessidade de ficar jugando o próximo, hoje em dia o normal é ser diferente. Somos mais de 7 bilhões de cabeças distintas, por que todas precisam seguir um ou outro padrão? Que as liberdades individuais prevaleçam!


Enfim, gostaria de agradecer a todas as meninas pela noite agradável e recomendar um encontro desse a todas que acompanham o blog!


segunda-feira, 6 de junho de 2016

Recarregando as energias

Olá meninas, tudo bem??

Conseguimos fugir da cidade na semana passada e pegamos 2 diárias em uma pousada próxima de Curitiba! Ficamos em um chalé super aconchegante no topo de uma montanha com uma vista maravilhosa e deu para recarregar as nossas energias!

Para deixar a estadia mais agradável ainda nós levamos uma mala cheia de roupas, alguns pares de sapatos, maquiagem e, claro, nossa câmera fotográfica. Também aproveitei o momento para dar mais uns passinhos na minha transformação, dessa vez eu depilei o braço (finalmente) e pintei as unhas dos pés!

Segue algumas fotinhas, espero que gostem.

Gostaram da coroa de flores?
Pena que ela caiu no mato depois de 3 fotos (heuaheuaheuah)


Pézinhos com as unhas pintadas,
agora estou começando a gostar deles (apesar do tamanho)

sábado, 21 de maio de 2016

Gênero das roupas?


Não sei o que mais deu o que falar, o comercial do Dia dos Namorados da C&A em si ou os comentários grosseiros que saíram depois dele!

O comercial é lindo, não é o primeiro dessa linha, não agride ninguém, aparecem pessoas lindas, aparecem diversas etnias e aparece muita roupa bonita e diferente (que é o foco da loja). O único ponto que poderia melhorar, na minha humilde opinião, é o fato de só aparecerem casais heterossexuais,

Já os comentários grosseiros apelam para a imposição de ideologia de gênero e para os dogmas de suas crenças. No entanto, como comentei antes, o foco aqui são as roupas e gostaria muito de saber que mal tem em um homem usar um vestido ou uma mulher usar uma cueca?

Homens de vestido
Alias, tenho um questionamento pessoal, quando será que cada roupa virou peça exclusiva de um determinado sexo?
Vestidos inicialmente eram usados por homens e mulheres, salto alto foi utilizado por homens e mulheres da nobreza até não muito tempo atrás, calça legging igual, e existem diversos outros exemplos. Entendo que existam cortes diferentes por conta das diferenças entre o corpo masculino e feminino, mas existir exclusividade de uso para cada sexo beira o absurdo na minha cabeça.

Enfim, fiquei muito feliz com a iniciativa da propaganda!
Sei que é muito mais pelo marketing, mas fiquei feliz do mesmo modo! Vou ter certeza que não é só marketing quando essa cultura estiver implantada na empresa pois a C&A foi a única grande loja de departamento que me barrou de entrar no provador masculino com roupas femininas e isso ocorreu a menos de um ano, então na propaganda é tudo lindo agora quero ver na prática!

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Sentimento de culpa

Você já sentiu algum tipo de culpa por praticar crossdressing?
Esse sentimento de culpa te fez tomar alguma atitude exagerada?

Eu já me senti assim e cheguei a jogar tudo o que eu tinha "conquistado" no lixo. Duas vezes. Lembro que numa delas eu joguei fora um scarpin vermelho lindo, ele tinha sido um dos primeiros que eu pude comprar na minha numeração super gigante. Sem contar as minhas fotinhas =/

E por que fiz isso? Por que eu ainda tinha um sentimento de culpa e tinha esperança que ao me livrar das coisas eu iria esquecer dessa vida secreta de uma vez por todas. Não vou dizer que não deu certo por que eu até consegui ficar meses afastado da Samantha, mas no final das contas eu percebi que foram meses que eu me privei de algo que eu realmente gostava de fazer por conta de um sentimento bobo.

Culpa se refere à responsabilidade dada à pessoa por um ato que provocou prejuízo material, moral ou espiritual a si mesma ou a outrem. O fato de eu usar roupas femininas sozinha dentro da minha casa provoca algum prejuízo material, moral ou espiritual a mim mesma ou a outra pessoa? O único prejuízo que eu tive foi perder as poucas peças de roupa que eu consegui juntar na época. Então, para mim, sentir culpa por praticar crossdressing já não faz sentido nenhum.

Falando assim parece simples, mas o crossdressing em si já contradiz muito do que ouvimos desde pequenos pois, de fato, nós ainda vivemos numa sociedade que possui regras rígidas relacionadas ao gênero e quem é do gênero masculino sente bastante essa rigidez. Sabe por que? Por que a sociedade ainda é machista. Pois é, tenho que concordar com os movimentos feministas!

Reparem no seguinte: quando mulheres buscam ter atitudes socialmente classificadas como masculinas elas passam a ser respeitadas, quando homens buscam ter atitudes femininas eles são rotulados como fracos (para não dizer "viado" ou "afeminado").

O problema então é ser feminino?
Aparentemente sim e por esse motivo eu falo que a sociedade ainda é machista. Devagar a gente percebe que ela esta mudando mas se quisermos acelerar isso temos que mudar nossas próprias atitudes!


O comentário do cantor Iggy Pop encaixa perfeitamente no que eu falei: "Eu não tenho vergonha em me vestir como uma mulher por que eu não acho vergonhoso ser uma mulher".

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Crossdressing / Crossdresser / CDzinha

Crossdressing é o ato de usar itens de vestuário e/ou outros acessórios comumente associados ao sexo oposto dentro de uma determinada sociedade. É uma definição simples, porém abrangente.

Os motivos para essa prática são diversos, posso citar conforto, estilo, trabalho, prazer, diversão e sei que existem muitos outros. Vale salientar que alguns motivos vão muito além do que pode ser descrito por essas palavras pois se trata do íntimo e pessoal de cada um.

Os tipos também são diversos e a seguir você vai ver alguns exemplos que eu consegui encontrar.

Disfarce de gênero é usado por homens, mulheres, meninas e meninos para se passarem pelo gênero oposto. Além de existirem diversos relatos reais, a temática costuma ser utilizada em roteiros de televisão, teatro ou cinema. Na série Game of Thrones, por exemplo, a jovem Arya Stark se passa por Arry para fazer uma longa viagem junto com outros homens.
Arry em Game of Throne

No teatro o crossdressing também sempre esteve presente. No início, as trupes de teatro eram compostas por homens que faziam todos os papeis da peça, tudo bem que bem no início eles utilizavam mascaras para representar o personagem, não roupas, mas a pratica do crossdressing ainda é antiga no meio e se faz presente até hoje e em diversas situações.
Clodovil na peça ''Eu e Ela''

As apresentações de Drag Queens são representações artísticas baseadas em crossdressing. Inclusive uma das possíveis origens do termo veio de "Dressed Resembling A Girl" que é algo como "vestido semelhante a uma garota".
RuPaul

Existem também os Drag Kings, mas não vejo com muita frequência.
A propósito, visto a origem do termo elas não deveriam se chamar Drab King?
Kristen Stewart em "Just One of the Guys"

Na cena erótica existe um tipo de fetiche sexual que consiste na gratificação pelo contato e/ou vestimenta com roupas pertencentes ao sexo oposto. Nesse caso a roupa do sexo oposto é o objeto de fetiche.
Crossdresser fetichista

Ainda no meio erótico tem a prática da feminização onde homens adotam a figura e o comportamento feminino como uma maneira de submissão à mulheres dominadoras ou à outros homens.
Dominatrix e seu submisso

Recentemente eu conheci o termo underdresser que se refere a quem usa roupa íntima do gênero oposto sob as roupas. Apesar do termo específico, também se trata de crossdressing.
Undresser

No mundo da moda o crossdressing aparece de diversas maneiras. Recentemente o estilo Boyfriend estava em evidência, nele se busca peças do armário do namorado ou peças que se assemelham às de homens, nada além de crossdressing. Também posso citar os modelos com aparência andrógina que participam de ensaios como homem ou como mulher, o modelo Andrej Pejic é uma bela referência.
Roupas estilo boyfriend

Como amante de coisas japonesas eu tenho que falar também do Crossplay. Cosplay é uma arte performática em que os participantes usam fantasias e acessórios para representar um determinado personagem, o crossplay é uma vertente onde se escolhe um personagem do gênero oposto.
Crossplayers - Felt-Cosplay

As travestis, também são consideradas crossdressers?
Se ela se ver como gênero feminino ou vive 100% do tempo como mulher não cabe dizer que se trata de crossdressing pois a roupa dela vai estar associada ao próprio gênero dela. Caso contrário, cabe dizer que sim.
Por curiosidade fui atrás da etimologia da palavra Travesti e descobri que veio do latim TRANS, "através", mais VESTITUS, "vestido", que a grosso modo é a mesma coisa do que crossdresser.

Pensando bem, quando se discute o crossdressing em conjunto com os gêneros binários e não binários a confusão tende a aumentar. Por exemplo, eu me considero como gênero fluido, nesse caso meu gênero passa de masculino para feminino quando me transformo, então quando viro Samantha eu não estou praticando crossdressing? Haha, e aí?
Samantha, crossdresser ou não?

Eu, pessoalmente, sinto que existe um outro tipo que eu chamaria de crossdresser de escape (não se apegue ao nome, não consegui pensar em nada melhor). Nesse caso eu acho que a pessoa realiza a prática do crossdressing com o simples objetivo de se sentir bem, assim ela escapa das responsabilidades do dia a dia e foca no seu momento.

Pode ser que isso esteja contido num dos tipos apresentados previamente ou seja uma combinação deles, mas é algo que eu sinto quando converso com algumas amigas e não encontro relação com outras coisas como orientação sexual ou gênero. Também percebo que muitas não buscam nem exposição.
Crossdresser de escape

No final das contas sinto que a cada dia que passa eu penso se devo ou não me apresentar como sendo uma crossdresser pois considero que o termo me representa parcialmente.

Aproveito para deixar uma dica: se alguém só te falar que é crossdresser tente não criar nenhum pré-conceito sobre ela pois agora você sabe que existem diversos tipos completamente diferentes.

E você conseguiu se identificar com algum tipo?
Se identificou com mais de um? Ou com nenhum?
Aproveite os comentários para discutir, esse espaço é livre!

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Entrevista com Sra. Oliver, esposa de crossdresser

Sempre bati a cabeça para pensar numa maneira de ajudar as amigas casadas que não conseguem abertura para o seu lado feminino dentro de casa. Recentemente tive a ideia de montar umas perguntas e passar para a minha esposa responder, ela até respondeu sem eu estar por perto para não influenciar nas repostas!

Espero que gostem da entrevista com a Sra. Oliver.

Como foi quando você descobriu que seu marido era crossdresser?
Quando descobri que meu marido era crossdresser primeiro levei um susto, confesso que não sabia direito o que pensar, mas eu tbm n conhecia muito a respeito. Nunca tive atração por homem com roupas femininas, mas ok, decidi que iria aprender com ele sobre o assunto e tentar ser o mais aberta possível.

O que você sabia sobe crossdressing na época?
Na época não sabia absolutamente nada, tinha medo inclusive que ele fosse virar trans... hehehehe, esse medo passou!

O que você sabe hoje?
Com a ajuda dele aprendi muitas coisas, sei que a orientação sexual independe dos fetiches ou roupas que a pessoa usa, mas percebi também que nada disso importa, que devemos fazer o que nos faz bem independente do que a sociedade diz.
Se um homem quer se vestir de mulher, pq não?

Como foi que isso influenciou o relacionamento?
Não vou dizer que essa descoberta e a evolução disso não tenha abalado um pouco o relacionamento. Claro, fiquei insegura, fiquei com mil medos, me senti triste, me senti menos mulher.....(poxa, mexe com a nossa cabeça ver seu marido virando uma mulher linda que tem um corpo lindo e anda melhor de salto que eu hahahaha)
Mas, percebi que meu maior inimigo não era ele ser crossdresser, mas eu mesma e meus preconceitos e julgamentos. Quando percebi isso comecei a deixar fluir mais. Não digo que agora está tudo 100%  na minha cabeça, mas um dia chego lá!

O que você nota de diferente quando seu marido se transforma?
A principal mudança é a atitude, fica mais feminina. O olhar muda, o toque muda. A essência masculina ainda está ali, mas o lado feminino assume o controle. É uma forma de expressão muito bonita.
Eu amo meu marido o acho lindo, seja na versão masculina ou feminina!

Alguma mensagem para as esposas de maridos crossdressers?
Mulheres, deixem o amor falar mais alto, sempre!
Se você ama alguém, deixe a pessoa ser quem é, livremente!
É difícil, exige desapego, exige se desfazer de um monte de crenças que vc aprendeu durante a vida, mas é um caminho de aprendizado! Aprender a olhar o outro, aprender a olhar a si mesma.
No fim, tudo é Amor....

Sra. e Sr(a) Oliver
Alias, lembram no post Conhecendo as amigas que eu falei que queria ir num shopping jantar e fazer compras? Então, missão cumprida! Num próximo post eu falo como foi...

Gostou da entrevista? Faltou alguma pergunta? Aproveite e me avise nos comentários, quem sabe ela responda a sua pergunta também!

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Conhecendo as amigas

Apesar de blog ser um tipo de diário online eu percebo que tenho falado pouco sobre mim, mas neste post vou compartilhar uma experiência minha recente!

Sou crossdresser/travesti a mais de 15 anos e nunca tive vontade de conhecer outras como eu. Vale salientar aqui que eu nunca fui uma pessoa muito sociável de qualquer forma. Entretanto, fui convencida a sair do meu casulo e acabei aceitando o convite da Melaine para ir na casa dela e conhecer ela e sua amiga Samara.

Sempre que eu pensava em sair sozinha eu parava em um dilema na porta de casa. Eu me montava e pensava "vou sair agora", então andava até a porta de casa e vinha um turbilhão de pensamentos como "tem certeza?", "você precisa disso?", "pra que mesmo você vai fazer isso?", entre outros. Eventualmente eu conseguia sair e só consigo lembrar de meia dúzia de passeios sozinha em todo esse tempo.

Nesse caso foi diferente. Sim, eu estava muito nervosa, mas com o apoio da minha esposa eu saí de casa, peguei o elevador, entrei no carro, tirei o sapato (haha, não cabe as pernocas e o salto), liguei o carro e parti. Segui nervosa por todo o trajeto e cheguei na casa da Melaine.

Dentro da casa dela eu não precisei de 10 minutos para perceber que não fazia sentido toda aquela tensão. Fui muito bem recebida por ela, conheci a amiga Samara em seguida e, depois de um tempo já conversando, ainda acabei conhecendo a simpática "marida" da Melaine! Nosso contato antes desse encontro foi somente pelo Facebook, no entanto isso não nos impediu de passar mais de 5h falando sobre tudo e mais um pouco!

No fim das contas fiquei muito feliz em poder soltar a Samantha por esse longo período e fiquei com vontade de fazer isso com frequência. Meu próximo objetivo vai ser ir num shopping com a minha esposa para jantar e ver roupas, pretendo fazer isso logo logo...

Melaine, Samara e Samantha

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Gêneros não binários

Fiz já um post falando a respeito de Identidade de Gênero e nele eu citei a definição da Wikipédia na época. Recentemente eu conheci o conceito de gênero não-binário (genderqueer) que se refere a quem não se identifica exclusivamente como homem ou mulher e quero compartilhar com vocês.


Segue algumas definições de gêneros não binários:
- Gênero fluido (genderfluid): flui entre o masculino, feminino ou nenhum dos dois;
- Bigênero, trigênero, pangênero (genderqueer): tem varias formas, inclusive a de homem/mulher ao mesmo tempo;
- Agênero (genderless): não se identifica com nenhuma definição;
- Terceiro gênero ou outro-gênero (third gender): incluindo pessoas que não nomeiam seu gênero.

Achei um pouco complicado por que me parece que alguns conceitos se sobrepõe, mas sei que nós somos seres tão complexos que eu prefiro aceitar por que sei que muitos irão se identificar com cada definição!

Se precisasse escolher uma delas eu diria que me encaixo no gênero fluido pois passo a maioria do tempo como homem com algumas características femininas e quando me transformo em Samantha passo a ser muito mais feminino só que com um toque de homem. Resumindo, O Homem Feminino!


quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Princesa x Sapo

No conto "O Príncipe Sapo" dos irmãos Grimm uma princesa mimada conhece um sapo e acaba tendo que hospedá-lo em seu castelo, onde ele se transforma magicamente em um belo príncipe. Nas versões modernas a transformação ocorre com um beijo, já na versão original o encanto se quebra quando a princesa atira o sapo na parede com aversão.


Vejo a denominação "sapo" sendo utilizada por muitos crossdressers quando se referem ao seu lado masculino, mas eu não gosto nada desse nome.

Ué, e por que?

Simples, eu gosto muito do meu lado masculino e não vejo por que me definir como "SAPO".

Quando falei sobre identidade de gênero, apresentei que é a "identidade adotada por uma pessoa de acordo com seus genitais, psicologia ou seu papel na sociedade", então no meu caso eu diria que sou uma pessoa que transita entre os gêneros sempre que passa pela transformação e ambos os gêneros se dão muito bem! (Sim, é um pouco estranho)

Considerando tudo o que eu já li a respeito de gênero, eu diria que quem trata o lado masculino como "sapo" a ponto de não gostar de estar como homem deveria pensar em adotar o gênero feminino como o dominante, caso contrário quase nada justifica você passar a maior parte da sua vida sendo alguém que você não goste.

Não me entenda mal, só pense um pouco a respeito de como você se vê.

Alias, minha transformação é na base do beijo tanto num sentido quanto no outro!
Não uso o artificio do arremesso na parede... e você, pensa assim também?

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Minhas primeiras experiências públicas como crossdresser

Sou crossdresser a tantos anos que nem saberia dizer ao certo quando foi que comecei, mas deve fazer pelo menos uns 15 anos. Mesmo assim, não acho que eu tenha muita experiência pois se eu fosse relatar a minha história detalhadamente iria falar que num primeiro momento eu não tive dinheiro para bancar o meu lado feminino, depois me faltava tempo, depois eu estava querendo desistir de tudo, depois o meu corpo estava mal cuidado, enfim, na verdade eu nunca me dediquei profundamente ao meu crossdressing durante um longo período de tempo.
Samantha Oliver em 2013

Dado esse breve resumo, se eu te contar que até hoje eu só tive 4 experiências como crossdresser fora de casa vocês achariam isso muito ou pouco?

Vou relatar um pouco desses passeios:
- Eu tinha 17 anos (2005). Tinha feito minha primeira depilação, também tinha aprendido um pouco a usar maquiagem (mesmo assim saí de óculos escuros) e tinha o meu cabelo naturalmente comprido. Resolvi dar uma volta na quadra de casa;
- Em 2011, eu tinha acabado de recuperar a minha forma física e estava voltando a comprar roupas femininas. Sabe-se lá por que, saí de casa vestido (estava com o traje completo, inclusive com peruca, maquiagem e acessórios) para ir em uma loja, lembro que até comprei umas 2 peças na loja;
- Não foi muito tempo depois da anterior, eu só criei coragem e resolvi sair. Sabe o que fiz? Dei uma volta na quadra...;
- Acho que essa é a mais interessante, aconteceu em 2014. Eu vinha planejando fazer algo, mas não queria dar outra volta na quadra (heauheaheu), então eu fui de carro até o shopping como homem só que com um pouco de maquiagem no rosto (como estava escuro, não fazia muita diferença), no estacionamento eu achei uma vaga mais escondida e escura daí aproveitei para terminar a maquiagem e me montar. Saí do carro um show (haha, pena não ter tirado nenhuma foto no dia), dei um passeio pelo shopping, entrei na loja Zara, experimentei um vestido no provador feminino e quase comprei. Voltei pro carro e fui para casa ainda com a produção;
Extra - Escrevendo esse ultimo, lembrei que um tempo antes desse relato eu fui até esse mesmo shopping como homem levando uma sacola com as minhas roupas, maquiagens e uma bolsa (chutada da minha esposa). Eu entrei num banheiro, cheguei a fazer a maquiagem e me trocar mas não tive coragem de sair, então desfiz a produção e voltei para a casa =/

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Identidade de gênero

Em um outro post eu falei um pouco sobre orientação sexual, para dar continuidade ao grande tema da sexualidade, gostaria de falar agora sobre identidade de gênero.

"Refere-se à identidade adotada por uma pessoa de acordo
com seus genitais, psicologia ou seu papel na sociedade.
Para a maioria das pessoas, homem ou mulher."

É uma definição bem simples e direta. Não acho que, necessariamente, seja adotada de maneira consciente por que algumas pessoas identificam o seu gênero quando ainda são pequenas crianças e não possuem os vícios e paradigmas de pessoas adultas. Na descrição eu deixei o "ou" em negrito para lembrar que os parâmetros podem ser diferentes em cada caso.

Um exemplo: uma pessoa pode ter nascido com o órgão genital feminino, não ter feito nenhum tipo de cirurgia nem tratamento hormonal e se identifica como homem.
 "Então ela é uma sapatão?"
Não. "Sapatão" é um termo pejorativo para se referir à mulher homossexual, no caso em questão eu só comentei que ele se identifica com o gênero masculino, mas pode ter qualquer tipo de orientação sexual.
 "Então ele é um transexual?"
Não. No exemplo, eu citei que a pessoa não realizou nenhum tipo de cirurgia nem tratamento hormonal e para ser rotulado como transexual a pessoa deve optar por realizar transição para o gênero oposto através de intervenção médica.
"Transgênero...?"
Sim, é um termo correto para esse caso.
No entanto, pra que ficar tentando rotular o próximo?
Gosto de ver as pessoas como elas são sem querer pensar em rótulos antes de conhece-la, alias, ter opinião ou sentimento concebido sem exame crítico é a definição de preconceito.

E o que isso tem haver com o universo Crossdresser?
Esse caso é mais complicado.

Existem pessoas que tem uma conexão tão séria com o seu eu crossdresser que consegue transitar para o outro gênero enquanto esta transformado. Outros percebem, ao praticar o crossdressing, que se identificam mais com o outro gênero e decidem adotá-lo na maior parte do tempo ou em tempo integral. Também existem alguns que usam o crossdressing como algo visual/fetichista para realizar os seus desejos íntimos, mas não necessariamente se identificam com o outro gênero durante a pratica.
Esses foram somente alguns exemplos e existem outras situações, então é complicado mesmo fazer uma ligação direta com o crossdressing.


Assunto na mídia
No ultimo dia 9 de novembro as 20h30 estreou o programa "A Vida de Jazz" no canal Discovery Home & Health. Trata-se de uma série de onze episódios que acompanha a rotina da família Jennings e documenta as lutas e alegrias vividas pela adolescente de 14 anos Jazz Jennings ao lado dos pais – Jeanette e Greg – e dos irmãos – Ari, Sander e Griffen – enquanto ela se prepara para entrar no ensino médio.

Jazz foi diagnosticada com disforia de gênero aos 5 anos de idade e, durante a série, a mãe conta que com menos de 3 anos ela já questionava o próprio gênero. Por conta disso, a jovem sempre foi mal vista e sofreu diversos tipos de preconceito, principalmente no colégio.

“No colégio, meus colegas se cumprimentavam com abraços e eu só recebia um ‘oi’.
Eu até já fui chamada de ‘aquilo’.”, Jazz Jennings 

Gostei muito do episódio que assisti. Ele mostrou que a Jazz tem um comportamento igual ao de qualquer menina na sua idade, só que também precisa tratar de diversas decisões relacionadas com o seu organismo (hormônios e possíveis cirurgias) e ainda tem que conviver com os insultos e preconceitos.

Se você tiver mais curiosidade sobre a história, pode começar olhando o seu canal no youtube, segue o link:
https://www.youtube.com/user/jazzmergirl

sábado, 7 de novembro de 2015

Trabalhoso ser crossdresser

Traduzido de http://www.cracked.com/ e escrito por Vera Wylde

Eu estava já me preparando para escrever algo assim, mas gostei tanto desse texto que preferi traduzir somente.

É incrivelmente trabalhoso

É verdade que nem todos os crossdressers saem de casa. Alguns vão só usar uma calcinha ou meia fina em baixo dos ternos e seguirão os seus dias. Outros podem colocar vestidos, mas não fazem a maquiagem. Para quem esta no armário de alguma forma, se vestir tende a ser algo parcial. Isso é verdade especialmente para aqueles que ainda vivem com a família ou divide quarto com quem não sabe, ou (mais complicado ainda) tem esposas que não sabem. Estes irão colocar o que eles podem e quando podem, esses costumam ter um punhado de pequenos itens que podem ser guardados em uma caixa marcada com "PORNO ESTRANHO - SÉRIO, NÃO ABRA". Para mim, sou uma garota tipo que gosta de tudo ou nada. Eu vou fazer uma transformação completa, com maquiagem, roupa e cabelo, ou não vou fazer nada disso.


Eu geralmente sei quando irei me vestir (em um eventro trans-amigável, um show burlesco, ou esse tipo de coisa), então irei remover meus pelos um dia antes. Para a maioria dos caras, isso é um território desconhecido, mas eu sei que qualquer mulher que for ler isso irá pensar "Pois é, eu entendo". Odeio dizer isso a vocês, senhoritas, mas deste modo você não conhece. Vocês sabem quanto de creme depilatório precisa para deixar o pé grande aqui lisinho? É verdade, existem várias maneiras de se livrar dessa bagunça e, frequentemente, eu simplesmente raspo, o que no meu caso significa pernas e peito (mais aquele espaço entre as sobrancelhas para eliminar qualquer marca que possa lembrar uma monocelha).

Eu tenho muita sorte por não precisar fazer nada nos meus braços - Eu tenho pouco pelo e de cor clara. Também não preciso fazer nada nas minhas costas. Existem crossdressers que possui uma pelagem do nível do Robin Williams [ou Tony Ramos, não?], e eu agradeço a minha estrela cintilante rosa por não ser uma dessas. Eu tentei de tudo: depiladores, cremes, até mesmo depilação profissional algumas vezes (qual é o meu favorito, mas é caro. Também preciso dirigir por duas horas para encontrar uma depiladora que aceite fazer em mim).


Raspar os pelos do rosto é diferente de raspar os pelos do corpo, você precisa fazer isso muito bem antes de aplicar a maquiagem para diminuir o efeito da sombra da barba. Pode esquecer aquele pó chique que os ricos usam; você precisa de uma base líquida, em seguida quando colocar o pó você ainda precisa usar um corretivo compacto. Comece a brincar com coisas translúcido e é aí que a sua sobra de barba irá aparecer.

domingo, 4 de outubro de 2015

Orientação sexual

Queria falar sobre sexualidade, mas como é um conceito bem abrangente, no momento vou focar aqui em orientação sexual.

"A orientação sexual de uma pessoa indica por quais gêneros ela
sente-se atraída, seja física, romântica e/ou emocionalmente."

Dentre as opções existem:
- Assexual - indiferente a prática sexual;
- Bissexual - atração afetiva por pessoas de ambos os sexos independentemente do gênero;
- Heterossexual - atração afetiva por pessoas do sexo oposto;
- Homossexual - atração afetiva por pessoas do mesmo sexo;
- Pansexual - atração sexual independentemente da identidade de gênero do outro.

E o que isso tem haver com o universo Crossdresser?
Bom... Nada!

Vejo em muitos lugares as pessoas relacionando crossdressers, ou cdzinhas como costumam falar, com homens que quando vestem roupas femininas sentem que gostam de fazer sexo com outros homens, independente de ser casado ou algo assim e isso não é verdadeiro.

Sim, existem muitas pessoas que fazem isso, mas não quer dizer que todos são assim.
Ser crossdresser é gostar de se vestir como alguém do gênero oposto e sendo crossdresser você ainda se encaixa em uma das opções sexuais comentadas anteriormente.

Por que não poderia existir um crossdresser assexual?
Te garanto que existem.

Bandeira da assexualidade
Você conhecia?
No entanto, por que tantos crossdressers gostam de fazer sexo com outros homens?
Suponho que seja uma maneira de se libertar e não sei se a roupa é usada como desculpa ou como um incentivo.

Tive uma amiga que acredita que todas as pessoas são bissexuais. Na época, a nove anos atrás, eu achei estranho mas guardei o comentário e hoje eu acho que entendi o que ela quis dizer.
Primeiro, eu acho que ela estava falando de todos que não são assexuais, suponho que seja um grupo comumente esquecido.
Segundo, se pensar no lado biológico do corpo humano, temos regiões com mais terminações nervosas onde o toque é agradável e caricias nelas podem gerar estímulos sexuais e se temos isso, o que faria com que somente o toque de um gênero específico agrade?
Realmente não sei e acho que realmente é de se questionar.

Pensando deste modo, acho que muitas pessoas querem explorar esse lado inexplorável mas devido às barreiras sociais ou ao medo do preconceito usam o crossdressing como suporte para suprir as suas vontades.

Observação da SamyO que eu estou falando é pura opinião minha e não quero julgar quem faz parte da descrição anterior de cdzinha, é a vida deles e eles fazem isso por que gostam. Só não gosto de ser automaticamente taxado como uma por compartilhar o gosto pelo crossdressing!